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Simone de Oliveira
Fotografia: DR

Simone de Oliveira despede-se dos palcos ao fim de 65 anos de carreira

Aos 84 anos, Simone de Oliveira dá o último concerto e despede-se dos palcos, terminando uma carreira de 65 anos. O espetáculo de despedida realiza-se a 29 de março no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. “Vamos sair pela porta larga, bem, com dignidade” são as palavras da artista sobre a despedida.

O espetáculo é intitulado ‘Sim, sou eu… Simone’, tem autoria de Fátima Bernardo (direção do projeto) e Nuno Feist (direção musical) e encenação de Henrique Feist. “Entende-se que uma celebração e despedida à altura dos 65 anos de carreira desta artista só fará sentido com uma atitude em que se perspetiva o futuro sublimando-se o passado”, lê-se na sinopse. Os bilhetes já estão à venda e os preços variam entre os 15 e os 40 euros.

A carreira de Simone de Oliveira começou em 1957 de forma espontânea e a artista demorou a perceber que o seu percurso profissional passaria pelos palcos. Até ganhar a segunda edição do Festival da Canção, em 1965, foi “cantando” e “as coisas foram acontecendo”, conta à Lusa. Sem saber que queria ser artista, relembra a altura em que atravessava uma depressão: “Eu não queria ser nada, eu queria era ser feliz”.

A certeza de que o caminho passa pela música surge com a participação no Festival Eurovisão da Canção de 1965, com o tema ‘Sol de Inverno’. “Quando eu ganho o festival e vou a Nápoles, é aí que eu disse ‘é isto’”, confessa.

Em 1969, Simone de Oliveira volta a vencer o Festival da Canção, com a canção ‘Desfolhada Portuguesa’, um hino feminista, enquanto Portugal vivia na ditadura salazarista. Em entrevista à RTP, a cantora conta: “Quando eu digo quem faz um filho fá-lo por gosto, o lápis azul da censura não percebeu nada. Senão tinham cortado a cantiga”.

Apesar de conquistar os portugueses,  o tema ‘Desfolhada Portuguesa’, com letra de Ary dos Santos e música de Nuno Nazareth Fernandes, conseguiu um 15.º lugar (penúltimo) em Madrid, recebendo um total de quatro pontos. No regresso a Lisboa, milhares de portugueses esperavam Simone de Oliveira para a aplaudir e e ecoar a letra da canção.

Ainda no ano de 1969, a artista perdeu a voz, o que marcou um ponto de viragem na sua carreira. “Foi das melhores coisas que me aconteceu ter perdido aquela voz, pois senão não tinha chegado até aqui”, explica, contente por a sua nova forma de cantar ter sido bem recebida.

Ao fim de uma longa e preenchida carreira, que passou pelo teatro, revista e cinema, Simone sente-se realizada. “Trabalhei nos teatros todos deste país. Todos, não falta nenhum”, confessa ao canal público.

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