O Espalha-Factos terminou. Sabe mais aqui.

Dia Internacional da Mulher. Oito realizadoras portuguesas que tens de conhecer

Dia 8 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher e o Espalha-Factos selecionou oito realizadoras portuguesas cujo trabalho na área da realização se tem destacado. Conhece mais sobre o trabalho de Ana Rocha de Sousa, Catarina Vasconcelos, Raquel Castro, Margarida Gil, Marta Ribeiro, Sofia Bost, Mariana Gaivão e Leonor Teles.

Ana Rocha de Sousa

Nascida a 25 de outubro de 1975, Ana Rocha de Sousa estreou-se como atriz na série Riscos, de 1997, na RTP, no papel de Mariana, apesar do seu primeiro trabalho ter sido uma participação especial, no filme No Dia dos Meus Anos, de João Botelho, em 1991.

Desde então, a também atriz já integrou o elenco de produções televisivas em todos os três principais canais nacionais, como A Senhora das Águas, Maiores de 20 e Alves dos Reis, A Raia dos Medos, da RTP, Sonhos Traídos e Mistura Fina, da TVI e Médico de Família e Jura da SIC.

Em 2007, no grande ecrã, Ana foi protagonista de Beija-me, de Aurélio Vasques. No teatro, participou na encenação de João Ricardo de Sonho de uma Noite de Verão, no Teatro Nacional D. Maria II. A atriz e realizadora de 43 anos, tem também talento para as artes plásticas, sendo licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Como realizadora, dirigiu o documentário Aqui e agora sobre Adriano Correia de Oliveira, a curta-metragem Quem nos Larga…, e vários showcases de artistas como Sérgio Godinho, Maria João, Raquel Tavares, Xaile ou Aldina Duarte. Realizou também Laundriness, documentário nomeado para melhor documentário internacional de estudantes, Minha Alma and You e No Mar.

O seu maior sucesso foi o drama de 2020, Listen, protagonizado por Lúcia Moniz. A longa-metragem venceu, no Festival Internacional de Cinema de Veneza de 2020, o Leão do Futuro e o Prémio Especial do Júri na secção “Horizontes”. O filme que retrata os dramas sociais de uma família portuguesa em luta contra os serviços sociais britânicos também ganhou os prémios Bisato d’Oro, Sorriso Diverso Veneza, Casa Wabi e HFPA. Em Portugal, venceu Melhor Argumento e Melhor Realização nos Prémios Sophia atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema. Listen conta a emocionante história de uma família emigrada no Reino Unido, a quem os serviços sociais retiram a guarda dos três filhos. Ao longo do filme, assistimos ao desespero e angústia de uma família que luta pela felicidade enquanto tenta provar a capacidade de cuidar das crianças.

Catarina Vasconcelos

Catarina Vasconcelos chamou à atenção pelo seu filme aclamado pela crítica A Metamorfose dos Pássaros, com produção de Joana Gusmão.

Nascida em Lisboa, em 1986, Catarina estudou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, tendo em seguida viajado para Londres para se pós-graduar, terminando com um mestrado em Comunicação Visual no Royal College of Art.

A sua primeira curta-metragem, Metáfora ou a tristeza virada do avesso, foi feita como projeto de graduação e premiada como Melhor Curta-Metragem Internacional no Festival de Cinema de Paris Cinema du Réel.

A sua primeira longa-metragem, A Metamorfose dos Pássaros, estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlin, onde venceu o prémio FIPRESCI de Melhor Filme na Seção Encontros. Foi também selecionada como a entrada portuguesa para Melhor Longa-Metragem Internacional, nos Óscares de 2021.

Raquel Castro

Raquel Castro é de Viseu, onde nasceu em 1976, e de onde saiu aos 17 anos. É conhecida pelo trabalho de investigação sobre paisagens sonoras e pela criação do Festival Soa.

Fez o bacharelato em Gestão e Desenvolvimento Social na Universidade Católica de Lisboa, e doutorou-se em Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O interesse pelas paisagens sonoras surgiu em 2003, quando percorreu o país com o realizador Tiago Pereira no âmbito do projeto PróMemória, uma série de vídeos sobre a etnografia de uma região através do imaginário infantil da qual resultaram as curta-metragens Sonotigadores de tradições e A arte da memória. Desde então, fez dessa a sua área de estudo, refletindo-a no seu trabalho cinematográfico.

Em 2007, o seu projeto Leve Leve Non Caba Ué venceu o festival Ovarvídeo.

Em 2016, Raquel criou o festival de arte sonora Lisboa Soa, uma experiência auditiva através da ocupação de espaços incomuns, como a Estufa Fria, Palácio Sinel de Cordes, Mercado de Santa Clara e o reservatório da Mãe d’àgua.

Em 2020, realizou um filme com o mesmo nome do festival, Soa, com argumento de Isabel Machado, produção de Joana Ferreira e Sara Simões, que ganhou o prémio de Melhor Filme Outros Olhares, atribuído no festival Caminhos do Cinema Português. Soa integrou o cartaz do Porto Post Doc em 2020 e foi transmitido na RTP2.

Margarida Gil

Margarida Gil nasceu na Covilhã a 7 de setembro de 1950 e é das únicas cineastas portuguesas ativas desde a década de 70 em Portugal.

Depois de se mudar para Lisboa aos 17 anos, estudou Filologia Germânica Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, enquanto também trabalhava na Santa Casa da Misericórdia.

Em 1989, lançou a sua primeira longa-metragem, Relação Fiel e Verdadeira, que esteve no Festival Internacional de Cinema de Veneza. Este filme foi baseado na autobiografia de Antónia Margarida de Castelo Branco. O seu filme Rosa Negra, de 1992, com argumento escrito por Maria Velho da Costa, integrou o Festival Internacional de Cinema de Locarno.

Margarida foi presidente da Associação de Realizadores Portugueses e é colaboradora da RTP desde 1975. Dá também aulas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, onde foi assistente do Departamento de Ciências da Comunicação.

Em 2018, lançou o seu mais recente projeto, Mar, com argumento de Rita Benis, que conta a história de uma aventura em alto mar. Segundo a sinopse, “Francisca, uma bela mulher, ex-funcionária da Comissão Europeia, vê-se perante uma vida que não era a que tinha imaginado. O seu único filho partiu em busca de outras realidades e Francisca resolve agarrar uma oportunidade de mudança e embarca no veleiro À Flor do Mar. Os desafios da viagem começam com o resto da tripulação – Pedro, dono do veleiro é um fascinante traficante de arte sacra, Toni um skipper charmant, Lili uma artista de cabaret e Malik é um jovem clandestino africano. Entre cumplicidades e conflitos a bordo, o espaço torna-se cada vez mais exíguo mas o veleiro vai seguindo a rota dos descobridores Portugueses do séc. XVI. Em alto mar, ocorre a maior traição”.

Marta Ribeiro

Marta Sousa Ribeiro nasceu em Lisboa, em 1992. Estudou na Escola de Cinema e Teatro de Lisboa e, mais tarde, no European Film College, na Dinamarca. Depois de realizar várias curtas-metragens, fundou, com Joana Peralta e Pedro Cabeleira, a produtora Videolotion, com a qual produziram Verão Danado, assim como várias séries, curtas, longas-metragens e videoinstalações.

A realizadora já chamou à atenção com a sua primeira longa-metragem, Simon Chama, com produção de Joana Peralta. O filme foi selecionado para o Festival de Cinema de San Sebastián, onde concorreu pelo prémio Zabaltegi-Tabakalera (ao qual também concorria A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos). Simon Chama conta a história de Simon que está na última semana de escola, mas não está a estudar para os exames. Entre o divórcio os pais e a espera de uma mudança e testa os limites da liberdade.

Sofia Bost

Sofia Bost nasceu em Lausanne, na Suíça, em 1986. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, em Lisboa, e concluiu o mestrado de Filmmaking, na London Film School.

A realizadora lançou a sua primeira curta-metragem, Swallows, em 2014, e a sua primeira longa, Dia de Festa, em 2019, que estreou na Semaine Internationale de la Critique do Festival de Cannes. A história fala “de uma mãe incapaz de se sentir feliz no dia de anos da filha”, personagem que desafia os estereótipos da maternidade.

Mariana Gaivão

Nascida em Lisboa, Mariana Gaivão estudou Fotografia no Ar.Co e Realização na Escola Superior de Teatro e Cinema.

Em 2012, realizou Solo, que venceu o prémio para Melhor Curta Metragem do Festival Du Nouveau Cinéma de Montreal, e o Primeiro Prémio no Festival International du Film Lusophone de Genève.

Em 2019, lançou First Light, outra curta-metragem que abriu a 42.ª edição do Festival Du Nouveau Cinéma. Em 2019, deu a conhecer o seu mais recente projeto como realizadora, Ruby, que venceu o prémio de Melhor Realização no 27.º Curtas Vila do Conde – International Film Festival, e o Prémio Cervantes, no Medfilm Festival, em Roma.

Em paralelo, Mariana Gaivão, também colabora com outros realizadores, é programadora do Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer e dá aulas de Realização na ETIC – Escola de Tecnologias Inovação e Criação.

Leonor Teles

Nascida em Vila Franca de Xira, em 1982, Leonor Teles licenciou-se em Realização e Cinematografia na Escola Superior de Teatro e Cinema, e fez mestrado em Audiovisual e Multimédia da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa.

Leonor Teles - Balada de um Batráquio

Em 2016, Leonor tornou-se na mais jovem nova realizadora a receber um Urso de Ouro para curtas-metragens no Festival Internacional de Cinema de Berlim, pela Balada de um Batráquio.

O seu último projeto, Cães Que Ladram Aos Pássaros, de 2019, integrado em Três Realizadoras Portuguesas, retrata as férias do jovem Vicente, no Porto, enquanto assiste à transformação urbana da cidade e vive a incerteza de uma vida nova.

Zeen is a next generation WordPress theme. It’s powerful, beautifully designed and comes with everything you need to engage your visitors and increase conversions.