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Fotografia: D.R.

António Silva. Cinco filmes para recordar o icónico ator

50 anos após a sua morte, recordamos alguns dos filmes que popularizaram António Silva.

António Silva tinha 84 anos quando faleceu no dia 3 de março de 1971, após se retirar dos palcos cinco anos antes. Durante a sua longa carreira, que durou mais de 50 anos, entrou em mais de quarenta filmes. O Espalha-Factos recorda algumas das longas-metragens que o tornaram um ícone do cinema português.

António Maria Silva nasceu em Lisboa, em agosto de 1886. Descobre o teatro em companhias amadoras da capital portuguesa, enquanto trabalha numa retrosaria e numa drogaria e conclui o antigo Curso Geral do Comércio.

A sua estreia em teatro acontece em 1910, nos palcos do Teatro da Rua dos Condes, que já não existe, na peça O Novo Cristo, escrita por Leo Tolstoy. Durante as primeiras décadas da sua carreira, António Silva dedicou-se ao teatro, fazendo digressões pelo Brasil entre 1913 e 1920, ano em que casa com Josefina Silva (1898 – 1995), atriz portuguesa que conheceu no país sul-americano, e volta a Portugal.

É na década de 1930 que a carreira de António Silva atinge o seu auge, após anos dedicado ao teatro de revista. Em 1933, o ator participa no seu primeiro filme: A Canção de Lisboa, o clássico do cinema português com Vasco Santana e Beatriz Costa. Seguiram-se inúmeros filmes onde ficou famoso pelas suas personagens cómicas que ficaram para sempre na memória cultural portuguesa, até se reformar em 1966, por motivos de saúde.

António Silva foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem de Benemerência, a 5 de outubro de 1936, e o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, em novembro de 1966. A sua carreira incluiu também teatro radiofónico na Rádio Clube Português, onde trabalhou com outros grandes nomes do teatro e cinema português como Laura Alves e Carmen Dolores.

Os filmes em que participou foram instrumentos de propaganda política do Estado Novo – aliás, em 1944, António Silva chegou a ganhar o prémio do SNI (Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo, chamado de Secretariado de Propaganda Nacional entre 1933 e 1945). No entanto, é inegável que António Silva se tornou uma ícone do cinema português, nomeadamente, pelas comédias portuguesas em que participou, muitas vezes no papel de bom, teimoso mas orgulhoso pai de família. As seguintes são algumas daquelas que o imortalizaram.

A Canção de Lisboa (1933)

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‘Canção de Lisboa’ (1933), Beatriz Costa (esq.) e António Silva (dir.) | Fotografia: D.R.

Uma das mais célebres comédias portuguesas, realizada por José Cottinelli Telmo, célebre em parte pelas músicas, em parte pelas personagens dos três atores principais: Vasco Santana é Vasco, o estudante de Medicina em Lisboa que vive à conta das tias, Beatriz Costa é a costureira Alice, apaixonada por Vasco, e António Silva é Caetano, o alfaiate, pai de Alice, cujo romance com Vasco ele não aprova.

O Pátio das Cantigas (1942)

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O Pátio das Cantigas’ (1942), António Silva (esq.) e Vasco Santana (dir.) | Fotografia: D.R.

Um clássico do cinema português, de Francisco Ribeiro, O Pátio das Cantigas é uma comédia de 1942 cuja história se passa durante os Santos Populares num típico bairro lisboeta. O filme é protagonizado pelo duo António Silva e Vasco Santana, que interpretam Evaristo, dono de uma drogaria, e Narciso Fino respetivamente, duas personagens com um ódio de estimação. O filme conta ainda com Laura Alves e Maria das Neves no elenco.

O Costa do Castelo (1943)

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O Costa do Castelo’ (1943), António Silva (2.º a contar da dir.), Fernando Curado Ribeiro (último à dir.) | Fotografia: D.R.

Este filme de 1943, realizado por Arthur Duarte, conta a história de amor entre André e Luisinha. Ele é rico, ela é do povo, e, para ficarem juntos, André decide fingir-se motorista para viver perto dela. A personagem titular, o Costa do Castelo, é Simplício Costa, interpretado por António Silva, um preguiçoso mas talentoso guitarrista que vive na mesma pensão que Luisinha. O elenco do filme inclui Fernando Curado Ribeiro, Milú, Hermínia Silva e Maria Matos.

A Menina da Rádio (1944)

A Menina da Rádio’ (1944) , Maria Eugénia (Geninha) e Óscar de Lemos (Óscar) | Fotografia: D.R.

António Silva interpreta o pai da menina da rádio neste filme também realizado por Arthur Duarte. A personagem principal, Geninha, e o seu amado, Óscar, fazem uma dupla musical em ascensão. O pai de Geninha, Cipriano Lopes (Silva), tem intenções de criar uma rádio no bairro onde a filha e o futuro sogro irão atuar – se Cipriano se conseguir entender com D. Rosa, a mãe de Óscar e a sua antiga paixão da juventude. O filme conta ainda com Maria Eugénia, Óscar de Lemos, Fernando Curado Ribeiro, Ribeirinho (Francisco Ribeiro) e Maria Matos.

O Leão da Estrela (1947)

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‘O Leão da Estrela’, António Silva (centro) com Milú (esq.) e Maria Eugénia (dir.) | Fotografia: D.R.

O Leão da Estrela conta a história de um sportinguista (interpretado por António Silva) que está determinado em ir assistir ao jogo contra o F.C. Porto na Cidade Invicta, mesmo que para isso tenha de se fazer passar por um homem rico para ficar em casa de uma família desconhecida. O filme de 1947, também de Arthur Duarte, é uma adaptação de uma peça estreada no Teatro Politeama, em Lisboa, em 1925, e conta com Maria Eugénia, Milú, Fernando Curado Ribeiro, Laura Alves e Artur Agostinho, entre outros.

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