O verão está prestes a bater à porta, mas os planos para viajar continuam fechados na gaveta. Sem saber o que o futuro reserva, a Netflix promete levar-nos pelos quatro cantos do mundo, sem sairmos do conforto dos nossos sofás.
Em As Casas Mais Extraordinárias do Mundo, da BBC Two, Caroline Quentin e Piers Taylor vão numa das viagens mais marcantes das suas vidas. Os dois vão descobrir casas de todas as formas e feitios projetadas por diferentes arquitetos.
A primeira temporada, composta por quatro episódios, percorre meio mundo e foca-se em casas construídas nos locais mais improváveis de sempre: montanha, floresta, litoral e subterrâneo. Já na segunda temporada, que chegou à Netflix a 17 de maio, somos levados a um país diferente em todos os episódios (spoiler: Portugal está incluído).
A linguagem simples e informal e a personalidade da apresentadora convidam-nos a querer saber mais sobre as obras arquitectónicas que são desvendadas ao longo da série. Acolhidos pelos proprietários das casas, a atriz e o arquiteto premiado vão mostrar-nos tudo o que se passa pela cabeça de quem construiu a casa e de quem a habita. Para além disso, Piers e Caroline ficam uma noite nas casas para perceber como tudo funciona e aproveitar o melhor das residências de luxo.
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Exemplo disso é a 747 Wing House. A casa localizada em Malibu, na Califórnia, alia tudo o que este programa quer mostrar. Uma casa peculiar, rodeada por paisagens incríveis num local onde ninguém pensaria em construir. A estrutura foi desenhada tendo em conta a sua parte superior: a asa de um Boeing 747. O design único, a sustentabilidade e a forma como asa foi transportada voltaram a atenção dos media para a habitação. O projeto foi realizado pelo arquiteto americano David Randall Hertz.
As Casas Mais Extraordinárias de Portugal
Apesar de não ser um romance ou sobre super heróis, a série tem tudo para conquistar os portugueses, incluindo um episódio sobre as casas mais extraordinárias do país. A segunda temporada inicia-se com quatro casas em território nacional. Uma delas é a Wall House, em Cascais.
Criada pelo grupo Guedes Cruz Arquitetos, a residência distingue-se por ser imponente ao mesmo tempo em que se adapta ao local onde está. Com uma ponte a ligar a rua ao interior, a Wall House tem paredes de todos os tipos. Para além dos grandiosos blocos de betão, que podem ser vistos do exterior, há também paredes de vidro e madeira.
As surpresas não se ficam por aqui. Na casa de Cascais tudo é móvel e telecomandado, sendo assim possível “eliminar” as paredes de vidro com um único toque. Isto permite unir a casa com o espaço exterior que a envolve, perdendo-se rapidamente a noção do espaço onde estamos: dentro ou fora de casa?
Se de uma cerimónia de Óscares se tratasse, a piscina seria a grande vencedora. A água torna-se assim num dos protagonistas desta obra arquitectónica. Apesar de contar com duas grandes piscinas, a que se encontra no piso superior chama mais atenção por ser transparente.
O episódio sobre Portugal não se fica por aqui. Há ainda mais três obras para apreciar. A Casa Na Gateira, criada pelo grupo Camarim Arquitetos, impõe-se majestosamente no terreno em que está incluída. Com a forma de uma cobra, a casa adapta-se às inclinações existentes e distingue-se de tudo o que a envolve. Já a Dune House, de Luis Pereira Miguel, e a Casa Gerês, de Carvalho Araújo, dissolvem-se na natureza dando-nos a uma sensação de paz.
Ver ou não ver?
A série da BBC é um sim. Apesar de dedicada à arquitetura, As Casas Mais Extraordinárias do Mundo consegue tornar um tema complexo em algo acessível para todos. Para além disso, a série merece ser vista só pelas paisagens que mostra ao longo das duas temporadas. A personalidade carismática de Caroline e a eloquência de Piers vão fazer com que fiquemos apaixonados por um dos programas mais extraordinários da plataforma de streaming.
