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Party Sleep Repeat 16 PAUS
Luís Pereira

PARTY SLEEP REPEAT, dia 1: chamemos-lhe Holy Party

Ontem foi a primeira noite da quarta edição do festival PARTY SLEEP REPEAT, que se realiza anualmente na Oliva Creative Factory, em S. João da Madeira.

Mais do que um tributo ao falecido jovem sanjoanense Luís Lima, o PARTY SLEEP REPEAT é também a celebração da música e cultura nacionais.

A estrear o recinto, o concerto de abertura ficou a cargo dos The Miami Flu, que subiram ao palco com cerca de 30 minutos de atraso. No entanto, o ligeiro incumprimento de horário da banda originária do Vale de Cambra acabou facilmente por cair em esquecimento, com uma atuação bastante agradável, na qual apresentaram o seu registo de estreia, Too Much Flu Will Kill You. Pelo meio de uma estética retro complementada com uma sonoridade psych e surf rock descontraída, escutaram-se temas como A Kid Again, Wonderland e até Star Journey, com sintetizadores que nos recordam do lo-fi de Mac DeMarco.

Seguiram-se os lisboetas Basset Hounds, já com a sala mais composta, que oscilaram entre fases aguerridas e de mornidão. Com o lançamento do álbum homónimo no ano passado, a dream pop e o experimentalismo do grupo fizeram-se ouvir em faixas como o single Bossa e Marr, terminando com Over the Eyes. Fieis às cores da pátria no jogo de luzes que acompanhou progressivamente a atuação da banda, houve ainda tempo para demonstrações de alegria e múltiplos agradecimentos ao público e à organização do festival.

Os PAUS foram PAUS, com a habitual explosão de energia a que sempre nos acostumaram. Com Mitra na calha, o seu terceiro álbum de originais, a formação constituída por Joaquim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e Fábio Jevelim iniciou a sua atuação com Era Matá-lo, seguida de Mudo e Surdo, do EP É Uma Água. As palmas vindas da plateia sintonizadas na perfeição com a batida foi apenas um dos muitos momentos de interação e cooperação prazerosa entre as duas partes. Muito interventivo, Albergaria sentenciou “vocês são uma nação nova em memória do Luís” e, posteriormente, “quem não comprar o novo disco, que o saque da net, mas compre t-shirts e vá a concertos”. Pela Boca, Deixa-me Ser e Bandeira Branca, antecederam um encore onde a banda aproveitou para referir que estavam a dar o melhor concerto da tour de apresentação de Mitra.

No ponto alto da noite, os portuenses Holy Nothing abriram com a bailável Cumbia. Dispostos em frente a hipnotizantes animações, a banda conquistou prontamente um público maioritariamente irrequieto. “Estamos cheios de pica para levar isto para outro ponto”, afirmaram, transportando a plateia para o paraíso com músicas do seu primeiro álbum de originais, Hypertext, entre as quais Remain, Mind e Rely On. Já depois de Alienate, conseguiram agigantar-se, mantendo o entretenimento e agradecendo infinitamente a presença de todos aqueles que estiveram no PARTY SLEEP REPEAT.

Para os mais resistentes e madrugadores, a festa continuou de pé na companhia de uma seleção eletrónica da autoria de MVRIA. Resta-nos repousar e repetir a dose hoje à noite.