A estreia em Portugal da versão restaurada de Viagem a Tóquio de Yasujiro Ozu, um dos mais aclamados cineastas japoneses, é provavelmente a melhor notícia da rentrée cinematográfica de setembro.
Ingressou20 Fevereiro, 2012
Lore é um filme que vem atestar de vez a qualidade do mais recente festival de cinema de Lisboa, o Judaica. Fá-lo com mestria e pelo caminho mais difícil. Não se deseja a ninguém a tarefa de abordar, seja por que prisma for, a Alemanha dos dias de choque da rendição.
A Judaica - 1ª Mostra de Cinema e Cultura, em Lisboa, surpreendeu pela enorme qualidade ao apresentar O Tempo Perdido, realizado por Anna Justice.
O cinema e a cultura judaicas chegam pela primeira vez a Lisboa esta semana. Entre 22 e 25 de maio, o Cinema São Jorge recebe a Judaica: 1ª Mostra de Cinema e Cultura, um certame original do qual se espera muito e bom cinema, além de muita reflexão em torno de temáticas históricas e atuais que envolvem as comunidades e a cultura judaica.
Por ocasião do seu 50º aniversário, a extraordinária obra de David Lean chega aos ecrãs de cinema do século XXI numa versão restaurada, e com muito para (re)descobrir. Eis então que, pela mão de um primoroso restauro digital, a história do oficial britânico Thomas Edward Lawrence (aka Lawrence da Arábia) e dos seus feitos na Arábia da I Grande Guerra Mundial vem transparecer para os nossos movimentados dias, e com todo o fausto, um tipo de cinema que hoje já não se faz.
Apresentado pela embaixada da Suíça, Hell é a primeira incursão na longa-metragem de Tim Fehlbaum, realizador que vinha construindo o seu percurso artístico pelos formatos da curta-metragem e do documentário. O São Jorge foi, uma vez mais, testemunho do trabalho de novos valores do cinema de expressão alemã.
O Cinema São Jorge serviu de palco à abertura da KINO - Mostra de Cinema de Expressão Alemã, na passada quinta-feira. Apoiado pelo Instituto Goethe, o evento promete até dia 3 de fevereiro trazer a Lisboa o que de melhor tem para mostrar a mais recente produção cinematográfica de Alemanha, Suíça, Áustria e Luxemburgo. Os três últimos dias do festival reservam um best of deste certame, que celebra este ano o seu 10º aniversário.
Cerca de cinquenta anos volvidos sobre a sua estreia, eis que Lola, o grande clássico do cinema francês, veio abrilhantar 13ª Festa do Cinema Francês, integrada este ano na programação da Capital Europeia da Cultura (CEC). Coube pois a Guimarães saborear, em primeira mão, a versão restaurada desta obra de Jacques Demy. Uma honra que, como vem sendo hábito, a plateia vimaranense não descartou.
Bond e as sombras. É neste registo que se move o novo 007, definitivamente entrado no século XXI, rodeado de ameaças “opacas”, para usar o palavreado de M. Não há inimigos plenamente identificáveis, nem as regras do jogo são as mesmas de antes. Tudo é obscuro, nebuloso. Em Casino Royale, M dizia ter saudades da Guerra Fria. Em Skyfall, deve ter tido ainda mais, pois é altura de ajustar contas com um passado que implacavelmente lhe cai em cima.
Foi com a presença do realizador e dos actores que o mais recente filme de Manoel de Oliveira fez a sua pré-estreia, mais uma a ter lugar em Guimarães, Capital Europeia da Cultura (CEC). No grande auditório do Centro Cultural de Vila Flor (CCVF) ninguém levou a mal o atraso de Oliveira. A sala dedicou-lhe um sentido e prolongado aplauso, misto de admiração e reconhecimento ao já centenário cineasta, o decano dos grandes mestres do cinema.
A recente apresentação conjunta do Plano Nacional de Cinema (PNC) pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Ministério da Educação e Ciência é uma excelente notícia. Antes de mais, é positivo ver que a acção governamental em Portugal é capaz de esforços concertados entre os seus responsáveis e capaz ainda de fornecer à sociedade civil políticas evolutivas, neste caso, entrecruzando as áreas da cultura e da educação.
O autor destas linhas é suspeito. Por duas razões. Em primeiro lugar, porque um dos temas que prefere ver abordados em cinema é precisamente a guerra, os grandes conflitos que opuseram nações ao longo da História, e o frágil lugar que o indivíduo ocupa em tal contexto. Invariavelmente, o indivíduo é um ser martirizado, um lutador contra forças que o ultrapassam, uma insignificância perante a inevitabilidade dos acontecimentos, não raras vezes à procura de redenção.