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Thor: Amor e Trovão
Fotografia: Marvel/Divulgação

‘Thor: Amor e Trovão’ é diversão segura mas efémera

Thor: Amor e Trovão é o quarto filme focado na versão banda desenhada do deus nórdico e o mais recente capítulo no Universo Cinematográfico da Marvel. A longa-metragem realizada, tal como a anterior, por Taika Waititi, estreou na quinta-feira, dia 7 de julho.

Chris Hemsworth volta, como esperado, ao papel de Thor, mas o grande destaque é o regresso de Natalie Portman como Jane Foster, depois de ter aparecido pela última vez num filme Marvel em 2013. O vilão do filme é interpretado por Christian Bale.

Depois de Thor: Ragnarok ter revitalizado a personagem – e lhe ter conferido o seu primeiro filme verdadeiramente bom – havia expetativas altas para Amor e Trovão. Ainda para mais, este lançamento chega numa altura em que a Fase Quatro do MCU revela sinais de estagnação.

A pressão era, por isso, elevada e Taika Waititi acaba por nos dar uma experiência que continua a não igualar os pontos mais altos da Marvel, mas cumpre no essencial: diversão. O filme não chega a duas horas (sem contar com os créditos e as respetivas surpresas) e dá-nos uma aventura engraçada, com cores vibrantes e ação criativa.

As mais recentes produções Marvel têm sido das mais pobres a nível audiovisual e, infelizmente, em partes, Thor: Amor e Trovão também parece que foi feito de de forma automatizada. No entanto, a irreverência de Waititi consegue brilhar e algumas brincadeiras na cinematografia são suficientes para dar vida a esta aventura.

Trata-se de uma aventura que conta uma narrativa que não se leva a sério e recheada de piadas… às vezes até demais. O humor da Marvel também já é um ponto controverso e em Amor e Trovão há alguns momentos em que ficamos a desejar que o drama pudesse respirar mais no meio de tanta comédia.

Thor
Thor: Amor e Trovão

Isto porque a história central de uma Jane Foster que tenta fugir ao seu destino e de um Thor ainda muito inseguro depois de tantas perdas é muito boa. Como o nome indica, há um foco grande no romance, contudo, a relação entre os dois protagonistas e o desenvolvimento ao longo do filme foge de alguns clichés. O argumento joga pelo seguro, claro, mas o espectador nunca sente que este reacender da chama é forçado e há, de facto, profundidade na dinâmica dos dois amantes.

Como foi dito anteriormente, a ação nunca desilude, especialmente à moda de Taika Waititi, em que surge misturada com uma banda sonora de canções comerciais. É muito provável que se saia da sala de cinema com pelo menos uma música dos Guns n’ Roses na cabeça.

E boa ação, num blockbuster, exige bons efeitos especiais. A Fase Quatro da Marvel tem sido marcada por uma chocante redução de qualidade nos efeitos a computador. É o caso da explosão em Black Widow ou o avião em Eternals, por exemplo. Amor e Trovão também revela algumas debilidades em algumas sequências iniciais do filme. Há inclusive um momento que já virou meme nas redes sociais. Não obstante, grande parte desta aventura não quebra a ilusão, mesmo tendo estes soluços.

Thor Amor e Trovão Marvel
Fotografia: Marvel/Divulgação

O vilão Gorr dá-nos um Christian Bale em modo “monstro que se esconde debaixo da nossa cama” e a escrita confere-lhe um objetivo claro e uma evolução interessante. A única pena é mesmo haver poucas cenas em que a personagem aparece. Não é um vilão marcante, apesar de cumprir o seu propósito na narrativa.

É um pouco como Thor: Amor e Trovão, em geral. Um filme que não será dos mais recordados da Marvel, nem talvez de 2022, mas que, durante duas horas, vale o preço do bilhete e garante diversão para toda a família.

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Amor e Trovão é o melhor filme da saga desde o estrondoso Homem-Aranha: Sem Volta a Casa, apesar de ainda estar muitos patamares abaixo. A Fase Quatro da Marvel continua a precisar de um filme que traga o MCU aos velhos tempos de glória. Ainda este ano, em novembro, haverá Black Panther: Wakanda Forever, que tem tudo para correr muito bem, ou para correr muito mal. Até lá, o espectador pode entreter-se com a nova aventura do Thor e desligar um pouco o cérebro.

Thor: Amor e Trovão
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