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Salto | Fonte: Ana Viotti

À Escuta. Salto, Rita Laranjeira e Manteau são os destaques da semana

Mais uma semana, mais um À Escuta, rubrica semanal do Espalha-Factos que destaca os mais recentes lançamentos da música nacional. Desta vez, sublinhamos as novas malhas de Salto, João Mesquita Rita Laranjeira, mas também a estreia de Manteau nas edições de curta duração, novos discos de Spiralist e DoisPês, os novos temas de Clara, B.E.R.A ft. Raissa, Mirai, Jepards, Constança Quinteiro e Frankie Chavez e, ainda, a edição de um disco ao vivo de Primeira Dama.

Afio a Língua’ é a nova malha de Salto

Os Salto apresentam ‘Afio a Língua‘, é o novo single de antevisão do novo disco da banda. Este, que será o quarto longa-duração do quarteto portuense formado por Gui Tomé Ribeiro, Luís Montenegro, Gil Costa e Filipe Louro, já conta com ‘Bem Dormidos‘, que apresenta melodias bem “saborosas de desfrutar”. Em ‘Afio a Língua‘  não é diferente – a sonoridade é certamente diferente, mais ligeira. Nesta canção, os Salto remontam em pitadas à estética de um rock suave dos anos 1960, com teclas psicadélicas que fazem deslizar o pé num acompanhamento rítmico da percussão.

 O teledisco da canção, realizado por André Tentugal e com cenografia de Hugo Cantegrel trauz precisamente esta aura: estamos num estúdio improvisado de um Top of the Pop em pleno ano 2021, com espelhos e filtros de cor onde, por trás, pessoas vestidas a rigor dançam em movimentos repetidos. Toda a canção fica, mas o refrão entrecortado é certamente a parte mais memorável da canção, mostrando que os Salto são mestre em compor canções chiclete.

O novo disco sairá em setembro, “de um trabalho desenvolvido desde 2019 em Marvila [na zona oriental de Lisboa], a agora casa-mãe dos Salto“.

– Kenia Sampaio Nunes

‘Clouds’ é o novo e refrescante single de Rita Laranjeira

Andamos há quatro meses com o seu single de estreia, ‘Jump’, em loop e, digamos que, ainda não nos fartámos. Aliás, estamos a falar da canção que nos fez cair totalmente aos pés de Rita Laranjeira. Mas, sejamos sinceros, bem que precisamos de repor as nossas energias para começar este mês de julho da melhor forma possível. Sendo assim, é caso para dizer que o seu novo tema, Clouds, chegou na altura perfeita. Conta com letra da própria, em colaboração com o trio ÁTOA (Guilherme Alface, João Direitinho e Mário Monginho) e Johnny Barbosa, também produtor. 

Custa-nos, muitas vezes, imaginar um choque orgânico entre a língua portuguesa e a língua inglesa numa só canção, mas Rita prova, mais uma vez, que isso é realmente possível. Em ‘Clouds’, ouvimos umas contagiantes malhas de baixo saturadas de groove e uns grandiosos beats, que surgem tímidos, mas vão se rompendo gradualmente até explodirem num refrão todo ele auspicioso e orelhudo. Tudo isto culmina num trabalho muito mais disco do que estávamos à espera, trazendo à baila fortes influências do universo sónico de Dua Lipa. Digamos então que estamos mesmo nas nuvens com este som tão refrescante. 

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Fotografia: Pedro Sacadura/Universal Music Portugal

O que quer que estejam a fazer, esta canção encaixa na perfeição como pano de fundo. Combina com umas noites quentes de verão enquanto dançamos como se não houvesse amanhã. Combina com umas longas e radicais roadtrips. Combina com um fim de tarde a ver o pôr-do-sol e a brisa do mar a pairar no ar. No final de contas, após ouvirmos este tema, é impossível não esboçarmos um sorriso de orelha a orelha e emanar boas energias. Aliás, a sua doce e harmoniosa voz é o suficiente para conquistar corações. Uma autêntica lufada de ar fresco. Shoutout também para o magnífico teledisco que acompanha este single, que nasce pelas mãos de Rita Seixas

‘Clouds’ é o segundo single da artista e antecipa o seu EP de estreia. Em entrevista ao Espalha-Factos, Rita revelou que podemos “esperar coisas muito diferentes” no que diz respeito ao seu trabalho enquanto compositora e intérprete, culminando num “mashup” de sonoridades. Independentemente do que se avizinha, temos a certeza que será épico e estamos, sem dúvida alguma, perante um novo e promissor fenómeno da música pop nacional. 

– Ana Margarida Paiva

Timequake é o EP de estreia veranil dos Manteau

Timequake é o nome do EP que nos apresenta os Manteau, banda lisboeta formada por João Maria Girbal, João Carvalho, José Salgado e António Jordão. Depois de ‘T’as l’heure?’ e ‘Almost Time’, dois singles que nos convenceram, o que nos espera então este Timequake?

Bem, desde logo, já conhecemos 50% das músicas contidas em Timequake – só temos quatro faixas e duas delas são os singles que precederam o EP. Contudo, não se interprete isto como algo mau. É um EP de estreia e tanto o bossa nova de ‘Almost Time’ e a dream pop de ‘T’as l’heure?’ merecem mais uma visita mesmo se já foram ouvidas no passado. As duas novas canções, contudo, cumprem também a missão de nos encantar. ‘Lisboa Continua’ é a canção mais psicadélica de todo o EP, estando perdida entre uns Capitão Fausto e uma Mallu Magalhães, enquanto ‘Lipstick’ é uma espécie de jam pop orelhuda, perfeita para o verão (não se ignore o trabalho de guitarra nesta faixa, por favor!).

Na realidade, todo este EP transpira verão: soa a brisa a entrar por ranhuras, a dias lentos preenchidos por grooves românticas e psicadelismos oníricos e poesia quasi-pretensiosa a inundar tardes passadas no Jardim da Gulbenkian. Não podemos ignorar esse cenário, ora, e Timequake é a banda sonora perfeita para esses momentos. Se reinventa a roda? Não, mas diferencia os Manteau de forma suficiente para ficarmos com curiosidade extra para ouvir o têm para oferecer no futuro. Por agora,: é deitar na relva a ouvir Timequake, e o concerto que os Manteau vão dar no OutJazz, dia 17 de julho, pelas 17 horas, no Parque Urbano de Miraflores, em Lisboa, é cenário indicado para isso. Apareçam, portanto – fica a dica.

 – Miguel Rocha

É o KIOSK de DoisPês

Segundo o que lemos naquela enciclopédia digital que tantas discussões finda diariamente – ora, a Wikipédia – podemos ler que um quiosque (no inglês, KIOSK) se trata de “uma pequena construção aberta por todos os lados, geralmente de planta octogonal e erguida em lugares públicos”. Por sua vez, o KIOSK de DoisPês não se rege pelo cariz octogonal deste tipo de infraestruturas, criando um espaço sonoro com o dobro dos lados, onde se podem ouvir ecoar mais de 13 vozes do panorama de hip-hop abstrato nacional.

Num mês onde nomes como FlyAnakin e Earl Sweatshirt andaram por terras lusas, é bom saber que não precisamos necessariamente de aguardar por gigantes do hip-hop abstrato e experimental em solo nacional para que este género possa ser usufruído e valorizado, porque sim, é um género que existe cá –  e de que forma. KIOSK é então uma excelente montra do que melhor se faz por estes campos. Como qualquer quiosque que acompanha de norte a sul a célebre calçada portuguesa, este álbum de DoisPês também tem uma vasta variedade de ofertas. Nas montras encontramos do mais relaxado e despretensioso, até ao mais reflexivo e espiritualmente apelativo, mas em qualquer uma destas ofertas, brindes e produtos, temos a garantia de uma eclética e competente produção do produtor português. A química por vezes é quase genética entre as batidas e os convidados que tanto fazem iluminar este estabelecimento. Num momento, é piscado um olho ao que fazem os gigantes Griselda, mais na ambiência do que propriamente nas temáticas, não sendo estranho ouvirmos escondidos uns quantos ad-libs pistoleiros, noutro flutuamos numa hipnótica tranquilidade – passando a tocha de influências a malta como Navy Blue – que tanto delícia os mais fugazes fãs deste tipo de sonoridade. Ainda temos temos para desfrutar única e simplesmente do que sai da caixa de ritmos de DoisPês.

Ninguém nesta assembleia de talento ofusca ou se deixa ofuscar. Todos conseguem deixar o seu ADN no álbum. Wugori, gonsalomc, s!lva, Parker entre outros, vão passando a batata quente durante estas 16 faixas sem nunca se queimarem e demonstram o porquê de serem nomes que deviam já estar a rodar nas playlist dos fãs de hip-hop por todo o país. É uma ótima maquete para vender a produção nacional de um género que tanto reconhecimento merece. DoisPês serve então de alquimista para magicar com todas estas mentes e consolidá-las num projeto tão sólido como este.

– José Duarte

How To Love’ é o primeiro avanço do EP de estreia de Clara

Clara começa a traçar caminho até ao lançamento do seu EP de estreia com o tema How To Love

Se espreitarmos os dois singles que já constam no seu reportório, ‘Família’ e ‘Seven’, facilmente notamos um resgate a uma sensibilidade pop – que tão bem assenta a Clara. De início, rompem uns belíssimos acordes de guitarra que nos fazem crer que estamos perante uma autêntica balada. Porém, há medida que o jogo instrumental se vai amplificando, somos guiados até um refrão magnífico e fora da órbita, graças a uns drops eletrónicos que soam incrivelmente futuristas, trocando-nos completamente as voltas. E é assim que se desenrola ‘How To Love’, uma canção arrojada e auspiciosa, que prende a nossa atenção do primeiro ao último segundo. Aqui notamos possíveis influências em artistas como Gracie Abrams ou Clairo, ou seja, daqui só poderia sair algo belo. 

Resta-nos esperar para saber o que mais anda Clara a preparar que, com toda a certeza, não irá desiludir ninguém. 

– Ana Margarida Paiva

Eternal Recurrence é o novo disco de Spiralist

Escrevemos pouco sobre o universo do heavy metal aqui no À Escuta mas de vez em quando picamos o ponto com o estilo quando encontramos algo que nos capta a atenção. Eternal Recurrence, o novo disco de Spiralist, o projeto musical de Bruno Costa, fez-nos exatamente isso: despertou-nos o olhar e lá fomos investigar. Ter uma capa bacana, a fazer lembrar artworks de uns Caligula’s Horse, ajudou! A artwork importa: fica o lembrete.

A primeira cena a notar sobre Eternal Recurrence é que os Spiralist apresentam-se em formato banda em vez de ser um projeto de uma só pessoa. Isto nota-se. Comparativamente com Nihilus, o primeiro longa-duração da banda, os instrumentais soam mais trabalhados e com nuances extra que antes não se ouviam na música de Spiralist. Segundo, e de acordo com o Bandcamp do projeto, o disco cresce tematicamente a partir da escuridão de Nihilus, onde a depressão era o tema principal, para uma história de recuperação e aceitação enquanto se lida com as “cicatrizes de uma experiência horrível”, como conta Bruno.

Em Eternal Recurrence, os estilos de black metal e metal mais progressivo continuam a ser explorados pela banda, como se ouve em “Sun Ra” (bons gritos, sim senhora) e na faixa que dá título ao disco, são as outras duas faixas de Eternal Recurrence que chamam mais à atenção, e por razões completamente opostas. ‘Transmutate’ é a melhor canção de Eternal Recurrence, uma faixa onde os sintetizadores e as grooves são a estrela, numa ode psicadélica que poderia sair diretamente para banda sonora de Dune, o romance de Frank Herbert, enquanto ‘The Unknown’ é a faixa mais fora de caixa do álbum, puxando o grupo para os caminhos da eletrónica e da darkwave, numa exploração sonora algo surpreendente, mas que de certa forma, faz todo o sentido acontecer. 

Com isso em mente, concluímos com sucesso que Eternal Recurrence vale a pena visitar. É uma pequena joia escondida no metal português – e parece que há mais por aí para descobrir – que tem de chegar a mais ouvidos por aí fora. Veremos se assim ocorre.

– Miguel Rocha

Super Desilusão é  o disco ao vivo de Primeira Dama

Gravado ao vivo na SMUP – Sociedade Musical União Paredense com apoio da Associação Filho Único, Super Desilusão é o primeiro disco ao vivo de Primeira Dama. Editado pela Xita Records, é “resultado de uma tentativa quase desesperada de vingar o tempo que se sublimou“. Todo o tempo que passou desde a edição de Superstar Desilusão, no ano inglório de 2020, sem se tocar, culminou numa mini tour por Portugal.

Foto: Primeira Dama em concerto no NOS Alive 2018

O concerto escolhido para reverter em disco foi o da SMUP – Primeira Dama (voz, distorção e rhodes), Martim Brito (bateria) e Chinaskee (som, delays e auto-tune) trabalharam a seis mãos neste concerto que transpira punk e reflete a sujidade sonora que, apesar de também ter origem numa “gravação malsucedida”, adicionam camadas míticas de grime às canções de Superstar Desilusão mas também a músicas de Primeira Dama, o segundo disco, como ‘Enredo‘ ou ‘Casa Cheia‘. O disco conta, ainda, com uma incrível rendição de ‘Boyfriend‘, hit incontornável do duo californiano Best Coast

– Kenia Sampaio Nunes

Lê também: Gostaste de ‘Heartstopper’? Temos cinco séries ideais para ti

‘Beastie Boyz’ é o nome do novo avanço do longa-duração de estreia dos Jepards

Depois de apresentarem ‘Numbed Out Conversations’, primeira antecipação do seu longa-duração de estreia, os Jepards, quarteto de Braga formado por António Dantas (guitarra, voz), Carlos Afonso (guitarra), Dany Silva (baixo) e Zé Pedro (bateria) regressa com ‘Beastie Boyz’, um novo avanço desse futuro trabalho discográfico, que volta a contar com gravação, mistura e masterização de Rafael Silver.

Na mesma sequência de ideias apresentada em ‘Numbed Out Conversations’, ‘Beastie Boyz’ é rock suado, um malhão daqueles para dançar a la The Strokes, mas com uma energia a puxar muito mais para o punk do que “apenas” para o rock de garagem. São riffs pujantes, grooves para pista de dança noturna, energia contagiante em toda a duração – pura e dura. Faz todo o sentido, então, que os Jepards expliquem, nas suas redes sociais, que ‘Beastie Boyz’ é uma “ode à vida boémia que caracteriza os meses que se avizinham”. Se o restante disco for assim, os Jepards sabem-na toda, e nós só temos a missão de juntarmo-nos à festa. Esperemos que esse primeiro álbum esteja para breve.

– Miguel Rocha

‘Borsch’ é uma homenagem levada a cabo por João Mesquita

Depois da sua estreia no mundo da música com o tema ‘Sorte de Quem a Fez’, João Mesquita apresenta agora Borsch, antecipando a sua estreia em curtas-duração, Primeira Volta de Saturno. Escrito e composto pelo próprio, o novo single conta com produção e gravação de João Borsch. 

Ora bem, estamos perante uma belíssima homenagem e o título da canção não esconde isso. Nas redes sociais, João revelou que ‘Borsch’ trata-se de “uma homenagem a este génio e mega estrela pop que ainda vai dar muito que falar (e que por acaso produziu o meu disco), João Borsch”. Neste tema, o lisboeta desvia-se daquilo que fez no seu single de estreia, marcado por uma sonoridade bossa nova, e aposta numa ambiência a fugir para o retro pop, onde nos perdemos facilmente no meio de tantos grooves. “Vá, anda, abana a anca” é o verso que dá o pontapé de saída para esta incrível malha e é, precisamente, esse o efeito que provoca em nós após esta audição: abanar a anca até não pudermos mais. 

“Aposto os meus milhões em ti”, canta João. Nós, por cá, apostamos os nossos milhões neste promissor artista. O EP de estreia de João Mesquita, Primeira Volta de Saturno, tem data de lançamento marcada para dia 15 de julho.

– Ana Margarida Paiva

Frankie Chavez garante: ‘Cheguei Bem

A guitarra afinada de Frankie Chavez anuncia nos primeiros acordes que ‘Cheguei Bem‘ trata-se de redescoberta. Aqueles strums ritmados e, logo a seguir, a voz quase sussurrada de Frankie confirma as suspeitas. Diz, a certo ponto “deixei que os braços me ensinassem a chegar aqui“, uma mensagem tão simples mas tão carregada – permite introspeção e instiga e uma paragem para olharmos para trás e perceber o que de facto, nos trouxe ao caminho que hoje percorremos. “Fala (…) de percebermos que, apesar dos erros que tenhamos cometido, o que interessa é, ao mesmo tempo, ir aproveitando o que a vida nos traz“, diz o cantautor e multi-instrumentalista na press release.

Cheguei Bem‘ é o primeiro single de antevisão do novo disco de Frankie Chavez, um dos grandes nomes do blues e folk português que, para além da carreira a solo é metade de Miramar, conjunto que forma com Peixe.

– Kenia Sampaio Nunes

B.E.R.A junta-se ‘Lentamente’ a Raissa

É do mundo do funk e do soul onde nasce a sonoridade de Fred Martinho, não estivesse ele associado a projetos musicais como HMB ou Pimenta Caseira. Sob o nome de B.E.R.A, há uns meses, resolveu apresentar-se a solo com o single de estreia ‘Não Pára’ e, agora, chega-nos aos ouvidos Lentamente, ao lado de Raissa. O novo tema conta com a coprodução de YANAGUI.

Sobre ‘Lentamente’, relata em comunicado enviado à imprensa: “Numa época em que tudo passa rápido, onde ninguém tira tempo para saborear o momento, para se envolver nas catacumbas do prazer e deixar que o tempo pare. E não sobre mais nada a não ser o instinto, o inconsciente, o imaterial. Que deixa memórias bem mais vividas que qualquer reel de Instagram. Um G-Funk reinterpretado nas margens do Rio Tejo, com sabor a Lisboa e a devaneio. Para dançar agarrado a quem se tem, para se enviar a quem se deseja”.

São pouco mais de quatro minutos musicais que nos presenteiam com um constante groove orelhudo e uma energia fora de si-mesmo, que nos faz querer dar uns quantos passos de dança “lentamente” ao som desta incrível simbiose. O refrão, constituído apenas por onomatopeias, é fruto de uma simplicidade pura, mas, igualmente, de uma perspicácia surreal, revelando-se o hook principal. É uma canção para se ouvir mais do que uma vez. Coloquemos, então, em loop lado a lado com o incrível teledisco realizado por Rui dos Anjos. Isto, pelo menos, até ao próximo lançamento de B.E.R.A.

– Ana Margarida Paiva

‘Assassino’ é a nova faixa de Mirai

Mirai continua a surpreender. É essa a lei que continua a marcar a curta, mas intrigante, carreira do rapper português, que em ‘Assassino’, o seu novo single, mete a cargo da produção Lazuli. Resultado desta parceria? É banger

O beat de Lazuli, perdido entre o trap e o dancehall (quem dera ao Drake no seu pico ter um instrumental destes à sua disposição), é o habitat natural para Mirai brilhar. A sua cadência continua imaculada – é um MC com talento notável -, mas é a sua capacidade para brilhar nos hooks que nos ganha o coração e os ouvidos. O refrão de ‘Assassino’ é daqueles que não dá para ignorar, mesmo que tentemos. Hit instantâneo com as vibes  corretas de quem continua com vontade de matar o game, não haja dúvidas.

– Miguel Rocha

Constança Quinteiro apresenta ‘Conta-me

Conta-me‘ é o mais recente single de Constança Quinteiro, que surge depois do lançamento do seu EP de estreia, Aventurina. Nesta canção, reside uma homenagem singela à avó da cantora, sendo esta uma canção de libertação de um luto, seis anos depois da sua partida. A sua batida pop, com polvilhadas de bossa nova e samba complementam a feliz dedicatória, mostrando que uma canção tão pessoal não precisa de ser tão pesada como o seu assunto. Constança Quinteiro mostra a leveza das emoções e relembra com carinho as memórias, louvando um passado com os pés firmes no presente, mostrando com a sua voz suave essa libertação. 

Foto: divulgação ‘Aventurina’

A cantora, que fez parte do conjunto MEDVSA e estudou Music Perfomance em Londres, conta no comunicado enviado à imprensa que quis com este tema “escrever uma mensagem para a minha querida avó Ana, onde quer que ela esteja, para lhe dizer o quão gosto dela e que apesar da saudade estou bem e continuo a lutar pelos meus sonhos“. O resultado é esta bela canção, que deixa no ar a curiosidade para os próximos passos de Constança Quinteiro. 

– Kenia Sampaio Nunes