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Eurovisão
Fotografia: Andres Putting/EBU

À Escuta. MARO, Hause Plants e Janeiro são os destaques desta semana

Chega ao final mais uma semana e com isso, é hora de reunir os lançamentos da música portuguesa para o À Escuta, rubrica semanal do Espalha-Factos. Esta semana, o destaque é conferido aos novos singles de MAROJaneiro e ao novo EP de Hause Plants.

Falamos também de novos singles de Adler JackAlex and us, AVAN GRA, Gonçalo e ProntoGuanabara, Os Azeitonas, semivitae e TOMARA, do primeiro avanço do disco de estreia do coletivo Avalanche, da junção entre os D’Alva e Isaura, do novo disco de Sessa, do EP de estreia de jo~ao e da estreia oficial de SolanoWithAnO.

MARO celebra o amor com ‘like we’re wired’

MARO continua a preparar o lançamento do seu novo álbum. Depois de ‘am i not enough for now?’, ‘we’ve been loving in silence’ e ‘it keeps on raining’, a intérprete e compositora, que dispensa quaisquer apresentações, apresenta agora o quarto avanço desse projeto, intitulado like we’re wired, produzido pela própria, em colaboração com John Blanda.

Já tinha conquistado os nossos corações com os três primeiros avanços, mas, desta vez, rouba-nos (totalmente) com este ‘like we’re wired’, onde explora o amor de forma subtil. De detalhe em detalhe, MARO constrói uma lírica romântica e fervorosa, que começa a sobressair numa ambiência sonora suave e sideral, e desenrola-se até o culminar de um refrão intenso e apaixonado, que explode juntamente com uma bateria robusta, colocando-nos em sintonia para com o amor. Uma canção perfeita para nos acompanhar nuns belos fins de tarde com cheiro a verão, enquanto o sol se põe. Depois de ouvirmos este novo single, temos apenas uma declaração a fazer: MARO, para nós, “you’re the one”, um autêntico tesouro nacional.

O novo longa-duração de MARO tem lançamento previsto para este verão. Do que temos ouvido até agora, garantimos que é um projeto de fazer crescer água na boca.

– Ana Margarida Paiva

Hause Plants regressam com Sleeping With Weird People EP

Depois de editarem o seu EP de estreia, Film For Color Photos EP, em 2021, os Hause Plants regressam com o seu segundo curta-duração, Sleeping With Weird People EP, parcialmente inspirado pelos eventos e peripécias da vida em digressão e pela relocalização da banda para a cidade de Nova Iorque. O novo EP dos Hause Plants conta com ajuda na produção de Niki Moss e foi editado pela Spirit Goth Records.

Hause Plants - Sleeping With Weird People EP
Fotografia: Bandcamp da banda

Não é à toa que os Hause Plants se mudaram para Nova Iorque. A sua sonoridade revela influências de bandas do movimento de garage rock que encontrou em Nova Iorque combustível para se acender no início da década de 2000 – os The Strokes, os Yeah Yeah Yeahs desta vida – e de grupos saídos da cena DIY de Brooklyn do início da década de 2010 – os DIIV, os Beach Fossils, os Craft Spells -, comumente associados à editora Captured Tracks. E se a influência desses momentos do circuito musical de Nova Iorque já se fazia sentir em Film For Color Photos EP, o que será que acontece quando colocas uma banda como os Hause Plants a existir e criar nesse ambiente? A resposta a esta pergunta revela-se em Sleeping With Weird People EP: o seu impacto é mais sentido na sonoridade e estética dos Hause Plants e, por consequência disto parecer ser o habitat natural da banda, resulta que tudo o resto à sua volta também acaba por subir a parada face ao seu EP de estreia.

Por outras palavras, aquilo que Guilherme Machado Correia, Daniel Oliveira Royo, João António Nunes da Silva e João Simões apresentam em Sleeping With Weird People EP é uma evolução de Film For Color Photos EP. A escrita é mais madura (mas não deixa de ser jovial!), as canções soam melhor e mais desenvolvidas – não é que não o fossem em Film For Color Photos EP, mas em Sleeping With Weird People EP, há mais camadas para descobrir em cada faixa. ‘Fun At Random Places’ não soaria fora de sítio em Film For Color Photos EP, mas estando presente em Sleeping With Weird People EP, soa mais arrojada e divertida. Apontando no mesmo sentido de diversão jovial, ‘Fake Friends’ brinca com sintetizadores de uma forma dançável que outrora ainda não tínhamos ouvido nos Hause Plants, enquanto ‘Small Talk’ cruza o universo de dream pop do grupo com a sensibilidade de pop dançável de uns Dehd.

O cruzamento do universo dos Hause Plants com uma sensibilidade pop não para com ‘Small Talk’. Ela existe em todas as faixas de Sleeping With Weird People EP e serve para lembrar uma coisa: os Hause Plants fazem canções pop ou, pelo menos, canções que, no final do dia, ficam presas na cabeça. Conseguiram não cantarolar as melodias de ‘Stranger Anywhere’ ou não sorrir quando as guitarras se elevam em conjunto catártico? Pois, nós também falhamos nessa missão. É complicado, não é? Música pop coberta de reverb, introspetiva, onde as guitarras são melosas, os ritmos são pujantes, e a atmosfera quando tudo se une numa faixa é a de ruas cobertas de luzes néon, onde a vida acontece. São concertos, bares abertos, putos a fazer a próxima grande cena a acontecer. E os Hause Plants têm tudo para ser a próxima grande cena a acontecer – só precisamos de ouvir com cuidado. O potencial demonstrado com Film For Color Photos EP é confirmado em Sleeping With Weird People EP e, mesmo assim, sentimos que ainda há algo (talvez bastante) mais a descobrir no som da banda. 

Sleeping With Weird People EP vai ser apresentado em Lisboa, neste dia 25 de junho, no Musicbox, numa festa que contará com presença de Marinho e Jasmim. A dose é depois repetida dia 1 de julho, nos Maus Hábitos, no Porto, com a ajuda de Primeira Dama.

– Miguel Rocha

Pensando Bem’, de Janeiro, traz paz

Pensando Bem’ é o novo single de Janeiro. Resultado da sua “fuga” para o campo, esta canção celebra a paz e simplicidade de uma vida mais lenta. O seu ritmo brando e a voz deleitosa de Janeiro convidam o ouvinte a descontrair e experimentar a paz que o artista sentiu em fugir da cidade: “só quero que sintam o que eu senti quando decidi fugir. Fugir da cidade. Para voltar mais consciente”, escreve aquando da apresentação do single na esplanada do icónico restaurante lisboeta O Solar dos Presuntos.

Pensando Bem’ é um dos avanços de fuga•cidade, disco escrito e composto precisamente nesse contexto de êxodo que permitiu a Janeiro abrir os horizontes e amainar. Sempre com as influências do jazz, este single vem relembrar primeiros temas do cantor como ‘(sem título)’ ou ‘Toma Coisas Para Viver’ — este último com mensagem parecida a esta nova canção, onde canta a simplicidade: “Olha p’ra vida com leveza e pura/ Não há razão p’ra ela ser tão dura/ A decisão de bem ou mau é tua/ Olha p’ra vida como olhas p’ra lua”.

– Kenia Nunes

‘WHAT’S GOING THROUGH YOUR MIND’ é o primeiro malhão deste verão de Adler Jack

Como se um novo lançamento do multifacetado Adler Jack não fosse suficiente para incutir doses consideráveis de hype a todos os que prazerosamente se aventuram na sua música, o artista de Coimbra demonstra-nos a importância e eficácia que uma boa campanha de “marketing” pode ter na criação de antecipação a um novo single. Ao longo das últimas semanas, o artista tem vindo a partilhar nas redes sociais pequenos troços do arrojado videoclipe do seu novo trabalho ‘WHAT’S GOING THROUGH YOUR MIND’, aumentando consequentemente a água na boca de todos os que ansiavam este seu novo lançamento.

Muita desta ânsia e expectativa, advém das sucessivas surpresas que Adler Jack nos prega sempre que mete coisas cá fora, pois este tem vindo a meter cruzes bem vincadas sobre os quadrados dos mais variados géneros. Já nos brindou com electrónica, bubblegum bass, hypnagogic pop, hyperpop e nunca escondeu os psicadelismos de Yves Tumor que o têm vindo a inspirar – não sendo surpresa ver o nome do americano na playlist de músicas que  inspiraram este novo single.

Desta feita, o jovem artista não dececionou e deixou-nos aqui um autêntico malhão carregadinho de veneno. Temos umas guitarras estridentes e eletrizantes, uma linha rítmica toda bruta e cheia de distorção, que ainda tem tempo para nos trazer umas lembranças daquele bom punk dançável que nos traziam uns Bloc Party na primeira metade dos anos 2000, para culminar, temos um refrão altamente penetrante que ecoa de tal forma nos nossos tímpanos que não é sequer necessário a totalidade dos pouco mais de três minutos de faixa para o termos na ponta da língua. Um banger de art rock e neopsicadélico com umas pitadas de pop que tão bem sabem.

Resta-nos esperar para saber o que virá a seguir a ter batido com o carro no poste. Se vai andar a pé ou de transportes, não sabemos, mas que Adler Jack sabe por onde anda, aí isso sabe. Este verão já se sabe que vem aí um álbum com a habitual colaboradora Vert Gum e tem o nome de Ka-Chow. O videoclipe de ‘WHAT’S GOING THROUGH YOUR MIND’ ficou a cabo de Guilherme “Regine” Franco, Pedro “Pojo” Rodrigues e Daniela Primo “Burlesca”.

– José Duarte

‘Did we lose’ é o novo avanço do disco de estreia de Alex and us

Os Alex and us continuam a traçar o caminho em direção ao seu disco de estreia. O trio formado por Bruna Oliveira (aka Alex – voz e guitarras), Luís Afonso (guitarras e baixo) e Vasco Nunes (guitarras e teclados) colocou cá fora ‘Did we lose’, mais um avanço do seu primeiro disco, que conta com a colaboração de Filipe Simões na bateria e Tiago Paulos no violoncelo.

‘Did we lose’ é uma balada capaz de fazer algo que Amy Lee, dos Evanescence, poderia fazer. A faixa tem um toque minimalista e algo gótico – especialmente na voz de Bruna -, caminhando para uma catarse de slowcore que se assemelha ao que aconteceria se os Coldplay fizessem uma canção com uma Julien Baker. E de alguma forma, funciona. É emocional e sensível, que podemos já dizer serem duas características certeiras para descrever a música de Alex and us.

O disco de estreia de Alex and us tem data de lançamento marcada ainda para o ano de 2022.

– Miguel Rocha

Primeiro vislumbre do álbum colaborativo do Coletivo Avalanche surge ‘Assim’ bem fresco

Por entre múltiplos significados, diz-se que uma a·va·lan·che remete para qualquer coisa que surge em grandes quantidades. Talvez seja por isso que um inovador coletivo de artistas focado em criar espaços para a música feita em colaboração” se apresenta com o nome de Avalanche: o talento que lhes corre nas veias é exuberante. Assimé o nome do primeiro single de avanço do seu disco colaborativo, Volume I, e junta Choro, Inês Lucas, iolanda e Matheus Paraizo.

AVALANCHE - Assim
Fotografia: Divulgação

Este coletivo juntou os quatro artistas emergentes no mesmo estúdio, culminando numa sessão em formato Writing Camp Avalanche. Daí nasceu ‘Assim’, escrito, produzido e interpretado por Choro, Inês Lucas, iolanda e Matheus Paraizo, “um bom exemplo daquilo que a Avalanche pretende incentivar: a união de talentos ímpares, com o objetivo de criar arte porque sim”.

Marcada por um riff inicial audaz, esta canção dá as boas-vindas com uns acordes de guitarra fogosos, dando, segmentos à frente, palco a umas linhas de baixo vibrantes. Todavia, é com uns teclados a surgirem sob camadas imponentes e bem encaixadas que vai ganhando cada vez mais corpo. Incrivelmente contagiantes, as batidas pautadas neste ‘Assim’ convidam-nos a dançar como se não houvesse amanhã, enquanto cantarolamos lado a lado com estas vozes refrescantes e inigualáveis. O produto final é uma canção totalmente arrojada, intensa e jovial, um puro banger que irá, com certeza, marcar presença no nosso verão.

O álbum colaborativo, Volume I, tem lançamento previsto para o final deste ano e conta com 18 artistas e dez músicas. “É um ‘best of’ daquilo que foram as quatro primeiras edições de Writing Camps Avalanche, em parceria com os Great Dane Studios”, portanto só podemos esperar coisas boas deste coletivo, que promete andar nas bocas do país.

– Ana Margarida Paiva

‘Sê Tu Próprio’ é o novo capítulo dos AVAN GRA

Já estávamos com saudades de escrever qualquer coisa sobre os AVAN GRA e ficamos felizes por reportar que a nova faixa do duo de hip-hop formado por 90’s Kid e Carracha é mais um banger. Mas o que esperar de uma faixa que abre logo com uma referência ao grande MF DOOM? Não se invoca lendas em vão e os AVAN GRA certamente não o fazem – têm noção da responsabilidade que se tem quando se invoca MF DOOM para a conversa da coisa.

Em ‘Sê Tu Próprio’, os AVAN GRA voltam a sair da caixa. O beat é um dos mais inventivos e surpreendentes que apresentaram até ao momento e as barras voltam a ser de qualidade. Tanto 90’s Kid como Carracha são dos MCs mais talentosos da cena de hip-hop tuga emergente, e é curioso ouvir a evolução de ambos com cada nova faixa. Carracha, em particular nesta faixa, surpreende com uma presença bem soulful na sua entrega, criando múltiplos hooks vocais que, quando combinados com o beat, funcionam em dar algo de orelhudo à faixa, que relembra o mote quase clichê: sê tu próprio. E se isto são os AVAN GRA a serem eles próprios – e até agora, não ouvimos nada que nos leva a crer em contrário -, então podemos ter a certeza que estão no caminho correto para se elevarem. Conhecem a história e sabem como preparar o futuro – esse dia há-de chegar.

O disco homónimo, esse, continuamos à espera que chegue. Até lá, é continuar a ouvir e a espalhar a boa-nova destes putos.

– Miguel Rocha

Sala de Espera’ junta D’Alva e Isaura

Sala de Espera é o mais recente avanço de D’Alva para o novo disco, ainda por lançar. Nesta canção, contam com a participação de Isaura que, juntamente com Cláudia Pascoal, representou Portugal no Festival da Eurovisão em 2018.

Assim, Alex D’Alva Teixeira, Ben Monteiro, Gonçalo de Almeida — o mais recente membro da banda — e Isaura formam o quarteto de ‘Sala de Espera’ que reconstrói o ambiente de um MMORPG (massiva multiplayer on-line roleplaying game) através de uma sonoridade vaporwave que remonta a clássicos como ‘MACINTOSH PLUS – リサフランク420 / 現代のコンピュー’ ou ‘Caligula’, de Windows 96.

Invocando  esses clássicos redescobertos e clamados pela world wide web, ‘Sala de Espera’ é também uma ode pop ao virtual que foi, no fundo, o que manteve muitos de nós sãos nestes últimos anos conturbados: “Nessa época em que um MMORPG (massive multiplayer online role-playing game) servia como ponto de encontro virtual entre amigos, surge também a ideia para esta canção. Depois de vários encontros virtuais, felizmente voltamos a poder ter encontros presenciais e podemos tornar esta ideia numa realidade.”, declara o trio. Uma junção que culminou neste feliz resultado, que junta a intensa voz de Isaura à “pop-p’ra-dançar-feliz” de D’Alva.

SOMOS, o terceiro disco de estúdio de D’Alva tem data de lançamento marcada para o dia 23 de outubro deste ano.

Kenia Nunes

Gonçalo e Pronto canta ‘Ouro Sobre Azul’

Depois de entregar a bela ‘Sem Título’ já este ano, Gonçalo e Pronto está de regresso com um novo single, intitulado de ‘Ouro Sobre Azul’. A faixa conta com produção de Momma T, mistura e masterização de Vitor Carraca Teixeira e participação de Lana Gasparotti nos teclados.

No comunicado partilhado com a imprensa, Gonçalo e Pronto conta que ‘Ouro Sobre Azul’ nasceu “durante os confinamentos de 2021”, onde inicialmente “servia apenas de sátira à forma exagerada como nos queixamos das restrições que nos eram impostas momentaneamente”, tendo depois evoluído para uma “viagem sobre uma vida perfeita, quer seja vivida ou desejada”.

Com isso em mente, não choca que ‘Ouro Sobre Azul’ soe introspetiva. A música de Gonçalo e Pronto tem apresentado essa qualidade desde do seu primeiro lançamento e esta sua nova faixa não é exceção. ‘Ouro Sobre Azul’ é uma canção pop por natureza, onde influências de bossa nova e soft rock vão surgindo. São estilos que já tinham surgido na música de Gonçalo e Pronto, certo, mas não de forma tão afincada – e resulta bem. A voz de Gonçalo combina bem com estes estilos e o instrumental é muito bem conseguido, mesmo que algo esparso em momentos. O solo é belo, os teclados dão um toque algo jazzy à cena, e as grooves são algo dançáveis, quase tornando esta faixa introspetiva em algo que soa esperançoso e alegre. Funciona, por outras palavras, e bem o suficiente para conseguir que queiramos ouvir mais do que o artista eborense tem para oferecer no futuro.

– Miguel Rocha

Drogas Pesadas’, dos Guanabara, recebe nova versão

Com EP lançado em março deste ano, o duo Guanabara, formado por Guilherme Tomé Ribeiro (Salto, GPU Panic) e Pedro Lucas, revela agora a nova versão do singleDrogas Pesadas’. Levada a cabo por Manuel Palha, guitarrista de Capitão Fausto e Modernos e membro do Conjunto Cuca Monga, do qual os Guanabara agora também fazem parte, esta versão vem atribuir novas camadas e sonoridades à canção.

Os arranjos desta ‘Versão Palha‘ fazem lembrar velhos cabarets e salões de salsa, ambientes imbuídos em fumo e mistério. A essência permanece, mas esbanjam-se violinos onde outrora ouviam-se os coros e o batuque. ‘Drogas Pesadas (Versão Palha)’ é, na verdade, a primeira versão desta canção; para além dos arranjos, Manuel Palha também misturou e produziu a canção.

A acompanhar a canção chega um videoclipe igualmente carnavalesco, com cameo do próprio Palha e realizado por Tiago Brito, onde os passos de dança de Inês Gomes e Rui Barboso deslizam, seguindo o mote dos arranjos do guitarrista.

– Kenia Nunes

Myself As Well é o primeiro EP de jo~ao

Myself As Well é a estreia oficial do músico e artista visual jo~ao. Depois de nos ter apresentado os singlesI Must Go On’ e ‘Shedding’, jo~ao apresenta-nos agora o todo onde estes se inserem.

jo~ao - Myself as Well
Fotografia: Bandcamp do artista

Composto por seis músicas, ‘Myself As Well’ apresenta uma viagem interior pela mente do artista, começando com uma introdução branda mas certeira em ‘Behold’, que ecoa já a vértebra onírica do projeto, passando por ‘Shedding’ e ‘The Whole World’, que indicam renovação e novas prospeções.

O EP fecha com ‘I Must Go On’, canção que repõe a componente do sonho inanimado que se repete ao longo das canções, e reflete, numa roupagem que mistura pop e eletrónica, os seus próximos passos: “The Silence for a Moment/ No words, no murmurs/ I must go on”. Fecha-se o ciclo e jo~ao questiona como nós que “perhaps it was all a dream”.

– Kenia Nunes

Muito anseiam Os Azeitonas por ‘Três Dias de Sol’

‘Três Dias de Sol’ é o novo single do trio portuense Os Azeitonas. Marlon, Nena e João Salcedo regressam nesta que é uma canção-exaltação da época mais aguardada do ano: as férias de verão.

Os Azeitonas têm, ao longo dos últimos anos, a aperfeiçoar a fórmula da canção feel-good. De ‘Quem És Tu Miúda’, passando por ‘Não Há Direito’ e agora em ‘Três Dias de Sol’, o trio mostra que não perde a ginga, oferecendo canções bem limadas e que põem qualquer um a bater pé. Este single entra, assim, para as playlists de Verão Portugal fora, e instila aquele velho desejo de sentir a água salgada a varrer os pés. Ansiamos também esses dias, e que não falte festa nem Bob Dylan, nem ondas para os tubos.

– Kenia Nunes

‘éramos uns putos’ é o segundo single de semivitae

No final de fevereiro, José Rios (Peluche) estreou o seu projeto a solo semivitae com o single ‘preto e branco’. Agora, quatro meses mais tarde, o segundo lançamento do projeto está cá fora, uma faixa intitulada de ‘éramos uns putos’.

À semelhança daquilo que se ouviu em ‘preto e branco’, ‘éramos uns putos’ e uma faixa perdida entre o universo do pós-rock e do slowcore. Há vários momentos da faixa em que o trabalho de guitarra, se fecharmos os olhos, claramente puxa uns Linda Martini para a conversa, mas quando todos os elementos se juntam, faz lembrar mais algo como LSD and the Search for God, mas sem tanto a componente de wall of sound do shoegaze e dream pop. É mais a ambiência onírica de uns Mazzy Star ou Mojave 3 que nos surge.

Contudo, o resultado é mesmo encantador e belo, e as capacidades como guitarrista de José Rios seduzem toda a duração faixa, deixando-nos sentir, quando termina, que podíamos estar sentado a ouvir ad eternum a dissonância da canção . E se isso já acontece agora, o que irá acontecer daqui a uns tempos com mais lançamentos? Ficaremos à espera para descobrir.

– Miguel Rocha

Já se pode ouvir a Estrela Acesa de Sessa

Estrela Acesa é o novo disco de Sérgio Sayeg, nome que dá corpo ao alter-ego Sessa, que conta com o selo da gravadora independente nova-iorquina Mexican Summer. Depois dos quatro avanços ‘Sereia Sentimental’, ‘Gostar do Mundo’, ‘Canção da Cura’ e ‘Pele da Esfera’, o artista brasileiro revela agora as restantes oito faixas, culminando no seu segundo longa-duração.

Sessa - Estrela Acesa
Fotografia: Bandcamp do artista

Um disquinho feito à mão ao lado de grandes comparsas, meu mergulho mais fundo no que me emociona em mexer nessa construção humana que é a música”, revela nas redes sociais. Considerando a lírica, as harmonias e toda a estética pautada nesta Estrela Acesa, podemos perfeitamente criar um elo de ligação entre este trabalho e o que Sessa fez no seu álbum de estreia, Grandeza. O que queremos dizer com isto é que, o que presenciamos em Estrela Acesa é, simplesmente, Sessa a aproveitar, de forma exímia, o seu projeto de estreia, fortalecendo todos os elementos a partir de novas dinâmicas de composição e de instrumentação, ao longo de 12 belíssimas e ternas faixas. O resultado final é uma viagem onírica pelos cantos do amor e da vida, numa mistura entre a MPB e a bossa nova, com algumas pitadas de jazz.

– Ana Margarida Paiva

SolanoWithAnO estreia-se a solo com ‘Death of an Imaginary Friend’

Nós aqui, pelo À Escuta, estamos sempre prontos para ver emergir novos artistas, principalmente aqueles com uma tamanha sede em crescer. É o caso de Miguel Solano, ou como se apresenta artisticamente, SolanoWithAnO. Já pisou os mesmos palcos que Papillon, enquanto guitarrista, e já colaborou em projetos lado a lado com Slow J e UAU, OK. Neste momento, está pronto para abraçar uma carreira a solo, à qual dá o pontapé de saída com Death of an Imaginary Friend, escrito, produzido e composto pelo próprio com a ajuda de Vasco Teodoro e Marco Reis

Escrita entre Escócia e Portugal, esta canção “fala sobre o sentimento de perda de conexão para com uma entidade que sempre nos foi próxima – um sentimento em relação a alguém, uma perda de fé ou mesmo identidade – e sobre os efeitos que têm para com a pessoa”, explica em comunicado partilhado com a imprensa.

Uma lírica introspetiva e melancólica aliada a uma sonoridade etérea e nostálgica, que bebe influências de um folk tocado por Neil Young ou Nick Drake e de um indie rock tocado por The War On Drugs, Jeff Buckley ou The Smiths, é o essencial para esta canção tocar nos nossos corações, deixando-os bem apertadinhos – não esquecendo a belíssima voz de Miguel. ‘Death of an Imaginary Friend’ mostra-se uma canção trabalhada de forma meticulosa, revelando-se totalmente eclética, considerando as diversas experimentações sonoras, que nos remetem a uns Radiohead. Paralelamente, faz-se acompanhar por um encantador teledisco realizado por Gonçalo Malaquias.

Temos aqui uma estreia extremamente interessante, que nos obriga a ficar de olhos postos neste SolanoWithAnO para descobrirmos o que mais tem na manga.

– Ana Margarida Paiva

TOMARA ouvirmos esta malha ‘Ao Sol’

“É talvez o último dia da minha vida.

Saudei o sol, levantando a mão direita,

Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,

Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada”

– Alberto Caeiro

É assim que TOMARA junta-se ao heterónimo bucólico de Fernando Pessoa neste render Ao Sol’. Se Caeiro saudava-o levantando a mão direita, o indie rock meets synthpop de TOMARA, nome com que se deixa iluminar Filipe. C Monteiro, entrega-se para poder viver “inteiro e sem segredo” neste primeiro avanço de Avalanche, o próximo disco de TOMARA.

TOMARA
Fotografia: Divulgação / Melissa Vieira

‘Ao Sol’ é um tema confortável, que brilha pela sua leveza e simplicidade, tal como o sol, que despretensiosamente nos ilumina e cria estes monótonos sombreados que nos perseguem, a que nós damos o nome de sombras, que contêm só mais do mesmo. A faixa conta com colaboração de Nuno Sarafa na bateria.

Avalanche, sucessor de Favourite Ghost, lançado em 2017, será editado logo depois do verão terminar e marca uma nova fase para TOMARA, onde a língua cantada é o português.

– José Duarte

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