Clara de Sousa recorda, em entrevista ao Expresso, a pior fase da sua carreira profissional, destacando a passagem pela RTP. Em declarações ao jornal, denuncia que houve quem a “tentasse matar profissionalmente”. Em 2000, com 32 anos, a jornalista abandonou a estação pública e mudou-se para a SIC e assegura não ter intenções de regressar à estação pública.
Clara de Sousa revela que não tem boas memórias da sua passagem pela RTP. “Não tenho boas memórias. Tentaram assassinar-me profissionalmente”, assegura. Em causa afirma que estava uma “vingança idiota movida pela pequenez das pessoas”. Dito isto, a jornalista considera que os “pequenos poderes revelam muito mais da pessoa que os exerce do que de quem é vítima deles”.
Perante esta recordação, a pivô fecha a porta a um regresso ao canal público, garantindo que não era capaz de voltar a trabalhar na estação. “Costuma dizer-se «nunca digas nunca». Mas eu não voltaria à RTP, mesmo não estando já aquela casa nas mãos das mesmas pessoas. Segui outros caminhos”, assegura. Apesar de admitir ter no canal um “bons colegas, bons profissionais, que fazem bons trabalhos”, Clara de Sousa explica: “não conseguiria funcionar na RTP da forma como consigo funcionar na SIC”.
De recordar que a jornalista portuguesa é atualmente a pivô do Jornal da Noite, emitido pela SIC. Apesar de ser um dos principais rostos de informação do canal três, estreou-se na TVI e teve uma breve passagem pela estação pública, marcada por um “profundo sofrimento”. Contudo, foi graças à estadia na RTP que se tornou na única jornalista portuguesa, para além de José Alberto Carvalho, que apresentou o noticiário principal dos três canais generalistas.
Ainda em entrevista ao Expresso, a pivô confessa ainda ao jornal ter “um forte sentido de justiça”, destacando este caso que viveu como um momento marcante na própria carreira profissional. “Perante a injustiça fico angustiada. E aquilo não era certo. Não estava correto”, atira. A isto, acrescenta: “As pessoas revelam-se quando lhes põem o poder nas mãos. Aquela pessoa estava a usar o poder que tinha adquirido para o exercer negativamente sobre mim, porque simplesmente queria prejudicar-me profissionalmente. E é este tipo de gente, esta gentinha que não presta, que durante anos minou uma casa como a RTP”.