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Britney Spears
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#FreeBritney. Britney Spears libertada da tutela 13 anos depois

A notícia que Britney Spears e milhões de fãs em todo o mundo aguardavam há anos chegou finalmente. A artista norte-americana é agora livre de voltar a decidir sobre a sua vida pessoal, profissional e financeira sem que qualquer tutela a supervisione.

A decisão foi tomada em audiência do Tribunal Superior de Los Angeles esta sexta (12), pela juíza Brenda Penny, que considera que “A tutela da pessoa e do património de Britney Spears já não é necessária“.

Este último passo da libertação da cantora acontece menos de dois meses depois de o pai, Jamie Spears, ter sido removido da gestão da tutela, e era visto como a última formalidade a cumprir antes de a princesa da pop voltar a ter nas mãos as rédeas sobre a sua vida.

Em junho, Britney Spears afirmou em tribunal que esta tutela lhe tirou o controlo da sua própria existência, o que a traumatizou e a fez sentir-se abusada e explorada. Este mecanismo legal foi iniciado em 2008, quando o progenitor dirigiu uma petição à justiça para garantir controlo da vida e finanças da sua filha, já adulta, justificando-o com as manifestações públicas de problemas mentais e possível abuso de substâncias. Esta tutela, inicialmente temporária, acabou por se converter em definitiva no fim desse ano.

Tutela monitorizava cada passo da cantora

Esta tutela controlava tanto os aspetos profissionais da vida de Britney Spears. Desde os contratos que assinava, às suas viagens e férias, mas também deslocações diárias ou até mesmo o consumo diário de refrigerantes ou refrescos.

Este controlo apertado começou a gerar questões por parte dos fãs, mas também de outros observadores externos. As maiores reservas prendiam-se com o facto de uma cantora, compositora e performer de classe mundial, que nunca interrompeu a sua carreira durante este período, estar sujeita a uma tutela que habitualmente está reservada a pessoas que perderam a autonomia para cuidarem de si próprias.

Quando, em junho, Britney Spears se dirigiu ao tribunal, as piores suspeitas acabaram por se confirmar. A cantora apontou ter sido forçada a trabalhar contra a sua vontade, a ter sido medicada com substâncias que prejudicavam o seu estado de saúde e ainda a usar um dispositivo intrauterino que a impedia de engravidar. Nessa fase, a artista exigiu que os responsáveis pela tutela fossem investigados e presos, a começar pelo pai, de 69 anos, “aquele que aprovou isto tudo“.

Britney Spears, em 2001, na atuação de ‘I’m a Slave 4 U’ nos MTV Video Music Awards.

#FreeBritney. Um movimento que vem de trás

A luta para sair da tutela não começou este ano. De acordo com dados obtidos pelo New York Times, e revelados no documentário Framing Britney Spears, a eterna princesa da pop revoltou-se com a situação durante o ano de 2019, quando iniciou uma pausa por período indefinido, em protesto contra a gestão da carreira que era feita pelo pai, que chegou inclusivamente a ter conflitos com os filhos da artista. Já nessa altura tinha começado também a mobilização dos fãs para o movimento #FreeBritney.

Em junho deste ano, durante as declarações que prestou em tribunal, afirmou que o representante legal, Samuel D. Ingham III, designado pela própria tutela, não a informou de que poderia interpor recurso para acabar com este contrato de tutela. Depois disso, o advogado abandonou o cargo e o novo representante de Britney, Mathew S. Rosengart tomou conta do processo a partir de julho.

Rosengart afirma que irá exigir uma investigação a Jamie Spears e aos antigos gestores do património da cantora, o Grupo Tri Star Sports & Entertainment, por gestão danosa. A desistência do pai do controlo sobre a tutela e a defesa de que esta devia terminar não demoveram Britney Spears, que pretende que sejam apuradas as responsabilidades do pai neste processo.

Nos próximos tempos, o atual gestor do património da cantora, John Zabel, um contabilista público certificado, vai continuar com poderes para poder executar o plano e transferência de todo o património de Britney Spears, atualmente no domínio da tutela, para um fundo ao cuidado da própria.

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