O Espalha-Factos terminou. Sabe mais aqui.
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Fotografia: Divulgação/Rotten Tomatoes

Crítica. Nova temporada de ‘American Horror Story’ começa com o pé direito

American Horror Story está de volta com a nova temporada, Double Feature. O Espalha-Factos assistiu aos dois primeiros episódios, que estrearam no canal FX no dia 25 de agosto, e conta-te o que esperar.

Criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk, American Horror Story teve a sua primeira estreia em 2011, com a icónica temporada intitulada Murder House, uma série antológica de terror que conseguiu tornar-se um clássico moderno do género. Após nove temporadas de qualidade flutuante, eis que chega a décima temporada, com novos mistérios e novas personagens. Dois anos de espera depois, valeu a pena? Felizmente, sim!

O primeiro episódio funciona perfeitamente como enquadramento da trama principal. O criador da série optou por ir direto ao assunto e foi, sem dúvida, uma opção acertada. O segundo episódio manteve um bom ritmo.

No primeiro episódio, são-nos apresentadas as personagens que vão viver a nova história de terror. Harry Gardener (Finn Wittrock) é um argumentista que está a passar por um bloqueio criativo. Na tentativa de superar esse obstáculo, decide mudar de cidade juntamente com a sua esposa Doris (Lily Rabe) e a sua filha Alma (Ryan Kiera Armstrong). É em Provincetown que o protagonista vai embarcar numa viagem de autodescobrimento. Porém, nem tudo corre como planeado…

Spoiler Alert: os próximos parágrafos fazem referência a algumas cenas dos dois primeiros episódios da nova temporada.

Animais mortos pelo caminho, aparição de criaturas bizarras e homicídios são alguns dos acontecimentos que o espectador é convidado a assistir. Será Harry a origem destes acontecimentos?

O uso frequente de long shots e a combinação de cores neutras transporta-te para um lugar onde o perigo está por todo o lado. Alma surge inicialmente como uma espécie de sexto sentido. Contudo, o alerta é dado constantemente por Karen (Sarah Paulson), uma personagem que todos consideram lunática, com uma caracterização de louvar. No entanto, há sempre dois lados de uma moeda. Deste modo, surgem Austin Sommers (Evan Peters) e Belle Noir (Frances Conroy), dois célebres escritores que não só representam como guiam Harry para o perigo.

Frances Conroy e Evan Peters dão vida a Belle Noir e Austin Sommers | Fotografia: Divulgação/FX

O ponto alto do episódio é, sem sombra de dúvidas, o discurso de Austin, que convence Harry a tomar uns comprimidos – “the muse” (elemento crucial na narrativa) – que estimulam a criatividade, levando à conquista da fama e do sucesso. No entanto, é necessário cumprir um requisito: se a pessoa for verdadeiramente talentosa, o comprimido guia o seu hospedeiro até ao sucesso. Mas, no caso contrário, o hospedeiro torna-se numa criatura assassina, como as que perseguem frequentemente os Gardeners.

O segundo episódio leva-te precisamente a conhecer as consequências da escolha do argumentista. Harry prova ter realmente talento, mas torna-se um ser agressivo, acompanhado por um desejo incessante de sangue. Este é o preço a pagar pelo sucesso. O final deste capítulo vai certamente deixar o espectador ainda mais agarrado ao ecrã e a implorar por novos episódios. Porquê? Porque Harry não foi o único a ingerir os comprimidos.

Um elenco poderoso que conta com aguardados regressos

Desde a sua primeira temporada que American Horror Story se destaca pelo elenco de luxo. E o mesmo se aplica a esta nova temporada, da qual não podemos deixar de mencionar as fortes performances, pelo menos nestes dois episódios, com destaque para o aguardado regresso dos veteranos Sarah Paulson e Evan Peters.

Sem surpresas, Sarah Paulson volta a dar vida à típica personagem histérica, sempre a chorar e aos berros. Aliás, começa a tornar-se um pouco cansativo, uma vez que o seu potencial vai para além disso. No entanto, tem vindo sempre a interpretaá-las de forma brilhante, e esta não é exceção. Evan Peters regressa como o vilão que é impossível não gostar, e é de destacar a intimidade notável entre Peters e Frances Conroy, em particular, na primeira cena em que ambos surgem a cantar.

Mas é Finn Wittrock a grande estrela desta nova temporada. Algumas cenas são extremamente desconfortáveis, como, por exemplo, a forma como o protagonista suga o sangue do dedo da esposa ou ingere sangue animal. O facto de chegar a esse extremo mostra o quão brilhante é a performance do ator.

Finn Wittrock é Harry Gardener, o protagonista da nova história de terror | Fotografia: Divulgação/FX

Para além dos nomes já referidos, nestes dois episódios introdutórios podes ainda contar com Leslie Grossman, Billie Lourd e Adina Porter. Novo na série (mas não nos grandes ecrãs) e com uma boa entrada é Macaulay Culkin (Sozinho em Casa), que interpreta Mickey. Também ele um escritor, vai viver o mesmo dilema que a personagem principal.

Double Feature: uma das melhores estreias da série

Um guião bem escrito, personagens brilhantes, cenários envolventes e uma banda sonora impactante, com destaque para a utilização do metrónomo e o pêndulo de Newton que promovem notavelmente o suspense.

Não restam dúvidas de que esta temporada de American Horror Story pretende explorar, de forma sinistra, a busca pela fama e pelo sucesso a qualquer custo. Uma excelente estreia para uma temporada que promete.

A nova temporada de American Horror Story vai ficar disponível no catálogo da Disney+, bem como o seu spin-off, American Horror Stories. Ryan Murphy já revelou que esta temporada vai ser dividida em duas partes, nomeadamente o Mar (com seis episódios) e a Areia (com quatro episódios), num total de dez episódios carregados de suspense.

 

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