Tame Impala, Nick Cave & The Bad Seeds, Pavement e Gorillaz são os cabeças de cartaz da 9ª edição do NOS Primavera Sound, que irá decorrer entre os dias 9 e 11 de junho de 2022, no Parque da Cidade do Porto.
O anúncio foi feito nas redes sociais do festival, que ao revelar o seu cartaz na totalidade, dá o pontapé de saída para aquele que muitos esperam ser o ano do regresso para os festivais de verão, depois de dois anos a serem afetados pela pandemia da Covid-19. O festival portuense promete ainda mais nomes a serem anunciados no futuro.
Contactada pelo Espalha-Factos sobre a possível existência de um quarto dia de festival, anunciado aquando o seu adiamento, a comunicação do festival revela que, “por agora“, a possibilidade é deixada no “ar“. Acrescenta que os artistas a ser anunciados pelo festival no futuro “podem ser para estes 3 dias ou um possível novo dia de festival.” “Por agora, são estes 3 dias e mais tarde vamos fazer novos anúncios“, indica.
Prometendo ser um ano em que se recupera o “tempo perdido“, o cartaz de 2022 do NOS Primavera Sound é descrito pela organização como “uma viagem intergeracional para compreender o ADN do festival.” Essa viagem acontece entre os dias 9 e 11 de junho de 2022, e é encabeçada pelos Tame Impala de Kevin Parker, pelos icónicos Nick Cave & The Bad Seeds, que irão atuar no primeiro dia do festival (9), pela reunião dos Pavement e pela excentricidade de Beck, que sobem ao palco no dia 10, e pelo regresso dos Gorillaz de Damon Albarn a Portugal pela primeira vez em 19 anos. O grupo responsável por temas como ‘Feel Good Inc.‘ ou ‘Clint Eastwood‘ atua no Parque da Cidade do Porto no último dia do festival (11).
Um cartaz que cumpre na sua ideia de ser uma viagem
Primeiro Dia – 9 de Junho
É na diversidade que os cartazes do NOS Primavera Sound se destacam, e 2022 não é excepção à regra, com cada dia a ser uma porta para estilos e artistas diversificados. No primeiro dia do festival, além dos já mencionados Tame Impala e Nick Cave & The Bad Seeds, poderá-se assistir aos concertos de nomes como Cigarettes After Sex, com as suas atmosferas sonhadoras sempre acarinhas pelo público, Kim Gordon, ex-baixista dos Sonic Youth, que trará o seu longa-duração de estreia, No Home Record, pela primeira a a Portugal, ou black midi, uma das bandas mais aclamadas em disco e em palco do rock atual, que recentemente lançaram o seu segundo trabalho, Cavalcade.
A falar em rock, o primeiro dia não termina sem subir a palco os DIIV, com o shoegaze de Deceiver, o seu mais recente trabalho, e os Derby Motoreta’s Burrito Kachimba, que trazem à cidade do Porto o seu rock psicadélico. No campo da pop, o primeiro dia apresenta o muito aguardado regresso de Sky Ferreira a Portugal (e, quiçá, aos trabalhos de estúdios), os sons ecléticos do produtor britânico Mura Masa, a pop sonhadora de Penelope Isles, a inovação de Caroline Polacheck, as texturas etéreas de Japanese Breakfast, que trará na sua bagagem o seu próximo trabalho, Jubilee, a ser lançado na próxima sexta-feira (4), e pelos sintetizadores da londrina Georgia.
O primeiro dia do festival é ainda marcado pela eletrónica, que conta com uma forte presença no cartaz. Há a house de Black Coffee e Octo Octa, que aqui se junta a Eris Drew para um “imprevisível back to back“, o set intenso de jungle de Sherelle, e a presença de dois nomes emergentes no panorama da eletrónica portuguesa, Nídia e Arrogance Arrogance. O cartaz do primeiro dia é fechado pelos também portugueses Pedro Mafama, com o “novo fado” que revelou no seu disco de estreia, Por Este Rio Abaixo, e pela tropicalidade dos Throes + The Shine.
Segundo Dia – 10 de Junho
Em dia de feriado nacional por terras portuguesas, são duas estrelas dos anos 90 que encabeçam o segundo dia do NOS Primavera Sound. A reunião dos Pavement de Stephen Malkmus acontece também no Porto, e a excentricidade de Beck sobe também ao palco no dia 10 de junho, trazendo no bolso clássicos certamente, mas também o seu trabalho mais recente, Hyperspace, lançado no final de 2019. Também formados nos anos 90, os Shellac, trio formado por Steve Albini, Bob Weston e Todd Trainer, trazem o seu rock crú e barulhento ao segundo dia do festival, sendo certamente um dos concertos mais aguardados pelos fãs de música alternativa presentes no Parque da Cidade do Porto.
Agarrando na máquina do tempo para o rock de hoje, os australianos Rolling Blackout Coastal Fever trazem as suas guitarras melosas à cidade do Porto, sendo que os Beach Bunny vêm encantar o público do NPS com o seu power pop meloso. A banda de Chicago lançou o seu primeiro longa-duração, Honeymoon, em 2020, seguindo-se este ano com o EP Blame Game. Ainda próximo do espectro do rock atual, as texturas negras de jazz misturadas com post-punk de King Krule serão um dos concertos mais aguardados de todo o festival, enquanto que o regresso dos Slowdive a Portugal fará certamente muitos corações baterem com as suas guitarras sonhadoras e texturas etéras.
Dentro da pop, o segundo dia apresenta-se com a atualização dos anos 2000 para um registo mais atual de Rina Sawayama com o seu disco de estreia do ano passado, Sawayama, com a junção entre o punk mais ruídoso e o mundo da art pop de Jehnny Beth e com o hyperpop dos 100 gecs de Dylan Brady e Laura Les. Há ainda espaço para encontrar a fusão entre pop e R&B de Bad Gyal, para o “novo flamenco” de Maria José LLergo e para os toques experimentais do brasileiro Arnaldo Antunes, que conta já com uma carreira de mais de três décadas no mundo da música, com o seu mais recente trabalho, O Real Resiste, a ser lançado no ano passado.
Para encantar as noites do segundo dia, não podia faltar a eletrónica, e como tal, o NPS oferece um registo que vai desde dos tons mais agressivos de Paul Woolford como Special Request e de D. Tifanny até ao minimalismo dos Montanhas Azuis, trio português constituído por Marco Franco, Norberto Lobo e Bruno Pernadas. Pelo meio, pode-se encontrar os ritmos da house de Avalon Emerson, do techno de Aurora Halal, dos sons mais orgânicos dos portugueses Holy Nothing e o talento emergente da também portuguesa MVRIA.
Terceiro Dia – 11 de Junho
O grande nome para aquele que será o último (pelo menos, por agora) dia do festival são os Gorillaz, a banda animada de Damon Albarn, Jamie Hewlett e Remi Kabaka Jr.. Neste momento, o grupo eclético britânico é o único cabeça de cartaz anunciado para o dia 11 de junho.
Em segundo plano, a pluridade dos artistas presentes no último dia do festival é imensa, indo desde da pop dançável de Pablo Vittar até ao stoner rock pesados dos OM. No campo da pop, temos também presente Paloma Mami, com a sua fusão entre dancehall e R&B, a soul de Jamila Woods, a indietronica infusida com folk de Helado Negro, a pop latina de C. Tangana, autor de um dos discos mais aclamados de 2021, El Madrileño, e a indie pop de Amaia, artista espanhola natural de Pamplona. O terceiro contém ainda atuações de David Bruno, um “homem da casa”, que leva ao NPS as suas estórias sobre Portugal, e Rita Vian, um dos principais nomes emergentes dentro da pop no nosso país – ela que junta influências contemporâneos ao seu fado.
O terceiro dia do festival é também marcado pelo rap, com a presença de dois dos nomes mais sonantes do género na atualidade: Little Simz e Earl Sweatshirt. A rapper britânica trará à cidade do Porto aquele que será o sucessor do muito aclamado Grey Area, Sometimes I Might Be Introvert, que será lançado em setembro deste ano. No caso de Earl Sweatshirt, será a estreia por terras portugueses do rapper que povoa o seu jogo de palavras com beats mais abstractos, influenciados pelo jazz e por lo-fi. O seu último longa-duração, Some Rap Songs, foi lançado em 2018.
No espectro do rock, além dos já mencionados OM, o último dia do festival contém atuações de dois dos gigantes da história do rock alternativo estadunidense, os Dinosaur Jr., que regressaram aos trabalhos este ano com Sweep It Into Space, e os Jawbox, que se reuném pela primeira vez desde do ano de 2009, trazendo à cidade do Porto o seu post-hardcore. No campo do rock alternativo atual, os Dry Cleaning trazem o seu post-punk à cidade invicta, carregando consigo o seu disco de estreia, New Long Leg, lançado já durante o ano de 2021, e os Pile trazem as suas transições suaves entre agressividade e melodia para captar a atenção do público português.
De regresso a Portugal, estão os Khruangbin, uma das bandas mais capazes de enfeitiçar todo o público presente no seu concerto, utilizando as suas grooves psicadélicas para tal efeito. A banda vem apresentar ao Parque da Cidade do Porto o seu disco mais recente, Mordechai, lançado no ano passado.
Com também capacidade para enfeitiçar o seu público, surge a eletrónica presente no último dia do festival, encabeçada pelo trabalho eclético de Joy Orbison e pelos Sangue Nueva, um trio constituído pelos produtores Florentino, Kelman Duran e DJ Python, que trazem a nova linguagem do reggaeton à cidade do Porto. Falando em reinventar linguagens de ritmos, Mina & Bryte também trazem ao Porto o seu reaproveitamento de ritmos africanos para criar faixas de eletrónica, sendo que o mesmo pode ser aplicado ao português DJ Firmeza, um dos nomes mais sonantes do atual panorama do clubbing português. A fechar o cartaz , temos o “conhecimento infinito” de DJ Marcelle.
Bilhetes de 2020 e 2021 continuam válidos para 2022
Para quem adquiriu bilhetes para a edição de 2020 e 2021 do NOS Primavera Sound, adiadas devido à pandemia da Covid-19, continuam a ser válidos para a edição de 2022. Para isso, é necessário que o interveniente efetue a troca do seu bilhete no ponto de venda onde foi adquirido, a partir do dia da abertura da venda de bilhetes para 2022 até dia 31 de dezembro de 2021. A troca de bilhete não tem qualquer custo associado.
Para quem não possui bilhete para a edição de 2022 do festival, as entradas (passes gerais e bilhetes diários) ficam disponíveis a partir da próxima sexta-feira (4) pelas 12h na DICE e nos pontos de venda habituais (FNAC, CTT, El Corte Inglés e Lojas NOS). O passe geral tem o preço de 140€, o bilhete diário de 60€ e o passe geral VIP, disponível em número muito limitado, tem preço de 200€ associado. O custo dos bilhetes apresentado não inclui custos de operação.
De momento, reembolsos só são possíveis para todos aqueles que adquiriram bilhete para a edição de 2020 do NOS Primavera Sound. O pedido para reembolso pode ser feito entre os dias 11 de junho de 2021 e 1 de julho de 2021 através de um formulário que será disponibilizado no site do festival. Só serão aceites pedidos de devolução de bilhetes adquiridos para o NOS Primavera Sound 2020 que não tenham sido trocados para a edição de 2021 ou 2022.