O grupo Cofina Media, que detém publicações como o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios, vai avançar com um despedimento coletivo, de acordo com uma carta enviada aos trabalhadores e consultada pela agência Lusa. Em causa estão 26 postos de trabalhos.
De acordo com o grupo de comunicação, a cessação de 26 postos de trabalho “fundamenta-se em motivos de mercado e estruturais, mais precisamente na redução da atividade da empresa e na consequente necessidade de proceder à reestruturação da sua organização produtiva“.
Serão extintos cinco postos de trabalho na área do tratamento de imagem, bem como despedidos cinco revisores, quatro jornalistas, quatro documentalistas, um fotojornalista e um coordenador geral de fotografia. Também a área da direção comercial conhecerá uma redução dos recursos humanos.
“Entre 2010 e 2020, as receitas da Cofina caíram 48%, cerca de 65 milhões de euros“, frisa o grupo na comunicação enviada aos colaboradores, destacando a “profunda crise que afeta o setor” e que foi agravada pela pandemia de Covid-19. Para além disso, alegam, a “crescente automatização de tarefas” provocou um “crescente esvaziamento de funções das diferentes equipas afetas às áreas de suporte“. No documento, o grupo relembrou a reestruturação levada a cabo em 2017, que levou à cessação de 100 contratos de trabalho, entre rescisões por mútuo acordo e despedimento coletivo.
Lucros com quebra de 23% em 2020
A Cofina anunciou, em março, os resultados operacionais relativos ao ano de 2020, em comunicado enviado à CMVM e citado pelo Jornal de Negócios. O grupo fechou o ano com 5,5 milhões de euros em lucros, uma quebra de 23% face a 2019. Neste quadro de retração global, as receitas totais foram de 71,4 milhões de euros, uma quebra de 18,8% face ao período homólogo.
Esta mesma quebra fez-se sentir nas receitas de circulação (20,7%), nos proveitos com publicidade (19,4%) e nas receitas associadas a marketing alternativo (13,7%). Em contraciclo, as receitas do segmento televisão – a CMTV – ascenderam a 15,53 milhões de euros, um aumento de 5% face a 2019. Dentro deste valor, cerca de 7 milhões de euros diziam respeito a publicidade.