O Clube é a mais recente aposta da Opto — o serviço de streaming da SIC. A série criada por João Matos estreia esta sexta-feira (18).
A narrativa fala de três personagens: “o segurança, a dona e a rapariga nova”. O título da série é o nome de um clube noturno ficcional, por onde passam convidados de elite. Este espaço de luxo está prestes a ser o palco de uma guerra pelo poder da noite de Lisboa.
O elenco conta com nomes como Margarida Vila Nova, Luana Piovani, Vera Kolodzig, Carolina Torres, José Raposo e Fernando Rodrigues. A cargo da realização está Patrícia Sequeira (Snu).
O Espalha-Factos teve acesso antecipado ao primeiro episódio de O Clube e traz-te tudo o que precisas de saber sobre o próximo exclusivo Opto.
Um grande trabalho audiovisual
As imagens promocionais d’O Clube deixavam a promessa de uma produção diferente das típicas ficções da televisão nacional. A verdade é que o resultado final não desilude.
A série tem uma cinematografia rica, com excelentes enquadramentos, bom jogo de cores e uma consistência temática. A banda sonora está repleta de músicas típicas de espaços noturnos que complementam o ambiente e realçam momentos importantes.
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O espetador é, assim, facilmente transportado para o ambiente d’O Clube. A componente audiovisual é um ponto muito forte e diferenciador, não só para o conteúdo, mas também para a própria Opto. É uma qualidade audiovisual consistente ao longo do primeiro episódio e digna de um serviço de streaming.

Promessas por cumprir
Por trás do glamour da estética, temos uma narrativa que promete, porém ainda abriu pouco o jogo. As principais personagens e as respetivas relações interpessoais são prontamente estabelecidas e fáceis de entender pelo espetador. Algumas figuras escondem segredos que podem colocar em risco o negócio oficial d’O Clube, assim como as atividades “paralelas”.
O maior problema do primeiro episódio é precisamente não ir além das introduções, o que não deixa de ser um mal necessário para muitas séries. É compreensível que, com a quantidade de personagens envolvidas, pouco aconteça e, certamente, ainda é cedo demais para avaliar se a narrativa vai ser pausada ou terá momentos de tensão frenéticos.
O que não pode acontecer, apesar de ser uma possibilidade, é que O Clube se refugie nas cenas de sexo — bem filmadas, como tudo o resto, e não explícitas. A temática, obviamente, proporciona muitas oportunidades para cenas destas e será parte do apelo da série para certos espetadores. No entanto, terá que haver um cuidado na escrita para que o conteúdo continue a apresentar uma história interessante.
Quem não desilude é o elenco. Margarida Vila Nova e Fernando Rodrigues fazem o par perfeito de filha ambiciosa e pai cauteloso que disputam o poder e influência n’O Clube. José Raposo dá ao segurança do espaço uma personalidade pitoresca, sem nunca cair no exagero. Carolina Torres é a outsider rebelde que destabiliza o ecossistema da noite e Filipa Areosa deixa claro ao espetador que ainda há muito a descobrir sobre a sua personagem.

O elenco só não impressiona mais, porque tem pouca carga dramática com que trabalhar. A narrativa só aumenta as emoções nos minutos finais, para o típico desfecho em aberto a convidar um visionamento do próximo episódio.
Muitas questões ficam no ar, incluindo se O Clube vai valer verdadeiramente a pena. Teremos dez episódios para verificar se esta nova aposta corresponde ao seu potencial imenso. A SIC acredita que sim e já confirmou a produção de uma segunda temporada.
Por agora, o primeiro episódio do novo original Opto é aliciante e dá vontade de regressar. O Clube promete uma ficção nacional arrojada e ambiciosa, mas precisa de um pouco mais para impressionar.