Depois de três dias de conferências e discussões, chegou ao fim esta sexta-feira (4) mais uma edição da Web Summit Live From Lisbon, a quinta em Portugal. A encerrar, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, subiu ao palco digital para ressalvar a necessidade de proximidade humana num ano como 2020.
O terceiro e último dia daquela que é descrita como a maior cimeira de tecnologia da Europa voltou a receber esta sexta-feira (4) milhares de participantes para assistir às palestras e sessões online. Paddy Cosgrave, CEO e fundador da Web Summit, esperava 100 mil atrás dos ecrãs, mas a afluência foi ainda maior: 104 328 pessoas de 168 países estiveram inscritas na edição.
Mas há mais números da edição que regista o maior número de participantes de sempre: passaram por “Lisboa” 1137 oradores espalhados por 637 palestras e sessões. Este ano, foram 2007 startups a tentar a sorte perante 1145 investidores. Entre os participantes, 45,8% foram mulheres.
Portugal “antecipou” dilemas sociais
“Todos sonharam, pelo menos uma vez na vida, com um mundo digital”. Foi desta forma que Marcelo Rebelo de Sousa iniciou o seu discurso de encerramento da Web Summit. Na curta mensagem, reiterou que “temos de nos unir” durante estes tempos atípicos.

O presidente voltou a reforçar parte da mensagem que deixou no encerramento da edição de 2019, quando referiu que em Portugal “anteciparam-se” os dilemas que hoje moldam a nossa sociedade. Desta vez, voltou a referir que “estávamos certos quando falávamos sobre economia circular e alterações climáticas” num evento que, para além da tecnologia, trata “problemas que nos preocupam, o futuro da humanidade”. Mencionou ainda a revolução digital ou o multilateralismo – “o mundo está a mudar” e o evento, com todas estas ‘previsões’, reflete isso.
A prever uma edição presencial em 2021, Marcelo reforça: “precisamos de contacto humano, essencial para as nossas vidas, por isso voltaremos no próximo ano, num mundo pós-pandémico”. “No próximo ano, 2021, é Lisboa, Portugal. Estarei ansioso para estar convosco na Web Summit de 2021″, concluiu.
Versão europeia continua em Lisboa, mas há novidades
O evento continua em Lisboa e a edição de 2021 já está “reservada”. Em entrevista à Reuters, Cosgrave disse que espera já ter público na próxima edição, exista um avanço positivo na resolução da situação pandémica. O CEO prevê 70 mil pessoas na Altice Arena e na FIL e outras 80 mil a assistir online. O CEO já fala até em tornar o país a casa permanente do evento que nasceu na Irlanda.
Uma das novidades da edição foi o anúncio de novos eventos. A conferência de tecnologia vai ganhar uma cimeira irmã (e com o mesmo nome) no Japão a partir de 2022. A Web Summit Tokyo vai decorrer pela primeira vez em setembro de 2022, dois meses antes da edição lisboeta – que passa a chamar-se Web Summit Lisbon. O novo evento japonês fica no país pelo menos durante cinco anos, até 2026. O nosso fica por cá até 2028 e Portugal tem contrato de exclusividade para a versão europeia do evento, revelou Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, à Rádio Renascença.
Cosgrave anunciou ainda outras novidades. O CEO da conferência vai ter um evento no Brasil em 2022 – Porto Alegre e Rio de Janeiro disputam pelo título de cidade anfitriã. Também o evento irmão Rise, que tinha lugar em Hong Kong até ao ano passado, passa a realizar-se em Kuala Lumpur, na Malásia.

A Web Summit regressa no próximo ano ao Parque das Nações (ou pelo menos continua a ter a marca lisboeta em mais uma edição online) para mais dias de discussão sobre inovação, tecnologia e os dilemas que nos moldam enquanto sociedade em transição digital.
Revê o acompanhamento do último dia de Web Summit com o Espalha-Factos
com Andreia Santos