O objetivo do governo de Donald Trump é o de “derrotar o desespero e inspirar esperança” nos norte-americanos mas, de acordo com o The Washington Post, das 274 celebridades em consideração para participar na campanha institucional, apenas 10 terão sido aprovadas. Billie Eilish, Johnny Depp e Christina Aguilera fazem parte das centenas de excluídos.
Em plena pandemia mundial causada pelo novo coronavírus, e a poucos dias das eleições que ditarão a continuidade de Trump na Casa Branca, o executivo dos Estados Unidos está a ser acusado por legisladores democratas de fazer uso de “interesses políticos partidários” para escolher as figuras públicas que vão aparecer na campanha institucional relacionada com a Covid-19. De acordo com o jornal diário, que teve acesso a um documento privado, o Secretário de Relações Públicas, Michael Caputo, interferiu na campanha ao propor que o lema dos anúncios fosse “Ajudar o Presidente a Ajudar o País”.
Avaliada em 250 milhões de dólares, a iniciativa contou com a contratação de consultores que vetaram vários nomes de figuras públicas, como forma de excluir todas as que já criticaram o governante ou apoiaram Barack Obama e os direitos conquistados pela comunidade LGBT+, como o casamento. Entre as visadas encontra-se a cantora Billie Eilish, que “não é apoiante de Trump” e, de acordo com o documento, “está a destruir o país e tudo aquilo em que acreditamos”.
No entanto, ao longo de todo o documento, estão sinalizadas várias celebridades de áreas como a música e o cinema. Entre elas está a cantora Jennifer Lopez, que criticou a política de imigração de Trump na atuação no Super Bowl deste ano. De fora da iniciativa ficaram ainda o diretor de cinema Judd Apatow, que “acredita que Trump não tem a capacidade intelectual para concorrer a Presidente”, bem como o ator Johnny Depp, que “parece estar alinhado com a esquerda liberal”. Jack Black é apontado como “um clássico liberal de Hollywood”.
No mundo da música, surgem os nomes de Christina Aguilera, “uma democrata apoiante de Obama e defensora liberal dos direitos dos homossexuais”, Adam Levine, “um democrata liberal que apoiou Obama e luta pelos direitos dos homossexuais” e Justin Timberlake, que “endossou Obama e apoia o casamento gay”.
Depois de 264 exclusões, a administração norte-americana terá aprovado apenas 10 celebridades a participar no programa. São elas os atores Dennis Quaid e Mehmet Oz, os cantores Enrique Iglesias, Billy Ray Cyrus, Miranda Lambert, Garth Brooks, CeCe Winans, Marc Anthony, Shulem Lemmer e ainda o ex-basquetebolista Dwyane Wade.
De acordo com o documento, três destes nomes chegaram a sentar-se para realizarem entrevistas sobre a pandemia, e que seriam usadas na campanha, mas, a partir de 1 de outubro, todos retiraram o seu consentimento para o uso dos conteúdos.