Uma análise do Portal da Queixa revelou que os consumidores estão revoltados perante a imposição de publicidade nas gravações automáticas dos serviços de televisão das operadoras Meo, NOS e Vodafone.
As gravações automáticas permitiam aos clientes aceder aos seus programas a qualquer altura do dia sem a necessidade de assistir a publicidade, mas desde agosto que as operadoras nacionais começaram a inserir nesses programas anúncios publicitários de 30 segundos.
Os clientes reclamam contra esta medida concertada pelas operadoras de televisão e para manifestar o seu desagrado recorrem ao Portal da Queixa, que, em apenas dois meses, já recebeu perto de 200 reclamações.
O maior volume de reclamações pertence à Meo, com 66 queixas, seguindo-se a NOS, com 62, e por último a Vodafone, com 49 queixas.
De acordo com a análise da equipa do Portal da Queixa, a principal reclamação por parte dos consumidores é o facto desta publicidade “injetada” não estar incluída nos termos do contrato. Em alguns casos, os clientes das operadoras chegam mesmo a pedir a rescisão do mesmo.
A decisão do consumidor em “consentir ou não a emissão de anúncios publicitários deve ser livre, o que não acontece neste caso”, afirma o Portal da Queixa, uma vez que a não aceitação por parte do cliente tem como consequência ficar privado do serviço de renovações automáticas.
O setor das operadoras de telecomunicação é dos mais reclamados e “perante uma imposição que em nada vem beneficiar a reputação de um setor que há muito que tenta recuperar a confiança dos consumidores, criando um distanciamento ainda maior e empurrando, cada vez mais, os telespectadores para os serviços de streaming e on demand online”, afirma Pedro Lourenço, presidente executivo do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust.