Ryan Gosling e Chris Evans vão contracenar no novo filme da Netflix, The Gray Man. O gigante do streaming preparou um orçamento de mais de 175 milhões de euros, tornando a produção na mais cara de sempre da Netflix.
A realização vai ficar a cargo de Joe e Anthony Russo, dois anos depois de terem sido os responsáveis por Vingadores: Endgame, o filme mais lucrativo da história do cinema. De acordo com a Deadline, a intenção é criar um novo franchise com uma escala idêntica aos filmes de James Bond.
O filme será baseado no livro com o mesmo nome de Mark Greanev, lançado em 2009, que introduziu a história de The Gray Man, um assassino freelancer e ex-agente da CIA chamado Court Gentry. Segundo a Deadline, este será um thriller de ação e espionagem, que narrará um confronto mortal entre assassinos, dado que Gentry (Ryan Gosling) será perseguido, em todo o mundo, por Lloyd Hansen (Chris Evans), um ex-companheiro de Court na CIA.
Os livros homónimos rapidamente se tornaram num best-seller e há a expectativa que Gosling volte para múltiplas sequelas. O projeto tem sido desenvolvido ao longo dos últimos anos pela produtora New Regency. Estaria ainda planeada a integração de Brad Pitt no papel principal, às mãos de James Gray como realizador, mas a ideia acabou por cair por terra. A nova produção começará os trabalhos, em princípio, em janeiro de 2021.
A produção estará a cargo da AGBO, a companhia dos irmãos Russo e o argumento foi escrito por Joe Russo, com a ajuda de Stephen McFeely e Christopher Markus. A dupla está por detrás dos enredos dos três filmes do Capitão América e dos últimos dois Vingadores, também todos estes realizados por Joe e Anthony. Christopher e Stephen são, aliás, Co-Presidentes da História na AGBO.
Um thriller de espionagem
“O filme é um confronto mano a mano entre dois grandes atores, que vão representar duas versões da CIA, em termos do que esta possa ser, e o que esta pode fazer, enquanto organização,” contou Anthony Russo, à Deadline. “Para aqueles que foram fãs de Capitão América: O Soldado de Inverno, isto seremos nós agora a irmos para esse mesmo território mas num cenário mais real. É isso que este filme significa para nós.”, confessou Russo, comparando o seu novo filme com outra das suas criações.
Joe Russo aproveitou também para oferecer detalhes sobre a escala do filme: “A intenção é fazer com que o filme compita contra os filmes lançados no cinema, e o facto de podermos lidar com Ryan Gosling e Chris Evans é um sonho para nós. A ideia é criar uma franchise e construir um universo completo, com o Ryan Gosling no seu centro. Estamos todos comprometidos com o primeiro filme, e isso é excelente para que nos faça retornar para um segundo filme.”
Também foram revelados contornos das personagens, sendo que são ambos “assassinos profissionais, a personagem de Gosling é queimada pela CIA e a personagem de Evans tem de o perseguir,” contou Joe. “Temos uma grande relação de trabalho com a Netflix, e conhecemos o Scott Stuber há quase 20 anos. Formámos a AGBO com o intuito de ser uma companhia agnóstica que contasse histórias, onde depois escolhemos a melhor plataforma para elas. Achamos que a Netflix é o sítio perfeito para este filme”, disse Russo, acerca da relação que os irmãos têm com a Netflix.
Os planos futuros dos irmãos Russo

Este não se trata do primeiro projeto dos irmãos Russo com a Netflix. Recorde-se que a sua empresa, a AGBO, produziu Tyler Rake: Operação de Resgate, com Chris Hemsworth no papel principal, que se tornou no filme original da Netflix mais visto de sempre. Uma sequela foi rapidamente anunciada, com Sam Hargrave a regressar ao papel de realizador e com argumento escrito pelo próprio Joe Russo.
A dupla acabou de realizar Cherry, um drama indie baseado na história verídica de um homem que sofre de PTSD. Interpretado por Tom Holland, assalta bancos em Cleveland e auto-medica-se. O filme está a ser leiloado, de modo a encontrar uma distribuidora. O argumento foi escrito por Angela Russo-Otstot e Jessica Goldberg.
Os irmãos Russo estão também a criar uma versão live-action de Hércules, na Disney e a adaptar o livro Exit West, juntamente com a Netflix e a produtora Higher Ground Productions, criada por Michelle e Barack Obama. Sobre este último futuro projeto, Joe também deixou umas palavras à Deadline:“Temos esperança de começar a produção a meio do inverno ou no início da primavera, está tudo dependente da Covid. É baseado num livro tremendo, uma fábula moderna que lida com o realismo mágico e conta a história, sempre essencial, dos refugiados do Médio Oriente.”
Sobre Exit West, ainda sem nome definido para a sua versão cinematográfica, Anthony acrescentou que existe “aqui um elemento de realismo mágico a envolver a experiência do que é ser, verdadeiramente, um refugiado.”
A AGBO supervisionou o lançamento de Relic, o novo filme de terror realizado por Natalie Erika, da produtora IFC Midnight, lançado originalmente no Festival de Sundance. A produtora dos irmãos Russo também está a coordenar, com a 101 Studios, o lançamento de City of a Million Soldiers, escrito e realizado por Matthew Michael Carnahan, que estreou nos festivais de Veneza e Toronto, no último inverno. O drama centra-se num grupo de homens que combate o ISIS.
A produtora dos irmãos Russo, separadamente, celebrou um acordo com os estúdios da Amazon para a produção de Citadel, um thriller global, em formato de série, que contará com Richard Madden e Priyanka Chopra nos papéis principais da versão americana da história. A Amazon já confirmou que uma produção no idioma local será desenvolvida no México e existirão também versões em Itália e na Índia.