O Espalha-Factos terminou. Sabe mais aqui.
Carla Rocha durante a gravação da TEDx Talks. Fotografia: TEDxULisboa

TEDxULisboa. “O online é uma forma de despertar a mente”

O TEDxULisboa realizou-se entre os dias 17 e 20 de junho, após ter sido reinventado de forma a concretizar-se com recurso aos meios digitais.

O YouTube e o Instagram foram as plataformas utilizadas pela organização do evento para dar continuidade ao projeto. Impedido de se realizar presencialmente dada a pandemia da Covid-19, a edição deste ano foi devidamente adaptada ao digital. Assim, foi possível pôr em prática as famosas TED Talks onde vários nomes nacionais e internacionais partilharam a sua perspetiva.

Em 2019, o evento foi realizado presencialmente, o que traz vantagens e desvantagens. O facto de ser normalmente realizado na Aula Magna, acaba por limitar os lugares a 1500 entradas. Este ano, com o evento digital, foi possível abranger quase 6000 pessoas, considerando apenas o YouTube como o palco principal.

Com a adaptação a um evento digital, foi ainda possível diminuir a produção de lixo durante a edição. O desperdício alimentar nos coffee breaks foi nulo, a utilização desnecessária e excessiva de plástico foi também ela muito reduzida, bem como a acumulação de cartão e utilização de papel.

As inovações

Além disso, este foi o primeiro ano em que o TEDxULisboa realizou uma after party oficial, uma experiência com a qual já sonhavam, mas ainda não tinha sido possível concretizar. Esta iniciativa encheu a “casa digital” que criaram para toda a comunidade, num formato online. Resultou de uma parceria com a Jukebox e acabou por desafiar ambos, permitindo estimular a criatividade e a reinvenção das experiências digitais.

Durante o evento, também o xChallenge, jogo que decorreu no Instagram do TEDxULisboa, envolveu entidades parceiras e participantes numa busca para combater o “Ignovid-20“, o vírus da ignorância. No total, foram atribuídos mais de 50 prémios (desde estadias, descontos em experiências e viagens) aos participantes que responderam corretamente ao vários desafios propostos.

Focado na partilha de conhecimentos, foram várias as personalidades que alimentaram mais uma edição, desde nomes como Carla Rocha, Zé Mágico, Murta, Sophia Hodgkinson, entre outros.

O Espalha-Factos teve curiosidade em descobrir como é que se adapta um evento desta dimensão em tão pouco tempo e, por isso, conversou com Inês Ferreira, a Main Organiser da edição de 2020.

Fala-me um pouco do conceito desta edição do TEDxULisboa.

Nós gostamos sempre de envolver todas as pessoas, desde a equipa, os participantes, os oradores até aos parceiros. Sendo um evento presencial, esforçamo-nos muito para que tenha interação. Queremos que as pessoas nos conheçam e fisicamente é mais fácil, porque como seres humanos que somos, temos sentimentos e somos empáticos. Estamos sempre atentos às reações e adaptamo-nos para que tudo corra da melhor maneira para todos, o que se tornou mais difícil no digital. O tema deste ano foi Perspectives, portanto o objetivo era que as pessoas estivessem abertas a conhecer histórias diferentes, para que depois as pudessem conjugar com as suas próprias ideias e ficarem com opiniões mais fundamentadas.

A situação da Covid-19 surpreendeu-nos a todos. Como se lida com uma mudança tão repentina e imprevisível?

Foi um percurso interessante. Estivemos nove meses a preparar um evento e, de repente, “olha, há um vírus! Isto vai ter de mudar tudo, não conseguimos fazer como planeado“. Foi engraçado, na altura falei com um colega e ele perguntou-me “então e agora? Como estão a pensar fazer? Existem algumas opções: ou cancelam, ou adiam ou fazem tudo digital. O problema é que vocês não sabem fazer nada digital“. E eu pensei “pois… É verdade que nunca fizemos nada digital, mas vamos ter de aprender“. Num mês e meio, tivemos de fazer um planeamento todo do zero. Foram muitas horas de reuniões, onde tivemos de pensar em todas as coisas que poderiam acontecer, porque uma vez que não tínhamos experiência no digital, tínhamos muitas respostas incertas. O maior alívio foi quando apresentámos o plano à equipa e eles reagiram todos muito bem. Aí acreditámos que era possível.

Quais foram as maiores dificuldades que sentiram e como conseguiram gerir uma equipa tão grande à distância?

Bem… Somos mais de quarenta. Mas, por acaso, sempre tivemos pessoas da equipa longe. Umas em Erasmus, outras a trabalhar lá fora. Por isso, na verdade, já estávamos um pouco habituados ao remoto. Utilizamos o Slack e o Zoom para comunicar e conseguimos gerir as coisas dessa forma. Houve algum impacto, mas como estávamos todos a passar pelo mesmo, conseguimos adaptar-nos às circunstâncias atuais.

Sentiram impacto negativo com a mudança ou esta situação acabou por permitir que se reinventassem com outros métodos?

As aprendizagens que retiramos daqui são muito superiores a qualquer coisa negativa que possa ter vindo com esta pandemia. É verdade que tivemos de nos adaptar rapidamente e aprender a fazer planos que não conhecíamos até ao momento. Mas nós pensamos muito que caso isto não fosse um sucesso, não havia mal. É a primeira vez que estamos a fazer algo semelhante, por isso estamos a aprender. Numa próxima vez que tenhamos de seguir por aqui, já temos uma base para evoluir.

A ligação que existiu com os oradores e com os parceiros acabou por ficar mais forte, porque todos entenderam o esforço que fizemos para concretizar este projeto.

Achas que o TEDxULisboa se reafirmou como um dos maiores eventos nacionais ligados à partilha de ideias e opiniões?

[Risos] Não sei se foi o maior e o melhor, mas foi um dos que se esforçou para continuar a fomentar a partilha de ideias. Nós fizemos a nossa parte e esperamos ter conseguido chegar a muitas mais pessoas do que era possível. Felizmente, muitos outros eventos também passaram para o digital e foram realizados antes de nós. Isso permitiu-nos assistir e perceber onde poderíamos melhorar. Estão todos de parabéns, porque nós sabemos que não é fácil.

Será este um primeiro passo para existirem mais iniciativas semelhantes no mundo online?

Sim, até porque todas as pessoas que assistiram perceberam que é possível fazer um evento destes totalmente online. Podem não concordar e achar que seria melhor de outra forma, mas pelo menos viram uma forma possível de abordar a questão. Com isso, conseguem pensar em novas alternativas para criar eventos, grupos, discussões, etc. É, possivelmente, uma forma de despertar a mente de muita gente.

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