Quem Quer Namorar Com o Agricultor? regressou com toda a força e afundou o porta aviões da TVI.
O programa da SIC vai já na terceira temporada e trouxe, como principal novidade, uma agricultora como concorrente. Parecia pouco para vencer o novo Big Brother, mas chegou e sobrou.
O canal sabia que, mesmo com um regresso tão importante na concorrência, teria a estreia antecedida por programas líderes como o Jornal da Noite e o Isto é Goza Com Quem Trabalha, que por acaso até bateu o seu próprio recorde. Além disso, também sabia perfeitamente aquilo que tinha na gaveta pronto para sair assim que a TVI desse o primeiro passo.
Mas porque preferiu a maioria do público ver a cópia em vez do original?
Claro que ambos os formatos têm as suas diferenças, embora não deixem de ser reality shows. Aí, não há dúvidas de que o Big Brother foi pioneiro.
Mas, centrando-me na questão, percebe-se que o público da cidade gosta de ver o que o campo tem para dar, e o público de campo gosta de ver valorizado aquilo que muitas vezes fica em segundo plano. Aí, o programa da SIC é praticamente perfeito. Além disso, o facto de ser gravado, permite que a edição faça os seus truques e que os momentos “mortos” não existam.
A todas estas nuances junta-se a mais importante: a vida dos outros. Dir-me-ão que ambos têm o mesmo interesse nesse ponto, mas inicialmente garanto que não. No começo, nenhum dos concorrentes do Big Brother se conhece. Assim, não é possível vislumbrar ligações à partida. Por outro lado, no Quem Quer Namorar Com o Agricultor?, sabemos de antemão que aquelas pessoas têm interesse de encontrar a paixão ou o amor entre elas.
Mais que as diferenças, a grande falha da estação de Queluz de Baixo foi ter estreado a sua grande arma em condições adversas e num formato completamente desvirtuado. Certo, certo, é que muito dificilmente o programa apresentado por Cláudio Ramos vai dar à TVI aquilo que ela esperava. Para a SIC, o primeiro grande teste do ano está ultrapassado.
Não havia necessidade
A RTP estreou, esta terça-feira, a série O Mundo Não Acaba Assim. A estação refere que se trata da primeira realizada a partir de casa.
Numa altura em que me parece que os portugueses começam a ficar um pouco cansados do tema Covid-19, não faz assim tanto sentido lançar um produto de ficção que se centra no tema e que, obviamente, não mostra a qualidade técnica de uma série “normal”.