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Cães que Ladram aos Pássaros | Fonte: Divulgação

Curtas de Leonor Teles e Gabriel Abrantes nomeadas nos Prémios Europeus de Cinema

A Academia de Cinema Europeu (EFA) anunciou esta manhã os nomeados para a categoria de Melhor Curta-Metragem nos Prémios Europeus de Cinema 2019. De entre os cinco filmes nomeados, dois são portugueses: Cães que Ladram aos Pássaros, de Leonor TelesLes Extraordinaires Mésaventures de la jeune fille de pierre, de Gabriel Abrantes foram escolhidos pelos vinte festivais de cinema participantes para integrarem os Prémios da EFA, que visam reconhecer a excelência dos filmes produzidos na Europa.

Os outros três filmes são Watermelon Juicede Irene Moray (Espanha), The Christmas Gift, deBogdan Muresanu (Roménia/Espanha) e Reconstruction, de Jirí Havlícek e Ondrej Novák (República Checa). A cerimónia vai realizar-se no dia 7 de dezembro em Berlim, na Alemanha.

Especulação imobiliária nos Prémios Europeus de Cinema

Cães que Ladram aos Pássaros é o quarto filme da realizadora proveniente de Vila Franca de Xira, Leonor Teles. Com argumento da realizadora em conjunto com Vicente GilSalvador GilMaria GilFrancisco Mira Godinho, a curta é produzida por Filipa ReisJoão Miller Guerra e por Leonor Teles (que também a produziu Uma Pedra no Sapato).

O filme acompanha Vicente e a sua família durante as férias de verão. O Porto já não é o mesmo, cada vez mais um ponto alto da gentrificação, onde até o velho e o decadente agora são trendy, e Vicente sente na pele a incerteza das mudanças, observando a transformação urbana – a sua família é obrigada a sair da casa onde vivem, no centro do Porto, por causa da especulação imobiliária.leonor teles

Cães que Ladram aos Pássaros estreou em setembro deste ano. Antes dele, Leonor Teles realizou Terra Franca (que estreou no início de 2019) e Balada de um Batráquio. O primeiro é uma longa documental que nos abre as portas à vida de Albertino Lobo, um pescador de Vila Franca de Xira e da sua família, foi galardoado com os Prix International de la SCAM no Cinéma du Réel, Prix de La Ville d’Amiens no Festival d’Amiens e Mejor Opera Prima Internacional no Festival Mar del Plata. Já Balada de um Batráquio é uma curta “que intervém no espaço real do quotidiano português como forma de fabular sobre um comportamento xenófobo“. Este último foi premiado com o Urso de Ouro de Melhor Curta-Metragem na Berlinale em 2016.

‘Terra Franca’ – a simplicidade tem sempre razão

Uma estátua foge do Louvre…

Les Extraordinaires Mésaventures de la jeune fille de pierre, em português “As extraordinárias desventuras da mulher de pedra” é uma curta de 20 minutos escrita e dirigida por Gabriel Abrantes, produzida pelo cineasta português e por Justin Taurand, numa coprodução luso-francesa. Conta a história de uma escultura do Louvre que foge para as ruas de Paris por estar farta de ser uma ornamentação. A curta foi apresentada na 51.ª Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.

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Les Extraordinaires Mésaventures De La Jeune Fille de Pierre | Fonte: Mubi

O filme inspira-se no conto “The Fir-Tree” de Hans Christian Andersen, em que um pinheiro ingénuo pede para ser transformado numa árvore de Natal. Assim que o seu desejo é concedido, as coisas começam a correr mal. Tal como o pinheiro, a escultura de pedra acaba por se aperceber que a realidade não é tão bonita quanto pensava.

Depois de Diamantino, o filme psicadélico sobre um craque de futebol açoriano, que rendeu ao realizador sete prémios, incluindo o Palm Dog e o Grande Prémio do Júri em Cannes, Gabriel Abrantes debruça-se sobre a animação e CGI.

Categoria de animação e Prémio Fipresci

Na categoria de cinema de animação estão nomeados Bunuel en el Laberinto de Las Tortugas, de Salvador Simó (Espanha/Holanda), J´ai perdu mon corpos, de Jérémy Clapin (França), L´Extraordinaire voyage de Marona, de Anca Damian (França/Bélgica/ Roménia), e Les hirondelles de Caboul, de Zabou Breitman (França/Luxemburgo/Suíça).

Já nas nomeações para o Prémio Fipresci (da Federação Internacional de Críticos de Cinema), estão inseridos Aniara, de Pella Kågerman (Suécia/Dinamarca), Atlantis, de Mati Diop (Senegal/Bélgica/França), Blind Spot, de Tuva Novotny (Noruega/Dinamarca), Irina, de Nadejda Koseva (Bulgária), Les Miserables, de Ladj Ly (França), e Ray & Liz, de Richard Billingham (Reino Unido).