O SEMIBREVE regressa a Braga de 25 a 27 de outubro, e conta com artistas como Alessandro Cortini, Avalon Emerson e, a fechar o cartaz, Morton Subotnick e Suzanne Ciani.
Marcante pela experiência audiovisual que apresenta há quase uma década, o cartaz faz-se de artistas nacionais e internacionais. É organizado pela AUAUFEIOMAU, em parceria com a Câmara Municipal de Braga. E, apesar de ainda considerado underground, o SEMIBREVE começa a afirmar-se como um dos melhores festivais para fãs de música eletrónica e de arte digital.
O cartaz
No início do ano, foi já anunciado metade do cartaz. Alessandro Cortini, compositor italiano, estreia-se em Portugal com um espetáculo audiovisual. Para Avalon Emerson, não é a primeira vez, tendo cá estado o ano passado (2018) no Nos Primavera Sound.
A estes juntam-se os britânicos Nik Void, Rian Treanor e Scanner (este último, com o realizador portuense Miguel C. Tavares).
De não esquecer é a turca Ipek Gorgun, cujo LP Ecce Homo (2018) nos traz, através de barulho ambiente, a essência humana. Ou Deaf Center, a dupla norueguesa que junta Erik Skodvin e Otto Totland para a apresentação de Low Distance (2019), música ambiente e experimental.
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Revelam-se agora os últimos artistas a compôr esta nona edição. Destacamos Morton Subotnick e Suzanne Ciani, nomes pioneiros no género musical, respeitados mundialmente.

Ciani tem mais de 40 anos de carreira e é a primeira vez que a vemos atuar em Portugal. Nomeada para 5 Grammys, editou 16 discos e é responsável pela identidade sonora de marcas como a Coca-Cola. Suzanne Ciani traz ao SEMIBREVE um concerto para sintetizador Buchla.
Já Subotnick (86 anos!) regressa, após atuar com Tony Martin na Galeria Zé dos Bois em 2011. O icónico compositor estreia-se no Semibreve com Lillevan, artista de vídeo alemão.
Acompanham-nos Oren Ambarchi & Robert Aiki Audrey Lowe, cuja atuação conjunta é uma estreia mundial e ambiciosa por parte do SEMIBREVE. O multi-instrumentalista australiano está de regresso às salas do festival após atuar na edição de 2015. Já o segundo, também conhecido por Lichens, já tocou em Braga (e em Lisboa) em 2017 e estreia-se agora neste ambiente.
Da Escócia, relevam Kode9 e Drew McDowall + Florence To. Kode9, fundador da Hyperdub, estreia-se no SEMIBREVE para agitar a pista de dança. Já de Drew McDowall podemos esperar uma edição revista de Time Machines, uma obra dos Coil, grupo de que McDowall fez parte. E não vem sozinho: Florence To promete um espetáculo audiovisual a não perder.

A vanguardista do jazz Felicia Atkinson redefine o conceito de ambient music através de improvisação, deep listening, silêncio em contraste com ruído e música concreta. Apresenta-nos o seu mais recente disco, The Flower and the Vessel.
E, por fim, Clothilde, o grande nome português do cartaz, a não confundir com a Clothilde francesa. Sofia Mestre é quem está por trás do projeto. Utiliza maquinaria e modulares caseiros, construídos pelo seu companheiro (Zé Diogo, ou hobo & the birds), que culminam numa paisagem emocional e estética de cuja texturas e melodias se destacam. Estreou o seu álbum Twitcher em 2018, pela Labareda.
A localização e o exterior
Desde a sua primeira edição, em 2011, que tem recebido críticas do exterior. E em quase todas vemos uma referência extravagante de tudo o que Braga oferece a quem a visita.
O evento conta com diversas localizações dentro da cidade nortenha. Para esta nona edição, renovam-se atuações no Theatro Circo, na Casa Rolão, e até no gnration, um espaço criativo, anteriormente um quartel da GNR. Em 2014, o espaço foi distinguido com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana.

Segundo o Drowned In Sound, o festival conseguiu, na sua primeira edição, ir além do habitual e do esperado, trazendo música que requer não apenas que a ouçamos mas que a vejamos. 2 anos depois, por um autor diferente, é-nos dito que é refrescante ver um evento como o SEMIBREVE a chamar estrangeiros e “aventureiros sónicos” para Portugal.
Em 2017, os britânicos do The Guardian fizeram uma menção honrosa ao festival bracarense como “um dos festivais que sonha um mundo melhor através do som“. A ele junta-se o Unsound, na Polónia.
Para a FactMag, a edição de 2018 foi marcadamente outonal, com nevoeiro, vento e imagens das igrejas bracarenses, num ambiente artístico típico das cidades portuguesas.
E não esqueçamos os interessados, em primeiro lugar, na cidade. Os espanhóis El País prepararam, há cerca de um mês, um guia turístico para quem pensa visitar Braga. Entre as referências a comida e a arquitetura, surge o SEMIBREVE descrito como “banda sonora, con acordes de música electrónica y alternativa, que resuena em espacios culturales, hace retumbar el estuco de sus más nobles teatros” ou a Noite Branca (de 6 a 8 de setembro) como “la gran celebración de la cultura de Braga“.
E ainda: o EDIGMA SEMIBREVE AWARD
O prémio pretende estimular a criação artística digital, apostando em projetos que recorram à interatividade, ao som e à imagem.
A participação é alargada: a singulares, grupos, empresas e entidades públicas, dizem eles. Consiste num prémio monetário (2500 euros) ao melhor trabalho.
Em 2018, os vencedores foram Elías Merino e Tadej Droljc, com “SYNSPECIES“.
Trabalha em parceria com a EDIGMA, empresa portuguesa líder no desenvolvimento de experiências interativas, tecnologia multi-toque e projetos de digital signage.
Este ano, o âmbito do prémio alastrou-se com o EDIGMA SEMIBREVE SCHOLAR, que pretende distinguir alunos do ensino superior e estimular a criação artística no meio. As candidaturas decorrem até dia 15 de julho.
Interessado/a em música eletrónica e arte digital num ambiente experimental e acolhedor?
Os passes gerais para o SEMIBREVE 2019 já estão disponíveis (39 euros).