Para além dos plásticos e de outros produtos poluentes, a indústria da moda é uma das mais poluentes de sempre, principalmente desde da introdução da fast-fashion, que leva ao surgimento de aterros com roupas descartadas, que demoram cerca de 20 meses a decompor, libertando resíduos tóxicos para a atmosfera e ao gasto de milhares de litros de água para fabricar e tingir peças de roupa.
Contudo, esta tendência está a reverter-se, uma vez que cada vez mais algumas marcas estão a optar por opções mais sustentáveis e amigas do ambiente.
De acordo com o Lyst, um motor de busca de moda que permite pesquisar centenas de marcas de roupa espalhadas pelo mundo inteiro, no ano assistiu-se a um aumento em cerca de 66% em marcas sustentáveis, que incluiu a busca de palavras-chave como “ethical brand“, “organic cotton” e também “sustainable denim.” Esta última resultou num aumento de 187% nas exibições de página para as marcas que oferecem este tipo de produto.
Para além disto, a Lyst confirma ainda “um aumento em 62% na pesquisa de peças vintage de marcas de luxo como Fendi, Dior e Louis Vuitton.”, sendo que a moda reciclada (roupa em segunda mão) é uma das maneiras mais rápidas e fáceis de praticarmos uma moda sustentável e sem altos números de desperdício.
Esta causa é defendida por diversas celebridades, tais como Emma Watson e Meghan Markle, Duquesa de Sussex, e também está a começar a ser uma prática encontrada em grandes nomes da indústria da moda como, por exemplo, a designer Stella McCartney.
Em Portugal, também se tem notado um crescimento no setor da moda sustentável com o surgimento de novas marcas com um ADN eco-friendly e 100% português. Destacamos aqui nomes como a marca de calçado AsPortuguesas, a Hempact Organic Clothes e ainda Näz, entre várias outras.
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Tudo isto é uma mensagem de esperança de que a mudança é, de facto, possível inverter a tendência do desperdício no mundo da moda e, cada vez mais, tanto consumidores, como trabalhadores da indústria, têm consciência disto e querem mudar o paradigma atual.