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Festival da Canção

Festival da Canção: As músicas que, sem terem ganho, não nos saem da cabeça

Com o aproximar de uma nova edição do Festival RTP da Canção, é tempo de recordar os maiores sucessos que já por lá passaram. Em 2017, o concurso ganhou novo fôlego – com a vitória de Salvador Sobral no Festival Eurovisão da Canção. Porém, não só de vencedores se compõem as imensas músicas que preenchem as listas das 53 edições do concurso.

Apesar de nem todos se terem sagrado vencedores no Festival da Canção, há alguns temas que não nos saem da cabeça. O Espalha-Factos fez uma compilação das músicas que, mesmo não tendo representado Portugal na Eurovisão, se tornaram sucessos nacionais.

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Flor sem Tempo, Paulo de Carvalho – 1971

A oitava edição do Festival da Canção não ditava, ainda, a vitória de Paulo de Carvalho – o que viria a acontecer dali a três anos, em 1974, com E Depois do Adeus. Flor sem Tempo arrecadou um segundo lugar, a 34 pontos do primeiro classificado – Menina de Tonicha. Apesar disso, o tema acabou por se revelar um sucesso nacional. Recentemente, chegou a ganhar nova versão, acompanhado por Diogo Piçarra, para o álbum Duetos, em 2017.

No dia em que o rei fez anos, Green Windows – 1974

No ano da Revolução dos Cravos, Paulo de Carvalho venceu a competição com E Depois do Adeus. No entanto, nesse mesmo ano, José Cid levava três músicas da sua autoria ao Festival da Canção. Imagens, A rosa que te dei e No dia em que o rei fez anos foram os temas escolhidos. Aqui, escolhemos No dia em que o rei fez anos, que continua a ser uma música trauteada por miúdos e graúdos. A verdade é que qualquer um dos muitos temas que José Cid já levou ao concurso poderia ser a escolhida. Quem não se lembra de Um grande, grande amor ou Cai neve em Nova York?

No teu poema, Carlos do Carmo – 1976

Nesta 13.ª edição, apenas Carlos do Carmo cantou no Festival da Canção, embora tenha sido acompanhado em alguns temas. Realizado em moldes inéditos, até então, o programa foi aberto a diferentes compositores que concorreram com pseudónimos. Nesse ano, sagrou-se vencedora a canção Uma flor de verde pinho. Contudo, no terceiro lugar ficava uma das canções portuguesas que já ganhou inúmeras versões de diferentes artistas. No teu poema viajou por gerações e ainda hoje é cantada por diferentes vozes. Amor Electro, Dulce Pontes e Simone de Oliveira são alguns exemplos.

Ali babá (Um homem das arábias), Doce – 1981

As Doce foram, inegavelmente, uma das bandas icónicas do Festival da Canção. Um dos primeiros grupos de música femininos, ousadas para a época, arriscaram na indumentária e vestiram-se de odaliscas nesse ano. O grupo foi desvalorizado e alvo de várias críticas na imprensa. Porém, o tema garantiu-lhes um quarto lugar e lugar na memória coletiva do público. No ano seguinte, sagraram-se vencedoras com Bem Bom e representaram Portugal na Eurovisão.

Trocas e Baldrocas, Cândida Branca Flor – 1982

Ai ai são trocas e baldrocas, altas engenhocas que eles sabem inventar: os versos não são estranhos. No ano em que as Doce ganhavam, Cândida Branca Flor conquistava um honroso segundo lugar. Ficando apenas a seis pontos de distância do tema vencedor, Trocas e Baldrocas acabou por se tornar um sucesso e a popularização de uma expressão bem portuguesa.

Vinho do Porto (Vinho de Portugal), Carlos Paião e Cândida Branca Flor – 1983

Depois de conquistar um segundo lugar, Cândida Branca Flor volta a participar no Festival da Canção. Em 1983, a intérprete regressa com a companhia de Carlos Paião, compositor do tema. Apesar de terem sido os favoritos da noite, Esta balada que te dou, de Armando Gama, foi a vencedora dessa edição e Vinho do Porto ficou-se pelo quarto lugar.

Umbadá, Jorge Fernando – 1985

Também classificado num quarto lugar, poucos são os portugueses que não conhecem o tema Umbadá. Passaram-se anos e a canção de Jorge Fernando continua no ouvido dos portugueses. Umbadá até já mereceu a atenção de Ricardo Araújo Pereira, em 2015, que criou o movimento Umbadá Never Forget. Nesse ano, Adelaide Ferreira foi a vencedora com a canção Penso em Ti (Eu sei).

Dessas Juras que se Fazem (Jura), Né Ladeiras – 1986

Com autoria de Rui Veloso, e mais tarde interpretada pelo próprio, a música Dessas Juras que se Fazem (Jura) foi um dos grandes sucessos que ao Festival da Canção concorreu. Em 1986, todos cantavam Não sejas mau para mim, de Dora, a vencedora da noite. Além disso, o tema não conseguiu chegar ao top três e a canção interpretada por Né Ladeiras passava assim mais despercebida, mas não para sempre. Jura é, hoje, um dos grandes sucessos de Rui Veloso.

Dança Joana, Filipe Gonçalves – 2015

Um dos exemplos mais recentes de sucesso nacional após o Festival RTP da Canção é o tema Dança Joana. Interpretada por Filipe Gonçalves, não foi longe na edição de 2015, ficando fora da final. Nesse ano, Leonor Andrade era a grande vencedora com Há um mar que nos separa. Contudo, a criação de Héber Marques mereceu sucesso a nível nacional. Rapidamente chegou ao número um do Top de Música Nacional e a sua voz continua a ser, ainda hoje, uma presença assídua nas rádios portuguesas.

Canção do Fim, Diogo Piçarra – 2018

Finalmente, a edição de 2018 foi envolta em muita controvérsia. Além de uma recontagem de votos que levou à substituição de uma canção, a 52.ª edição contou também com algumas acusações de plágio. Diogo Piçarra acabou por desistir da corrida, mesmo tendo arrecadado um primeiro lugar na segunda semifinal, ainda antes de ser apanhado nessa mesma rede de acusações. A música Canção do Fim acabaria por ficar célebre devido a essa mesma polémica, atingindo milhões de visualizações no youtube.

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