Ainda não chegou ao fim, mas é já um dos sucessos do ano no que toca ao pequeno ecrã. Falamos de Sharp Objects, que parece ter todos os elementos necessários para o sucesso. E o resultado está à vista — já que é uma produção que revela ser mais do que um simples thriller, onde o verdadeiro mistério está nos pormenores que vão para além da história principal.
A nova produção da HBO conta a história de Camille Preaker (Amy Adams), uma repórter que regressa à sua cidade natal para investigar o assassinato de duas raparigas adolescentes. Instalada na casa onde cresceu, em Wind Gap, tem de lidar com Adora (Patricia Clarkson), sua mãe, que sempre a rejeitou, e Amma (Eliza Scanlen), a meia-irmã que mal conhece.
Ao mesmo tempo, tem de confrontar o seu passado e roer sobre os seus próprios demónios, tentando desatar a encruzilhada psicológica que atravessa diariamente.
Se ainda não te decidiste, damos-te seis boas razões para te renderes à série do momento. Não te preocupes, não há spoilers de nenhum dos episódios da série.
1. Tem apenas oito episódios
Ao contrário da maioria das séries de televisão atuais, Sharp Objects não vai ter um número indefinido de temporadas, com a história a arrastar-se para preencher cada episódio. Os produtores da série já revelaram que se vai ficar mesmo pela primeira temporada, com oito episódios estruturados de forma definitiva para dar a conhecer toda a história.
O estatuto de minissérie é aqui seguido à risca, ao contrário de outras produções semelhantes da HBO, como é o caso de Big Little Lies, outro dos sucessos da estação.
2. O elenco é de luxo
As personagens femininas dominam a trama, numa história guiada por mulheres multidimensionais, robustas e, não obstante, imperfeitas. A prestação das atrizes que lhes dão vida é cativante, com Adams a trazer à vida uma Camille marcada e profunda. Já Clarkson consegue equilibrar de forma delicada a linha ténue que a sua personagem ostenta entre a frieza e a quebra.
Além dos nomes mais conhecidos, Sharp Objects revela alguns novos talentos. Sophia Lillis vive Camille enquanto adolescente, captando a intensidade da sua versão adulta – que vai além da semelhança física. Mas o destaque vai para a australiana Eliza Scanlen, de apenas 19 anos, que se estreia em grande numa produção norte-americana com a sua interpretação rebelde de Amma, ao nível dos seus colegas de elenco mais experientes.

3. O método de edição usado nas filmagens
Há algo distinto e poderoso na forma como foi feita a edição dos episódios da produção. A montagem entre cenas atenta nos pequenos pormenores para ligar os momentos de forma previdente, revelando cuidado para transmitir o ambiente certo.
Os vários momentos da série que permitem entrar na mente da protagonista surgem de forma inesperada, porém inteligente, adensando o mistério que desde cedo faz questionar os espectadores sobre o que está para acontecer.
4. A simplicidade complexa da história
Wind Gap é uma cidade em que nem tudo é o que parece ser à primeira vista. Um pequeno meio, onde todos se conhecem, revela que, afinal, nem todos se conhecem realmente.
O ambiente da série é cru, quase melancólico, que é adensado pelas cores frias e a simplicidade complexa de alguns dos momentos, em que a prestação dos atores é essencial para complementar a atmosfera.

5. A música é tensa e preenche a narrativa
De forma subtil, porém marcante, a banda sonora tem um papel importante na série. A música que é ouvida ao longo dos episódios surge maioritariamente da playlist de Camille, uma forma inteligente de inserir a música sem parecer que foi inserida apenas para ambientar as cenas.
Com música de vários géneros, ajuda a perceber os personagens e a complementar a imagem que temos de cada um, ambientando perfeitamente diversos momentos. Os temas musicais ressaltam a emoção ou a ligeireza de uma determinada cena — tendo, até, ligação a partes específicas da história da protagonista.
6. É baseado num livro da autora de Gone Girl
O sucesso de uma história como Sharp Objects é partilhado com a obra que lhe deu origem. O livro homónimo foi editado em 2006 e foi a estreia no mundo da literatura de Gillian Flynn, autora de outros sucessos como Gone Girl, que também já foi adaptado ao cinema num filme igualmente aclamado.
Todos os livros da autora (à exceção de um conto) são bestsellers e foram adaptados para cinema ou televisão, razão mais do que suficiente para perceber a qualidade das histórias da autora. Flynn adaptou a sua própria obra para televisão e é também produtora da série.
Se já leste o thriller psicológico, podes esperar o selo de qualidade da escritora em cada episódio. Em Portugal, o livro está publicado como Objetos Cortantes e foi publicado pela Bertrand Editora.
