A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tomou a decisão de dispensar a Avaliação de Impacto Ambiental na perfuração petrolífera ao Largo de Aljezur pelo consórcio Eni/Galp. Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), reforça o repúdio e lamenta ao sucedido.
“Há limites para tudo e isto devia ser uma ideia morta à nascença”. Desidério Silva não poupa as palavras para uma decisão que considera “aberrante”. Em entrevista ao Espalha-Factos, o presidente da RTA refere que esta é uma dinâmica “nada favorável ao Algarve e à Costa Alentejana”.
Nas mais de 42 mil pessoas que, nas consultas públicas, se mostraram descontentes com a iniciativa, incluem-se os habitantes da zona do Algarve que olham com “discordância em relação à extração e em relação às medidas que a APA tomou, com a cobertura do Governo e dos responsáveis políticos”, afirma.
“É necessária uma avaliação do risco ambiental em Aljezur”
O presidente da RTA teme ainda que a região perca a força e a imagem que tem enquanto destino turístico, destacando que o que menos se precisa são “fatores de ruído perante os mercados e perante aqueles que escolhem o Algarve como destino de férias”.
Ao Espalha-Factos, Desidério Silva afirmou que “o Estado devia anular completamente os contratos e não alimentar a possibilidade do estudo da perfuração”, mas, a concretizar-se, seria “necessária uma avaliação do risco ambiental em Aljezur”.
Para além disso, a RTA está neste momento a projetar uma candidatura à UNESCO que tem como base “os lugares da globalização assentes naquilo que foram os descobrimentos nas terras do Infante”. Desidério Silva espera que a conjuntura envolvente não venha a “trazer contratempos em relação ao sucesso desta mesma candidatura”.
A operação em Aljezur tem início previsto para 15 de setembro e, de acordo com estes opositores, vai envolver substâncias tóxicas e métodos que podem pôr em causa a saúde humana e ambiental.