A Altice Arena voltou a ser palco de mais uma semifinal da Eurovisão e com ela, desfilaram looks. Apresentadoras, cantores e suas atuações serão escrutinados mais uma vez. Mais do que um concurso de canções, a Eurovisão é também uma fogueira de vaidades, onde os países vão para ver e ser vistos. Uma semifinal que fica marcada por canções mais fracas, mas por melhores visuais.
Desta vez, as apresentadoras Daniela Ruah, Catarina Furtado, Sílvia Alberto e Filomena Cautela, apostaram em criações de Luís Carvalho, Nuno Baltazar, Carlos Gil e Alves/Gonçalves. De novo, uma grande versatilidade de modelos em cima do palco, com exceção de Filomena Cautela, que optou por um vestido que segue o mesmo modelo do utilizado na primeira semifinal.
De salientar o cuidado que as quatro anfitriãs têm tido com a sua imagem ao longo de todos os dias de ensaios, jury shows e performances. Nem mesmo o pequeno incidente que ocorreu hoje com Sílvia Alberto, um botão do seu vestido que se abriu e deixou a descoberto mais um pouco do seu decote, fez esmorecer a elegância da apresentadora.
1# Noruega
Um look clássico de pai. Calças jeans e camisa, com cinto em pele. Salvou-o um blusão mais fashion, que cortou o formal do look, mas que depois e infelizmente, foi retirado. Na verdade, acredito que os coros estavam melhor vestidos que Alexander Rybak, o cantor noruguês!
2# Roménia
Acredito que a cantora romena teria ganhado mais com um vestido branco, para ir em consonância com a sua banda. À parte desta opção pessoal, as rachas do vestido eram demasiado abertas, o que por vezes poderia resvalar na linha ténue entre o ser arrojada ou vulgar, a meu ver.
3# Sérvia
Uma atuação que me relembrou Senhora do Mar, da madeirense Vânia Fernandes. Os visuais, esses remetem para uma estética mais asiática, com um estilo de guerreiros nipónicos. No global, a imagem foi muito bem conseguida, à parte de cada elemento do grupo ter uma imagem individual forte e bem trabalhada.
4# San Marino
Neste Duo São Lindas, uma irmã estava 8 e a outra 80. Se por um lado é engraçado que uma tenha optado por um look de calças e croptop e a outra, vestido, por outro não me pareciam estar coordenados. Nem em termos de cor, nem em termos de modelo estiveram em sintonia. De um lado, uma imagem mais contemporânea e atual, do outro, um estilo muito visto e até um pouco datado.
5# Dinamarca
Conjuntos todos em preto, nada de novo e uma imagem que cruza o imaginário viking, com a performance Yes We Can, de Luciana Abreu, no Festival da Canção. Creio que a única coisa com graça na imagem dos cantores dinamarqueses, foram as longas barbas, que contrastam com as peles e olhos claros dos artistas…
6# Rússia
Será impossível não fazer nenhuma analogia entre este staging e o de Elina Nechayeva, da Estónia, na passada terça-feira. Dadas as limitações físicas da cantora, achei que foi uma opção de palco segura e gostei muito que todas as pessoas em palco, desde a cantora, passando pelos coros e até os bailarinos, estivessem vestidos de branco, uma opção intemporal e segura nestas ocasiões.
7# Moldávia
Esta tentativa de se assemelharem a um estilo 50’s foi algo que não me convenceu muito. À parte desta má busca por referências visuais, achei alguma piada que os três cantores moldavos tivessem vestido tons próximos das cores primárias, o que a maioria do público poderá não ter reparado, mas que não nos escapou!
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8# Holanda
O vocalista holandês possivelmente tem um dos estilos masculinos mais interessantes que passou pela Eurovisão 2018. A sua banda é que poderia ter seguido opções mais ao seu género, porque de indumentária deixaram muito a desejar. De destacar as calças pretas, básicas, com um apontamento lateral em pele, conjugadas com um casaco com padrão animal, uma escolha pouco habitual para homens.
9# Austrália
Uma performance que tal como a roupa, desafinou do princípio ao fim. O vestido tinha tudo para resultar, se não fosse tão justo, se tivesse mais 5cm de tecido na perna e se não evidenciasse tanto a zona abdominal de Jessica Mauboy. Desta forma, a peça não me pareceu ter sido a escolha certa para o biótipo da artista.
10# Geórgia
Este grupo, um tipo de tributo aos Il Divo, foram talvez os mais bem vestidos desta noite. Apesar da escolha segura, por fatos escuros, recomendamos que olhem com atenção para os casacos. Estes têm um corte moderno e que desconstrói a estrutura clássica de um blazer de homem, o que é uma interpretação perfeita de um ícone dos armários masculinos.
11# Polónia
Apesar de ter detestado a atuação polaca, sinto que os coordenados têm um pouco de inspirações daquele estilo mais rock ou até mais rock clássico, da década de ’70. Para isso recorreram a calças mais justas, blazers mais extravagantes e chapéus, o que não me pareceu uma má estratégia.
12# Malta
Foi uma pena que Malta não tivesse conseguido um lugar na final. Teve um staging ótimo, uma imagem muito contemporânea e alinhada com aquilo que é feito a nível internacional, o que a meu ver, ganha pontos. Por outro lado, o look vai tentar beber das influências mais digitais da atuação e os ecrãs led que emolduram a cantora.
13# Hungria
Uma música muito original e fora da caixa para o que a Eurovisão está habituada. Contudo, sem sentido de moda ou styling. Necessitavam de um consultor de imagem, com urgência! Escasseiam-me as palavras, mas só consigo arranjar como termo de comparação: as roupas que uma banda de garagem leva a um concurso.
14# Letónia
Achei piada que o clássico vestido fosse quebrado com uns calções, ao invés de dar continuidade a uma saia até aos pés, optando só por uma cauda. O matchy-matchy entre o batom e o vestido é que era escusado, que é algo demasiado óbvio. Em relação ao cabelo, Laura Rizzotto, poderia ter optado por algo menos mãe que vai à reunião de pais do filho.
15# Suécia
Não compreendo todo o hype criado em torno do representante sueco à Eurovisão 2018. Tem um bom look, talvez dos melhores desta edição, muito trendy e atual, com um casaco em vinil que faz o resto da roupa sobressair muito mais. Substituiria as sapatilhas que tem calçadas e definitivamente, lavava-lhe o cabelo, porque a oleosidade capilar felizmente é algo que pode ser tratado!
16# Montenegro
Terá Vanja Radovanović pedido os visuais emprestados a Filipe La Féria? É que desde Vanja, ao seu coro, toda a imagem de Montenegro se assemelhava muito à estética dos teatros de revista, o que seria uma bonita homenagem feita à cultura portuguesa… caso a intenção fosse essa.
17# Eslovénia
Dispensamos os comentários à atuação, em particular o momento em que propositadamente a música pára, fazendo-me ter um pequeno ataque cardíaco. O look, assim como a canção, tem uma vibe muito K-Pop, o que me surpreendeu. O body, ainda assim, era cavado de mais e aquela espécie de macacão em transparências não foi uma ajuda. Um daqueles casos em que less is more.
18# Ucrânia
Não achei piada àquele mix meio vampiro, meio Bad Romance, da Lady Gaga. Contudo, o facto de a imagem que queriam passar ser lida como um conjunto e de forma uniforme, já valeu um ponto extra à Ucrânia e fez com que não tivesse sido mau de todo. Ah! E também não compreendi aquela lente de contacto, uma de cada cor… Seria uma homenagem aos olhos de Daniela Ruah?