O Espalha-Factos terminou. Sabe mais aqui.
Principezinho
Foto: Filipe Ferreira/divulgação

‘O Principezinho’: o essencial ainda é invisível aos olhos

Até ao próximo domingo (29 de abril) ainda é possível assistir, no Teatro da Trindade, ao musical O Principezinho, cantado em português. O Espalha-Factos não quis deixar de ver mais uma adaptação de uma das histórias mais emblemáticas de sempre.

A versão portuguesa em formato musical conta com adaptação e encenação de Pedro Penim, baseada na versão espanhola encenada em 2016, da autoria de Àngel Llàcer, Manu Guix e La Perla 29, a partir do clássico de Antoine de Saint-Exupéry publicado em 1943.

Principezinho
Foto: Filipe Ferreira/divulgação

Esta é uma versão condensada em pouco mais de uma hora, mas consegue abarcar tudo o que o livro tem de importante e dá-nos uma perspetiva abrangente sobre as aventuras do Principezinho pelos vários planetas. Para nos ajudar a compreender a viagem, a peça conta com cenários em videomapping que imprimem uma grande dose de realismo aos planetas e personagens que o Principezinho vai conhecendo ao longo da sua viagem.

Assim é fácil para o espetador (de qualquer idade) ser transportado para o universo da história e deixar-se mergulhar na magia e nas histórias dos acendedores de candeeiros, do geógrafo, do rei, do homem rico, do bêbedo e, claro, das flores e animais que falam, cantam e dançam.

Principezinho
Foto: Filipe Ferreira/divulgação

Que saudades tínhamos do Asteróide

O Aviador (Paulo Vintém) é o primeiro personagem que vemos em cena e é ele que nos conta o início da história. A Rosa do Principezinho (interpretada por Mariana Pacheco) e a Raposa (José Lobo) que se deixa cativar por ele são os dois personagens “não-humanos” mais importantes da história. Mas há um leque de personagens interpretadas pelos cinco atores do elenco que são, todas elas, importantes para a mensagem de amizade, confiança e curiosidade que se pretende transmitir.

Principezinho
Foto: Filipe Ferreira/divulgação

A jibóia que engole o elefante, as rosas que revelam ao Principezinho que a sua rosa não é única no mundo ou os embondeiros que invadem o planeta Asteróide B612, de onde ele veio, são outros elementos que também não faltam nesta versão teatral trazida para Portugal pela Universal Music Portugal.

As melodias marcam o ritmo da história e raramente desiludem, muito graças à execução vocal irrepreensível por parte do elenco. Também as letras, que poderiam ser mais apelativas em algumas das canções, são adequadas para aquele que será o público-alvo do espetáculo.

Todos temos cá dentro um Principezinho

Principezinho
Foto: Filipe Ferreira/divulgação

Mas, na verdade, se refletirmos bem e se pensarmos na viagem ao passado que o musical nos permite fazer, poder-se-á dizer que a peça é tanto para as crianças como para os “crescidos” (embora, como avisa o Principezinho, eles nunca percebam nada e precisem sempre que se explique tudo).

Os valores e as mensagens que encontramos no livro de Saint-Exupéry estão todos presentes neste musical e são transmitidos através das palavras, da música, da coreografia e até dos figurinos.  O espetáculo vai sendo construído numa espécie de crescendo até chegar a um final apoteótico com uma surpresa que desce do céu para fazer as delícias das crianças (e não só) durante a última música.

É um espetáculo para fazer sonhar e para ensinar a pensar. E a nossa criança interior agradece.

Principezinho
Foto: Filipe Ferreira/divulgação

Ainda podes ver

O musical O Principezinho sobe pela última vez, para já, ao palco do Teatro da Trindade, em Lisboa, no próximo fim-de-semana. Sexta, dia 27, podes assistir às 18h00, sábado (28) às 11h30 e às 15h30 e domingo (29) nos mesmos horários.

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