O trabalho de Harmonia Rosales, artista de 33 anos a residir em Chicago, nos Estados Unidos, tem vindo a angariar cada vez mais fãs pela sua considerada irreverência. A particularidade? Substituir figuras de grandes pinturas clássicas por mulheres negras.
Na coleção B.I.T.C.H. – Black Imaginary To Counter Hegemony, a pintora substitui as figuras masculinas brancas por pessoas que, segundo a própria, considera menos representadas. No ano passado, quando lançou “A criação de Deus”, em alusão à pintura “Criação de Adão”, a emblemática pintura de Miguel Ângelo, várias foram as críticas lançadas.
As mais referidas destacavam que a autora não se devia ter aproveitado do trabalho de outros, mas sim criar o próprio. Na pintura de Harmonia Rosales, o então Deus e Adão cedem lugar a duas mulheres negras.
Arte como arma contra a indiferença
Criada num ambiente criativo, a sua mãe era artista plástica e o seu pai músico, Harmonia acredita que foram os pais que lhe despertaram o gosto pelas artes, que surge em combinação ao amor que tem pela história. Como profissional, olha para a arte como arma contra a indiferença e inércia, um despertar do mundo para novas realidades.
Com esta troca de personagens, a pintora pretende tornar contemporâneo o significado destas obras de arte, tentando alertar e abrir mentes para novos discursos humanistas.