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HMB / Héber Marques

HMB: Parece que a história ainda agora começou

Os HMB estão a celebrar dez anos. Sim, 2007 já foi há mais de uma década. Este sábado (24), o Campo Pequeno encheu-se de gente de todas as idades. Público e banda sintonizaram-se na energia e, para quem esteve lá, foi claro que a história ainda agora começou.

É um grande orgulho esgotarmos esta sala. Há uns anos estava bem mais vazia e mandaram-nos embora muito rápido“, conta Héber Marques. O Campo Pequeno está esgotado e cheio de vozes afinadas. No palco, além do grupo lisboeta, desfilam os convidados: Virgul, Carminho, DJ Ride e ainda os sopros dos Funk U e também Os Nove, em formato de coro gospel.

Músicas fáceis de decorar, misturas de funk, soul e R&B com muita alma portuguesa, em sucessivas injeções de adrenalina a uma audiência que, nesta noite, quer principalmente ser feliz. É em Não Me Leves Mal que se começa a ouvir o coro gigante, muito bem dotado ao nível vocal, que encheu a arena no centro da capital portuguesa. No entanto, para trás já estavam Suspirou, numa prestação irrepreensível de Héber, e a dupla Vai ou Racha e Dia Memorável, que serviram de warm-up festivo.

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Em Paixão, que é também tema de telenovela, tocada coladinha a Feeling, continua a harmonia entre o vocalista, dono de uma voz prodigiosa, e os milhares de backing vocals ensaiados. Pedem Rainha emprestada a Virgul, que consigo traz uma brisa de verão e música tropical com um arranjo de sopros que dá outro colorido ao hit.

Desengane-se, no entanto, quem acha que o concerto foi todo feito de pé no acelerador. Num momento intimista com os cinco membros originais da banda, Joel Xavier relembra que, mesmo aparecendo na televisão, continuam a ser músicos e a fazer música real. Essa Saudade de Ti, uma balada do início do percurso dos HMB, serve também para lembrar como o talento para compôr e escrever lá está desde o começo. Talvez serve para manter os telemóveis no ar e com a luz acesa, fundindo-se depois num mash-up improvável com A Paixão segundo Nicolau da Viola.

A toada melancólica mantém-se com Sabes a Pouco e Não Me Deixes Partir, mas é interrompida pela visita de DJ Ride, que mistura sons do hip-hop e do R&B antes de avançar para Ciúmes. O velocímetro continua lá em cima, meu coração Acelerou. E o deles também, num trio de temas que continua com Super Ego e CDQP.

Em Peito, Carminho junta a voz à de Héber, em mais um momento intimista que nos ofereceu duas das melhores vozes atualmente em exercício na música portuguesa. Ninguém escondia que esperava o que aí vinha a seguir: O Amor É Assim. As rádios até nos podem ter cansado um bocadinho, mas esta música continua a ser uma máquina de festa. Há betos a treinar falsetes, passos que saíram diretamente da aula de kuduro, avós e netos em danças divertidas.

Temos tempo para cantar os Parabéns, que funciona aqui como uma faixa bónus. E depois Tanto Me Faz. A noite já está praticamente feita. Sabemos que há encore. Terminamos com Enoque a chegar-se à frente. Ele, a quem já tinham cabido as honras de abertura, volta a ganhar espaço em Naptel Xulima. Fechamos por hoje com a canção símbolo da groove positiva que os HMB celebram há uma década. A festa vai continuar… ainda agora começou.

Fotoreportagem de Tiago Filipe / Espalha-Factos