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Fotografia: Variety

‘Sul’: a nova série RTP que quer chegar ao mundo

A aposta da RTP no conteúdo adaptado ao mercado televisivo estrangeiro continua.  A estação pública embarcou na produção de Sul, um drama passado em Lisboa, realizado por Ivo M. Ferreira.

Sul é a primeira série nacional a ser selecionada para apresentação na CoPro Series, evento dedicado a séries inserido no Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim.

A série noir portuguesa, produzida pela Arquipélago Filmes, foi criada diretamente para a RTP. Segundo a Variety, a Latido Films será a responsável pela comercialização internacional da série, marcando a incursão da agência na venda de dramas televisivos para todo o mundo.

Sul
Ivo M. Ferreira na apresentação de ‘Cartas de Guerra’ na Berlinale de 2016. (Fotografia: Reuters)

O policial noir na Lisboa da troika

Escrito por Edgar MedinaGuilherme MendonçaSul vai levar ao pequeno ecrã a densidade do cinema noir. Partindo da descoberta de um cadáver na margem do Tejo, é descoberta uma série de homicídios chocantes, ocorridos durante o quente verão da capital portuguesa, numa altura em que se vive intensamente uma crise económica e social.

As imagens irão transportar o espectador para os bastidores do poder político, aos escritórios de advogados influentes e abordar o branqueamento de capitais, passando pelas igrejas evangelistas lisboetas.

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O único nome associado a esta produção é o de Adriano Luz. O ator, que encabeça o elenco, irá dar vida a Humberto, inspetor da Polícia Judiciária. A banda sonora da produção está a cargo de Dead Combo, banda rock portuguesa.

O drama negro será gravado inteiramente em Portugal, em língua portuguesa. Com filmagens entre abril e junho, espera-se que o projeto esteja concluído em setembro em dois formatos distintos: dez episódios de 45 minutos e cinco segmentos de 90 minutos. A exibição na RTP está agendada apenas para 2019.

A produção da Arquipélago Filmes será a série mais cara da produção nacional em 2018, com orçamento definido em um milhão de euros. A nível nacional, parte do financiamento – cerca de 500 mil euros – está a cargo do Instituto do Cinema e Audiovisual. A subvenção portuguesa culmina na compra da série pela RTP para exibição, acumulando-se com o financiamento internacional que está por vir.

“É uma oportunidade única”

No passado dia 21 de fevereiro, South (título internacional do projeto) fez parte da seleção no Berlinale. Neste evento, são apresentados projetos de vários países, que tentam encontrar financiamento e parceiros internacionais a nível de coprodução.

O grande objetivo é aumentar o financiamento da produção. “Para fazer 450 minutos de ficção de qualidade, uma série de televisão que se quer cinematográfica, é uma porção ínfima do que precisávamos”, justifica Edgar Medina ao Público o orçamento nacional que a produção recebeu.

No entanto, Berlim é uma porta para algo maior. É uma oportunidade única, naquele auditório estão 300 dos maiores operadores de televisão audiovisual e agentes de venda de todo o mundo”, acrescenta sobre o festival.

O cenário (social) de Portugal espelhado para o mundo

Em declarações à Variety, Edgar Medina falou sobre a escolha da capital portuguesa para servir de cenário a Sul. “Colocamos uma ficção noir no mais entusiasmante e desconhecido cenário – a antiga Lisboa.

“Desvendamos o seu lado mais negro: uma experiência genuína, que combina uma narrativa internacional com um leque de personagens com sabor local, um verdadeiro crime noir mediterrâneo, acrescentou o produtor e argumentista da série.

Além do cenário, também se faz um retrato social. A atmosfera da produção envolve-se com uma temática bem presente na história recente do país, a da crise económica e social. “O facto de a crise ter aparentemente acabado não veio apagar este tempo, se calhar estamos mais alerta sobre uma crise mais constante e permanente” refere Ivo M. Ferreira ao Ípsilon. Medina acrescenta que esta “é uma enorme oportunidade dramática, porque transporta personagens, sensações, momentos que são particularmente bons e fortes de trabalhar.”

Sul
Apresentação de ‘Sul’ no CoPro Series, evento do Berlinale 2018. (Fotografia: Facebook Arquipélago Filmes)

O português será o idioma com que South se fará ouvir. “Mesmo que a versão original seja em português, sentimos que a nova televisão permite legendar ou dobrar diretamente para tornar o produto ainda mais internacional”, refere Antonio Saura, CEO da Latido Films, distribuidora internacional da produção.

A verdade é que a televisão em idiomas diferentes do inglês está a ganhar espaço junto dos públicos estrangeiros. É precisamente este o objetivo da produção de Sul para os mercados internacionais.

“Se adoramos ver televisão em dinamarquês, que é uma língua falada por seis milhões de pessoas, porque não pode uma série ser falada em português, que é falado em Portugal (dez milhões de habitantes) e no Brasil (200 milhões)?,” perguntou Saura.

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Sul chega ao pequeno ecrã em 2019. Em Portugal, a casa da produção será a RTP. Em breve, chegará como South ao resto do globo.

  1. Ola boa noite, artigo interessante, mas o que me levou a encontrar este artigo, foi a minha procura pela musica dos dead combo, que em todos os artigos que encontro falam sobre a banda, mas não identificando p nome da música, que por si só, quando iniciamos a visualização do episódio, cria uma vibração adequada para o tipo de série. Obrigado pelo vosso tempo!

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