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Harry Potter e a Pedra Filosofal
Fotografia: Divulgação

Sete personagens de Harry Potter que precisam de uma segunda análise

O mundo é feito de zonas cinzentas e a literatura, obviamente, também. É muito fácil polarizar determinados personagens da saga Harry Potter e definir que Voldemort é um dos maus da fita (o pior) e Harry um dos heróis (o grande herói). Mas existem dinâmicas que, apesar de muito estudadas, acabam por nunca ser combinadas e que alteram a visão geral da trama.

Logicamente que, para cada leitor, sua leitura. Contudo, existem figuras bem mais torturadas do que aquilo que, à primeira vista, queremos acreditar.

1. Draco Malfoy

Harry Potter
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Nascido e criado num seio de Slytherins de sangue puro, Malfoy foi fermentado em maldade e intriga desde o berço. Nada justifica as suas atitudes idiotas.

No entanto, com o desenvolvimento do personagem, conseguimos compreender que Draco é um rapaz inseguro e com um espaço de manobra reduzido. Enquanto Harry “joga” por não ter nada perder, o seu antagonista mais frágil é obrigado a “apostar”, mesmo não querendo, dadas as expectativas que sobre ele recaem.

Sendo um dos protagonistas mais desacreditados e incompreendidos da série, torna-se um dos principais responsáveis pela fama cobarde dos Slytherin (embora existam vários exemplos contrários). Um miúdo que ameaça constantemente os outros com a influência do seu pai deve nutrir por ele algum tipo de admiração, não? Pois é. Ninguém nasce “racista” e Draco só o é, por ter sido instruído nesse sentido.

2. Severus Snape

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Considerado um dos melhores personagens da série, Snape não é só severo…é abusivo. Sabemos que ninguém quer enfrentar os factos e que o seu trabalho como agente de espionagem duvidoso, beneficiando a Ordem, é crucial. Mas vamos fechar os olhos aos seus tempos de comensal da morte, antes de começar a compactuar com Dumbledore? À forma intragável como tratava os seus alunos? E a paixoneta stalker pela Lilly? Temos de aceitar que, apesar de ter passado de besta a bestial, Snape é bastante difícil de defender.

3. Ron Weasley

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Sim, os Gryffindor não sairão (de todo) impunes a esta análise. Comecemos por enunciar os problemas óbvios de Ron: a agressividade crescente, a sua masculinidade tóxica (associada aos seus complexos de inferioridade perante os seus pares), total impassibilidade perante causas sociais e, por fim, a sua relação abusiva com Hermione Granger (sendo, este último ponto, o mais perturbador).

No limiar de “prostituição” intelectual e da manipulação, até ao estereótipo do insulto como forma de afecto por parte do sexo masculino, o ruivo é uma violência com pernas. Em Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, percebemos que o futuro de Granger e Weasley nem sequer se tornou mais resplandecente, quando nos é descrito quantas vezes este se encontra ébrio e qual a sua real opinião sobre o trabalho da esposa como Ministra da Magia (sem demasiados spoilers).

4. Hermione Granger

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Ora, se Ron tem um problema, Hermione também. Depois de defender os direitos dos elfos-domésticos com o seu Fundo (FALE), a heroína que todos adoramos acaba por ficar com o mais apolítico e figadal dos sujeitos. A associação dela com o seu futuro esposo é completamente antagónica em relação ao seu caráter imponente, inconformado mas, também, cauteloso. Colocando sempre o seu percurso académico e os seus amigos em primeiro lugar, Granger vai ao limite na famosa cena ‘Obliviate’. Numa coisa Ron estava certo: ela tem as prioridades trocadas.

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5. Harry Potter

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Podemos atacar toda e qualquer personagem, mas temos de assumir os erros dos heróis e as virtudes dos bandidos.

Potter, o nosso homem, não fica muito atrás ao ser testemunha silenciosa de todas estas vilezas. É de salientar o “erro” perigosíssimo que J.K. Rowling cometeu ao tirar Hermione dos braços do “escolhido”. Era menos mau, mas não era ideal: Harry convida Patel para o Yule Ball mas passa o tempo a pensar na rapariga que lhe deu com os pés, salva pessoas de afogamento só porque precisa de atenção (não podemos acreditar que a irmã de Fleur fosse morrer na segunda tarefa, só porque sim, sob a responsabilidade do Ministro da Magia e com imensa gente à volta). Toda a gente colocou a vida em risco por causa dele, enfim.

No fim de contas, depois de não reconhecer as capacidades ou a presença, sequer, da Ginny (excepto quando esta foi abduzida pelo mal) ao longo de quatro ou cinco livros acaba por se envolver com ela, a irmã mais nova do seu melhor amigo. Bem jogado, Potter. Volta, Viktor Krum.

6. Narcissa Malfoy

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Narcissa merece um apontamento. Ela começa no lado errado do “jogo” mas (de forma menos impactante do que Snape) acaba por se redimir de forma absoluta, demonstrando que o seu amor por Draco é maior do que a sua devoção ao Senhor das Trevas.

7. Nymphadora Tonks

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Tonks é uma das personagens mais subestimadas de toda a saga. Esquecemo-nos demais do quão fascinante ela é. As suas capacidades camaleónicas, a sua gravidez instável (consequência do seu caso com Lupin) e a sua relação com a tia Bellatrix são tudo circunstâncias que mereciam mais atenção.

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