O Consumer Electronics Show (ou CES), a maior feira de gadgets e tecnologia do mundo, decorreu esta semana em Las Vegas e trouxe, como já é habitual, um mar de novos produtos e provas de conceito em diversas categorias, desde smartphones da próxima geração e automóveis autónomos a ideias menos convencionais.
Mais do que os próprios produtos, o que se destaca são as tendências da indústria. Enquanto que realidade virtual dominou ao longo dos últimos anos, quando era ainda uma promessa de um futuro por vir, são agora os carros autónomos e assistentes pessoais que se destacam entre a multidão.
Assim, aqui ficam as cinco tendências que marcaram o CES deste ano.
Automóveis autónomos tomam o palco principal

A revolução autónoma, liderada por marcas como Tesla, Google e Uber, tem-se tornado cada vez mais um ponto principal da industria da tecnologia, ao ponto que as marcas mais tradicionais de automóveis vêm-se interessadas em explorar o mundo sem condutor.
A Toyota, tal como previsto por Black Mirror, anunciou um novo tipo de veiculo autónomo, o e-Palette, desenhado para funções como entregas ao domicílio e ride-sharing.
Estes contentores de vidro em quatro (ou oito) rodas apresentam configurações à medida consoante a aplicação, e são apresentados pela Toyota como uma peça importante do futuro da mobilidade. O projeto será iniciado com parcerias com marcas como Pizza-Hut, Amazon e Uber.
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Por falar em Uber, a empresa de Silicon Valley anunciou uma pareceria com a NVIDIA e a Volkswagen para o desenvolvimento de novo hardware autónomo, focado principalmente na computação e tratamento de dados necessários para uma condução segura.
Ao longo dos últimos dois anos, a a Uber já registou cerca de 50000 viagens autónomas nos seus testes em algumas cidades norte-americanas.
Carregamento Wireless ficou (mais) mainstream

Embora várias empresas tenham implementado carregamento sem fios desde a Palm, em 2009, o público geral tomou conhecimento real desta hipótese quando a Apple introduziu a tecnologia nos seus mais recentes iPhones, no final de 2017. Este chamado “Efeito Apple” levou a uma nova aposta por parte das marcas de acessórios como a Belkin, que introduziu cinco novos bases de carregamento sem-fios.
Realidade Virtual continua a amadurecer

Mesmo não sendo o centro das atenções, as marcas por detrás dos principais headsets VR trazem inovações que visam tornar o mundo virtual mais prático e acessível.
A HTC introduziu um novo headset, o Vive Pro, que traz um novo ecrã de maior resolução (2880×1600 versus os 2160×1200 do original) , câmaras e auscultadores integrados e um design mais ergonómico.
Mas a novidade mais promissora vem na forma de um adaptador wireless que permitirá a utilização do Vive sem um cabo estilo The Matrix a ligar ao PC, o que elimina talvez a maior desvantagem dos atuais headsets. Este adaptador, que será compatível com o Vive original, promete uma experiência de VR de grande escala completamente desimpedida.
Como com quase tudo mostrado na feira, não foram comunicados preços ou datas de disponibilidade.
Os assistentes virtuais em casa ganham ecrãs

Após o boom dos altifalantes inteligentes como o Amazon Echo e Google Home, o passo lógico a tomar seria tornar estes dispositivos capazes de transmitir informação ao utilizador por meios além da voz, e foi exatamente isso que aconteceu.
Após o Amazon Echo Show e Echo Spot em 2017, ambos equipados com ecrãs que permitem mostrar todo o tipo de informações e conteúdos, a Google trouxe à CES um conjunto de “smart displays” produzidos por parceiros como a Lenovo, JBL e LG.
Estes dispositivos são melhor descritos como um tablet fixo, desenhado para estar sempre ligado, pronto a responder a comandos de voz ou toque, ou a mostrar fotografias, como aquelas molduras digitais que eram moda há dez anos atrás.
Para além disso, são também capazes de efetuar videochamadas através do Google Duo. Por questões de privacidade, alguns dos modelos em exposição incluem coberturas integradas que fisicamente tapam a câmara, uma ideia também implementada em alguns dos portáteis em exposição.
Infelizmente, estes smart displays, tal como acontece com os altifalantes, provavelmente não serão vendidos em Portugal, visto que nem a Alexa nem o Google Assistant suportam Português de Portugal.
TVs ficam maiores, modulares e flexíveis

Talvez a área mais exibicionista de toda a feira, o setor dos televisores é dominado por painéis cada vez maiores e com mais resolução, contraste e qualidade de cor, todos a lutar pela atenção dos jornalistas presentes.
A Samsung decidiu levar o exercício ao extremo e criar um ecrã modular que pode ir até 146 polegadas (!!) na diagonal. Enquanto que grande parte das marcas atualmente usa painéis OLED nas TVs topo de gama, este ecrã é composto por microLEDs individuais, semelhantes aos dos ecrãs gigantes utilizados em eventos.

É este sistema que faz com que o painel possa ser quebrado entre filas de LEDs para criar diferentes tamanhos, algo inicialmente desenvolvido para salas de cinema.
Depois da impressionante TV ‘Wallpaper‘ com cerca de 2,5 mm de espessura que mostrou no ano anterior, a LG decidiu agora ir noutra direção, literalmente.
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Este novo modelo 4K de 65 polegadas é flexível o suficiente para se enrolar para dentro da base, semelhante à tela de um projetor, quando não está em uso. A LG já tinha demonstrado o potencial dos painéis OLED dobráveis com um painel de 18 polegadas, em 2014.