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Há racismo no mundo da moda? H&M reacende o debate

Uma criança negra com uma sweat que dizia “coolest monkey in the jungle”. Foi desta forma que a sueca H&M reacendeu o debate em torno do racismo na indústria da moda. Numa imagem que se tornou viral nas redes sociais, podemos ver um outro menino, caucasiano, também vestindo uma sweat, esta com um tigre.

Moda: O retrato de uma indústria desigual

O debate em torno do racismo na indústria da moda é algo que já vem a ser discutido de forma mais assídua desde 2007, por personalidades como Bethann Hardison. A ativista realizou, à data, um encontro com o objetivo de debater a questão da diversidade nesta indústria. Com o mesmo propósito, fez circular uma carta pelas principais capitais da moda, durante o mês de setembro de 2013, com o fim de existir uma maior diversidade étnica nas passerelles.

Tal deveu-se a um estudo feito e no qual se constava as agências de modelos eram compostas por 78,69% de modelos caucasianos, 9,75% negros, 7,67% asiáticos, 2,12% hispânicos e 0,45% de outras etnias.

Fonte: secretofdd.com

No trabalho realizado para a sensibilização no que às questões de discriminação racial neste meio, destaca-se também a modelo Deddeh Howard. Natural da Libéria, procurou, com o apoio do fotógrafo Raffael Dickreuter e através do seu projeto Black Mirror, recriar imagens icónicas de campanhas publicitárias, feitas por manequins como Gigi Hadid, Gisele Bündchen, Kate Moss, Kendall Jenner ou Linda Evangelista.

É ainda graças a movimentos como o Black Lives Matter, que a luta pela igualdade racial assumiu a forma de protesto e ganhou uma ambiência mais politizada. A prova disso mesmo são os quatro designers de moda negros, candidatos ao prémio CFDA/Vogue Fashion Fund, quando escasseiam pessoas não caucasianas, à frente de marcas, revistas ou passerelles a nível mundial.

Foto por: Vlad Tchompalov

Como frutos positivos dentro da luta pela igualdade, destacam-se Marc Jacobs e Demma Gvasalia – na direção da marca Vetements. O primeiro por em 2016 ter apresentado no seu desfile manequins com rastas, como associação à comunidade negra e logo na estação a seguir, um casting fortemente composto por manequins não caucasianas, numa coleção que bebeu influências do hip-hop. Já da francesa Vetements, tivemos no desfile de outono/inverno um leque amplo de manequins, que desfilavam estereótipos.

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Recordamos que na última temporada da Semana de Moda de Nova Iorque, entre as 2.601 entradas na passerelle, 63,1% eram pessoas brancas e 36,9% eram pessoas não brancas. Apesar disso, cada desfile continha pelo menos dois manequins não caucasianos, algo que aconteceu pela primeira vez na história do evento. Não falássemos nós de uma indústria que pretende quebrar tabus e ser vanguardista, fica-nos uma imagem de um meio que ainda está longe de ser igualitário e onde a individualidade não parece ter lugar.

Entretanto, e a respeito deste último caso, a H&M já avançou com um pedido público de desculpas pelo sucedido, tendo demonstrado que nunca foi intenção qualquer espécie de racismo. A parceria com o cantor The Weeknd, no entanto, poderá ter ficado comprometida.

Também Terry Mango, mãe do menino que protagonizou a campanha polémica, se pronunciou no seu facebook pessoal. A mesma afirmou que aquele foi apenas um entre centenas de looks que o filho tinha vestido, considerando desnecessário todo o problema criado em torno da imagem: “Parem de estar sempre a gritar ‘lobo’. Esta é uma discussão desnecessária. Passem à frente“.

 

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