O antigo vice-reitor da Universidade do Minho, Vítor Aguiar e Silva, foi escolhido por maioria como vencedor do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, tendo sido referido como exemplo de cidadania cultural.
A data de entrega dos prémios não é ainda conhecida.
O Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural foi atribuído ao escritor, professor e investigador Vítor Aguiar e Silva, anunciou hoje, dia em que Graça Moura completaria 75 anos, a Estoril-Sol, que patrocina o galardão.
Ao autor são atribuídos, entre outros, os títulos Teoria da Literatura e Camões: Labirintos e Fascínios, o que lhe valeu o Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Críticos Literários e o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores.
O júri, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, escolheu por maioria Vítor Aguiar e Silva, destacando o seu percurso incomum.
Em ata, o júri destacou que este percurso fez com que Teoria da Literatura passasse a ser um instrumento fundamental na formação de gerações, da Literatura Portuguesa e na fixação e estudo de parte relevante da obra camoniana, num brilhante exercício de intervenção pública, quer pelo seu magistério universitário, quer pelas altas missões no campo da política da Língua e da Educação.
O prémio
No valor de 40 mil euros, 0 Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural foi instituído pela Estoril-Sol, em parceria com a Editora Babel.
Na primeira edição, este prémio foi atribuído ao ensaísta Eduardo Lourenço. No ano passado, foi distinguido o jornalista e escritor José Carlos Vasconcelos.
Este prémio, segundo o regulamento, visa distinguir um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que, ao longo da carreira — ou através de uma intervenção inovadora e de importância –, tenha contribuído para dignificar e projetar no espaço público o sector a que pertença.
O júri do prémio foi constituído pelos autores, professores e investigadores Guilherme d’Oliveira Martins, Maria Alzira Seixo, José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz e, ainda, por José Carlos Seabra Pereira, em representação da Babel, e Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, que representaram a Estoril-Sol.
O vencedor de 2018
Vítor Manuel Aguiar e Silva, natural de Viseu, licenciou-se em Filologia Românica, na Universidade de Coimbra, onde se doutorou em Literatura Portuguesa e foi professor catedrático.
Em 1989, transferiu-se para a Universidade do Minho, onde foi catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas e onde fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos, assim como a revista Diacrítica.
O autor recebeu já várias distinções, entre as quais o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído em 2002 pela Universidade de Évora, e o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, em 2007.
Com 78 ano, Aguiar e Silva tem-se dedicado à investigação da Literatura Portuguesa dos séculos XVI, XVIII e XX e também ao estudo da Teoria da Literatura, área na qual é nacional e internacionalmente reconhecido.
Entre as suas obras conta-se A Lira Dourada e a Tuba Canora: Novos Ensaios Camonianos, editada em 2008, que lhe valeu, em 2009, o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus, atribuído por um júri do qual fazia parte Vasco Graça Moura.
Teoria da Literatura é a obra de referência do autor, publicada originalmente em 1967.
Além de ter estado na fundação do Instituto Camões, Aguiar e Silva também coordenou a Comissão Nacional de Língua Portuguesa (CNALP), chegando a ser também membro do Conselho Nacional de Cultura. O autor esteve ainda entre os signatários da petição “Em Defesa da Língua Portuguesa contra o Novo Acordo Ortográfico”, ao lado de Vasco Graça Moura (1942-2014).