Frank’s Northern Southern Express é o título do novo episódio de Shameless e, tal como o nome indica, o patriarca da família levou todas as honras para casa esta semana – também não é difícil, tendo em conta o estado atual dos restantes. O episódio estreou no canal Showtime no dia 31 de dezembro. Em Portugal, a série é exibida na FOX.
Frank (William H. Macy) está a caminho do Canadá por duas razões: por um lado, porque não acredito que a América seja uma terra igualitária e preocupada com os direitos dos mais pobres; por outro, para ajudar imigrantes que procuram refúgio noutro país, reunindo então um simpático grupo de iraquianos.
Ao som de Justin Bieber e Céline Dion, a viagem acaba por ser um sucesso, rendendo uns bons trocos por cabeça ao pai de família. No final, a sua opinião é outra: se formos dedicados no nosso trabalho, à sempre alguma recompensa à espera. Agora com a ajuda do filho mais novo, Frank transforma a ajuda aos imigrantes num negócio a sério.
Frank tem sido absolutamente brilhante nesta temporada e é um prazer acompanhar as suas aventuras. Sempre com métodos pouco convencionais, o protagonista está recheado de positivismo e dedicação, e é bom ver que, mesmo sendo um bom cidadão, ele consegue colocar-nos um sorriso na cara como sempre o fez.
Fiona (Emmy Rossum) começa a ficar cansada do caos que é a sua casa de família: gritos, sexo e brigas a toda a hora. As suas suspeitas confirmam-se quando o arquiteto do seu novo edifício se recusa a ter sexo com ela por a considerar “complicada”. Toda a gente lhe deu na cabeça por ter 28 anos e ainda “viver em casa”, mas esquecem-se do passado de Fiona e do quanto ela teve de abdicar para se dedicar à família.
A solução é aceitar que toda a gente, no fundo, é complicada – incluindo o dito arquiteto, que pelos vistos acabou de engravidar o casal de raparigas (vizinhas de Fiona) que tão desesperadamente queriam ter um bebé. Embora elas não tenham gostado propriamente do sexo (obviamente), há males que vêm por bem!
Ian (Cameron Monaghan) decidiu dar um pouco de si à sua comunidade e, com a ajuda de uma bíblia, decidiu enfrentar o pastor da cidade, o qual considera a homossexualidade uma doença e pretende “curar os jovens de hoje em dia”. Num duelo de frases da bíblia, Ian acaba por anular a lógica do pastor e ganhar, recebendo por essa via o amor e apoio de uma alargada comunidade LGBT da cidade.
Carl (Ethan Cutkosky) continua o seu projeto de motorista Uber, apesar de ainda ter apenas 15 anos. O seu maior problema, contudo, é a nova namorada: a jovem tanto está altamente apaixonada como, no minuto a seguir, está aos berros e furiosa com ela. Uma péssima escolha de personagem. Próxima!
Debbie (Emma Kenney) está preocupada: o seu período ainda não apareceu, o que significa que pode haver outro bebé a caminho. Pelos vistos, ela não aprendeu na primeira vez. Após começar a realizar trabalhos de soldadora enquanto freelancer, o período finalmente decide dar o ar da sua graça. Podemos todos respirar fundo.
Lip (Jeremy Allen White) continua a levar a sua sobriedade a sério e decide dedicar esta semana a encontrar um padrinho ou madrinha – tradição dos Alcoólicos Anónimos. O jovem acaba por escolher uma mulher bruta, com o coração recheado de honestidade. Talvez até demasiada! Nada de novo aqui. Adiante.
Kevin (Steve Howey) e Veronica (Shanola Hampton) continuam com a sua vida sexual no topo após descobrirem que o segredo está em Kev ser dominante. Até para o bar ele arrasta tal atitude, começando a dar ordens e dizer “não” a Svetlana (Isidora Goreshter). Se esta é uma maneira de colocar Svetlana de parte aos poucos, é péssima, pois ela é demasiado complexa e inteligente para isso.
Esta oitava temporada tem-me dado uma sensação que, aos poucos se confirma: no geral, os protagonistas estão felizes e bem na vida. O que se traduz em falta de conteúdo. Tirando certos acontecimentos aqui e ali, parece ainda não ter acontecido nada de altamente relevante, deixando a família no mesmo sítio em que os encontrámos no início da temporada.
NOTA: 4/10
