A Disney anunciou hoje a consolidação do seu império ao confirmar a compra de ações do grupo 21st Century Fox, que se encontram avaliadas em cerca de 44,5 mil milhões de euros. Além da extravagância do negócio, serão várias as mudanças na indústria do entretenimento.
Embora ainda não sejam conhecidos todos os detalhes relativamente ao negócio milionário, sabe-se que a compra da Fox implica a cedência dos direitos, à Disney, de alguns dos produtos mais sonantes do grupo, como todo o franchise X-Men, a série de animação The Simpsons, os filmes Gone Girl e Avatar, e canais por cabo como o FX e o National Geographic.
Além dos estúdios de cinema e televisão da Fox, o acordo entre as duas entidades estabelece que a Disney terá direito a uma porção das receitas do Hulu, um serviço de vídeo em streaming, que acumula com 30% das ações que esta já detinha.
Agora com uma participação de 60% na Fox e com a detenção dos direitos de grande parte do conteúdo original, a Disney assegura assim novas possibilidades para os seus filmes. Visto que o conteúdo cinematográfico da empresa tem como público-alvo jovens e adolescentes, a probabilidade de se assistir a um juntar de forças entre Fantastic Four e X-Men para um crossover com os The Avengers é muitíssimo elevada.
A junção dos X-Men com The Avengers é benéfica para a parceria entre Disney e Marvel, já que permite satisfazer os fãs do universo cinematográfico da Marvel numa altura em que este enfrenta novas mudanças.
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Deadpool é outra história totalmente diferente muito devido à classificação de r-rating, que estabelece que o conteúdo do filme é mais adequado para público com idade superior a 17 anos. O anti-herói mais famoso do universo Marvel chegou em forma de filme a 8 de fevereiro de 2016 e tem regresso marcado nos cinemas para junho de 2018. Foi devido à atribuição dessa classificação que a fórmula usada resultou na caracterização de uma das personagens mais irónicas, negras e nefastas de todo o universo, daí que talvez não seja expetável um crossover com outras personagens cujos filmes receberam a classificação PG13 – conteúdo inapropriado para público de idade inferior a 13 anos.
Robert Iger, diretor executivo da Disney, já fez saber junto dos investidores que a empresa se encontra empenhada em idealizar e criar novas sequelas para a saga de Deadpool, e que não fecha portas a um futuro em que os estúdios da Marvel preservem uma marca de classificação R. Contudo, esta informação contradiz informações reiteradas pelo próprio, quando afirmou que a Disney não teria planos para filmes Marvel de conteúdo adulto.
Apparently you can’t actually blow the Matterhorn. pic.twitter.com/2bEAAcZrUv
— Ryan Reynolds (@VancityReynolds) December 14, 2017
Relativamente à série de animação mais famosa de todos os tempos, The Simpsons, a ideia será beneficiar da distribuição de um dos produtos mais rentáveis e mediáticos da Fox, pelo que se espera que o envolvimento da Disney na produção da série seja nulo. Dessa forma, a empresa terá a oportunidade de licenciar e lucrar com a detenção de material exclusivo ao invés de fazer alterações ao projeto e, com isso, arriscar perder o público que segue atentamente as peripécias dos bonecos amarelos.
No que toca aos videojogos, a mudança será mais significativa para a falta de foco que tem sido atribuído às personagens da saga X-Men e Fantastic Four. Em vários dos jogos produzidos pela Marvel e demais parceiros, as personagens destes filmes são por norma relegadas para segundo plano – ou até mesmo excluídas – por forma a garantir o protagonismo de outras mais conhecidas, como o próprio Spider-Man. Com o futuro, espera-se uma mudança de paradigma que vise incluir todas as personagens do universo nos diversos jogos para as mais variadas plataformas.
Em comunicado de imprensa, Robert Iger afirmou que esta é a oportunidade ideal para uma expansão exponencial do catálogo e da marca Disney, assegurando um crescimento rentável e de qualidade. Iger, que tinha anunciado a saída da empresa para 2019, já garantiu permanecer até 2021 por forma a garantir o sucesso da transição do grupo para esta nova fase.