Em Icarus Fell And Rusty Ate Him, o novo episódio da oitava temporada de Shameless que estreou no canal Showtime no dia 10 de dezembro, a minha teoria confirma-se: os únicos problemas que os Gallagher têm este ano são causados por eles próprios. Em Portugal, a série é exibida na FOX.
Frank (William H. Macy) é espiritualmente ascendido à classe média ao receber o seu primeiro cartão de crédito. Ter dito é todo um novo mundo para o pai de família e a sua primeira decisão é comprar um carro. No entanto, as cartas viram-se quando a loja onde Frank trabalha declara falência e ele é despedido.
Como o próprio diz, “os verdadeiros trabalhadores não se deixam ir abaixo pelas pedras no caminho”. E eu espero bem que sim. Frank merece todo o sucesso que alcançou nestes últimos episódios e não queremos voltar a ver um protagonista bêbedo e sem direção. Já tivemos sete temporadas disso.
Lip (Jeremy Allen White) é o novo alcoólico em recuperação da família e decide estender a sua luta àqueles que o rodeia. Quando o seu patrão e colega dos Alcoólicos Anónimos desaparece, Lip torna sua missão encontrá-lo e voltar a colocá-lo no caminho da sobriedade.
Depois de várias boleias prestadas por Carl (Ethan Cutkosky) e alguns contratempos, eis que o dito aparece – e ainda com vida! Embora ele aceite deixar de beber, a sua mulher já aturou demasiadas recaídas durante anos e expulsa-o de casa.
Lip tem sido, de longe, a pior personagem há já algum tempo. Todos nós vimos os danos que o álcool faz a uma pessoa e aqueles que a rodeiam, nomeadamente com Frank e toda a sua família. Não era, de todo, necessário repetir essa história em Lip e colocá-lo completamente na vida, uma personagem que sempre foi altamente promissora.
Fiona (Emmy Rossum) depara-se com o cadáver de uma das suas inquilinas, a qual vivia apenas com um pequeno cachorra e um monte de tralha (jornais antigos, fotografias, mobília). Os familiares da idosa começam a limpar o sítio e o cão irá, infelizmente, ser abatido em breve.
Ao vasculhar pelas memórias da senhora, Fiona percebe que ela era uma mulher com história (casada, com uma filha, enfim…). Contudo, acabou por morrer sozinha. Fiona entra numa crise existencial, achando que ela própria pode ter o mesmo fim, e decide resgatar o cão, ao mesmo tempo que pendura uma antiga fotografia da senhora no prédio em homenagem.
No meio disto, Fiona ainda tenta fazer as pazes com Ian (Cameron Monaghan), o qual parece não estar muito para aí virado. A irmã mais velha bate o pé e recusa-se a pedir desculpas por lutar pelo seu próprio sucesso. E eu concordo plenamente! Ambos têm razão na situação e deveriam encontrar uma solução harmoniosa, em vez de gastar tempo e energia em guerra.
Debbie (Emma Kenney), após mais uma noite de copos, envolve-se com o seu amigo (e novo namorado?) cabeleireiro. Pelos vistos, a dupla não usou qualquer proteção. Debbie já aprendeu a sua lição (ou, pelos vistos, nem por isso) e entra em contrarrelógio para encontrar uma farmácia que lhe venda a pílula do dia seguinte.
Por ter 16 anos, é ilegal fazê-lo. Como tal, pede a uma senhora que o faça por ela. Esta, por seu turno, decide tentar fugir com o dinheiro, até que Debbie a apanha e começa aos murros e pontapés. O resultado? Vão ambas presas. Felizmente, é solta antes de terminarem as 72 horas e consegue tomar a pílula com sucesso.
Num só episódio, Debbie fez tudo errado: embebedou-se, teve sexo desprotegido, andou à pancada e foi presa. No entanto, isto não seria Shameless se coisas destas não acontecessem, e foi uma aventura interessante de se acompanhar.
Kevin (Steve Howey), Veronica (Shanola Hampton) e Svetlana (Isidora Goreshter) parecem estar oficialmente numa relação a três outra vez – pelo menos, no que diz respeito ao que se passa debaixo dos lençóis.
Contudo, Kev tem ciúmes de V e Svetlana, já que elas apostam mais no tempo para ambas. V diz que é normal o sexo entre mulheres ser mulher porque ambas conhecem o próprio corpo. Como tal, Kev pensa que a solução natural é ele próprio ter sexo com um homem. Quando o momento chega, claro que ele, sendo 100% heterossexual, não vai avante.
V acredita que não é por Svetlana ser mulher mas sim pelo fato de ela ser dominante. Embora eu esteja deliciado ao ver a russa de volta em jogo, Kev e V apenas cativam pela dinâmica que ainda conseguem manter, porque a sua história enquanto casal já viu melhores dias.
NOTA: 6/10