Esta semana, How To Get Away With Murder decidiu mergulhar na relação atribulada entre Bonnie (Lisa Weil) e Annalise (Viola Davis). Intitulado I Love Her, o episódio explica as origens do amor e mágoa que carateriza as protagonistas, estreando no canal ABC no dia 26 de outubro. Em Portugal, a série é exibida no AXN.
No passado
Em 2002, Annalise, no início da sua carreira, defende um homem acusado de abuso sexual e uma das vítimas presente em tribunal é uma jovem Bonnie. Esta última relata o seu passado traumático: aos 14 anos, era violada pelo pai e dezenas de outros homens, até ter engravido aos 15.
Segundo o seu relato, Bonnie desmaiou durante o parto e disseram-lhe que o bebé morrera. Annalise utiliza o argumento de que a jovem “conheceu” tantos homens durante esse período que é impossível ter a certeza de que o acusado é um deles, ganhando então o caso.
Os remorsos são imediatos: Annalise, que começara a dar aulas na universidade, decide colocar uma pausa na sua carreira de advogada, pedindo mil desculpas a Bonnie pelo desrespeito. Para além disso, incentiva-a a tirar o curso de Direito, acreditando que ela própria seria uma excelente advogada.
E é então que chegamos ao que conhecemos no início da série: Bonnie era aprendiz de Annalise, tendo conhecido o seu marido e a sua casa, envolvendo-se completamente na sua vida. Contudo, quando existe tal proximidade, as coisas tanto podem correr muito bem como muito mal…
De volta ao presente
Bonnie continua a frequentar a terapia do doutor Isaac (Jimmy Smits) sob o nome falso de Julie, relatando a sua relação atribulada com uma dita “Mae” – que é obviamente Annalise. Ela explica as razões óbvias: ambas haviam sido violadas, ambas perderam bebés e ambas têm um enorme sentido de justiça. O par era perfeito.
Annalise, por seu turno, continua determinada em recuperar a sua carreira e consegue ganhar cada vez mais clientes, nomeadamente ex-colegas de prisão – pessoas com graves problemas em termos familiares, dependência de drogas, entre outros. Ela está no topo do mundo e pronta para derrotar qualquer obstáculo.
Mas a droga de Bonnie é outra: a própria Annalise. A obsessão é tal que ela não aceita que a protagonista tenha sucesso. Como tal, decide sabotar esses mesmos clientes, ganhando a maioria deles para si mesma e destruindo a lista de Annalise. De volta à terapia, Bonnie admite o que sempre desconfiados: ela está perdidamente apaixonada.
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Annalise e Bonnie têm um frente a frente, onde a primeira diz que estava a tentar fazer algo de bom e a segunda remata que foi ela que a tornou desta maneira, até que decidem seguir cada uma o seu caminho. Enquanto isso, no escritório, o doutor Isaac percebe a verdade e desvenda as identidades das ditas “Julie” e “Mae“.
Há uma diferença que separa estas duas mulheres: Annalise transformou o seu passado traumático em força e independência; Bonnie continua perdida de amores e deixa-se afundar em rancor. Apesar de tudo, já estava na altura de explorar este passado e ambas as atrizes entregaram atuações geniais, como seria de esperar.
E o resto?
Enquanto Laurel (Karla Souza) e Frank (Charlie Weber) continuam envolvidos sexualmente, Michaela (Aja Naomi King) e Oliver (Conrad Ricamora) insistem em explorar os segredos da Captain&Gold.
Tanto de um lado como do outro há novidades: Frank levanta a questão se o bebé de Laurel não é realmente seu e a segunda dupla descobre mais provas do envolvimento do pai de Laurel no assassínio de Wes (Alfred Enoch).
Enquanto isso, Asher (Matt McGorry) descobre o que Michaela realmente tem andado a fazer em horas tardias com o resto do grupo e Connor (Jack Falahee) é convocado por Annalise para a ajudar a montar uma nova lista de clientes, já que ele está literalmente uma ‘lontra do sofá’ sem fazer nada.
No salto temporal, estamos de volta à Captain&Gold repleta de sangue e eis que Bonnie pergunta à polícia onde está o suspeito. A resposta é óbvia: na prisão. Por trás das grandes, vemos que o dito suspeito é, nada mais nada menos, Asher.
Connor e Laurel tornaram-se facilmente nas personagens mais detestáveis da série, continuando a insistir na mesma tecla e desperdiçando o seu potencial. O elenco sénior carrega o peso da história às costas mas tal não durará muito tempo… sobretudo se Bonnie continuar a insistir em estragar a vida de tudo e de todos.
NOTA: 8/10