Avenida Q, o musical que revolucionou a Broadway, voltou a Lisboa em setembro para uma nova temporada e para falar sobre a internet, o desemprego, o amor e outros temas.
A pedido de várias famílias, os vizinhos da Avenida Q mudaram-se de armas e bagagens para o Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa, onde ainda vais poder vê-los até dia 19 de novembro.
Depois de uma temporada com lotação esgotada no Teatro da Trindade, a adaptação portuguesa deste multi-premiado musical apresentou-se novamente ao público, no início de setembro, para falar de assuntos sérios de forma pouco séria…ou talvez não.
Vivem num cenário ao jeito de Rua Sésamo e fazem lembrar os Marretas, mas a Marta Monstro, o Luís, o Trekkie, o Joca, o Félix e até mesmo a Paula Porca são mais parecidos connosco do que se poderia, à primeira vista, imaginar.
Como qualquer ser humano da sua geração, confrontam-se com os problemas da crise e do desemprego, das rendas altas, dos sonhos por cumprir e, claro, do amor, onde encontrá-lo e o que fazer com ele… e ainda com questões sobre o sexo, a pornografia, o racismo ou a xenofobia (“Somos todos um bocadinho racistas” é uma das canções que se ouve durante o espetáculo).
Avenida Q assume assim o estatuto de retrato intemporal de uma geração de jovens a entrar na idade adulta que descobrem que a vida não é nada daquilo que os adultos lhes contaram.
E para quem acha que não gosta de musicais, o melhor é dar a este uma oportunidade, até porque o mais provável é que fiquem tão entretidos a rir às gargalhadas que nem se apercebam de que eles começaram (outra vez) a cantar.
O espetáculo está em cena até ao próximo dia 19 de novembro no Auditório dos Oceanos do Casino Lisboa, de quinta a sábado às 21h30 e ao domingo às 16h30. Esta peça é para maiores de 16 anos.

A história de Avenida Q
O texto original é da autoria de Jeff Whitty, com música de Jeff Marx e Robert Lopez, que é também autor da banda sonora do filme Frozen (2013).
O espetáculo foi apresentado pela primeira vez em 2003 off-Broadway, chegou à Broadway no mesmo ano e ao West End londrino em 2006, antes de começar a ser apresentado em adaptações em vários países.
Avenida Q ganhou três Tony Awards (os chamados “óscares” do teatro), incluindo Melhor Musical, Melhor Banda Sonora Original e Melhor Libreto. Atualmente ocupa o 24.º lugar na lista dos musicais que mais tempo se mantêm em cena na Broadway.
A versão portuguesa manteve-se fiel ao argumento original, alterando os nomes e os contextos dos personagens. O personagem do Pequeno Saúl corresponde, na versão original, a Gary Coleman, um jovem ator que se tornou famoso na série Diff’rent Strokes e que processou os pais por apropriação dos seus bens.