Nas três edições em que viveu em Valada, o festival Reverence provou ser um dos maiores oásis da música alternativa em Portugal.
Nestes, conseguiu trazer um conjunto respeitável de bandas de culto como Brian Jonestown Massacre, Sleep, Electric Wizard, Red Fang, Hawkwind, Psychic TV, The Horrors, Alcest, Stoned Jesus, Ufomammut, Fat White Family, Samsara Blues Experiment ou Thee Oh Sees.
A pequena freguesia de Valada, tornava-se assim um dos mais importantes destinos em Portugal para os fãs de géneros como Doom Metal, Stoner Rock e Post-Punk.
Contudo, dada a demora do anuncio das primeiras confirmações muitos fãs temeram pelo pior e que isso significasse o final deste evento musical.
Esta espera contudo revelou uma mudança de nome, Reverence Portugal, e a mudança para um local bem maior, Santarém.
Se a mudança de ares leva o festival para um sitio novo, também o cartaz apresentou inúmeras mudanças, com um claro afastamento do Stoner Doom que tantas alegrias deu aos fãs dos anteriores cartazes.
Em detrimento, observamos com grande destaque Mono, post-rockers japoneses, que no ano passado marcaram presença em Portugal no festival Amplifest (que não aconteceu este ano), que certamente irão marcar o festival por serem a banda que mais lágrimas irão soltar da cara dos avidos festivaleiros com a sua atmosfera emocional.
Seguindo o pensamento da edição anterior, ao incluir The Damned e Sisters of Mercy no cartaz, os britânicos do post-punk que este ano encabeçam o cartaz são os Gang of Four, responsáveis pelo icónico album “Entertainment!, que a Rolling Stone incluiu na sua lista dos “500 Melhores Álbuns de Sempre“.
O mais “controverso” nome deste cartaz são os Moonspell, banda nacional de metal mais reconhecida a nível nacional e internacional, que foi criticada fortemente nas redes sociais uma vez que os fãs não consideravam o seu estilo “adequado” à filosofia do festival. No entanto a banda lançou um post no seu facebook onde prometiam um “set” especial dedicado ao festival.
De regresso a Portugal onde não apresentavam desde 2014, os belgas Amenra prometem um dos mais intensos concertos desta edição com a sua mescla de post-metal, sludge, hardcore e doom metal.
Outra banda que já não é desconhecida ao público português são os Oathbreaker, que há semelhança dos Amenra (fazem parte do coletivo criado por estes chamado Church of Ra) também misturam o hardcore com outros géneros musicais, nomeadamente, o Black Metal, naquele que será sem duvida um dos concertos mais pesados do festival.
De ressaltar ainda a presença de outra banda portuguesa para completar o conjunto que faz os cabeças de cartaz desta edição, os Sinistro, que misturam uma espécie de Doom Metal com eletrónica, e depois do concerto de Santarém partem para uma tour europeia com os Paradise Lost e os Pallbearer.
Para além destas bandas, é importante salientar a forte aposta em bandas portuguesas que esta edição teve, sendo que mais de metade do cartaz é composto por bandas em ascensão nos circuitos portugueses, nomeadamente, os Pás de Problema, que prometem um belo bailarico, os intróspetivos LOBO, os Zarco, projeto musical que conta com João Sala dos Ganso e os repetentes, mas sempre bem vindos, Névoa.