Ontem à noite, deu-se lugar a mais uma noite de prémios VMA em Los Angeles. A noite acabaria por coroar Kendrick Lamar, com vários momentos de afirmação política pelo meio.
Os MTV VMA regressaram para laurear os melhores artistas e os melhores trabalhos do ano. No entanto, como já temos vindo a ser habituados, a cerimónia pautou-se por outros momentos muito importantes, envolvendo discursos sócio-políticos, numa nação em polvorosa.
A noite teve início com uma prestação – como sempre – inabalável de Kendrick Lamar, que interpretou DNA. e HUMBLE. Com uma mensagem óbvia sobre a brutalidade policial, Lamar deixou o palco em chamas, literalmente.
https://www.youtube.com/watch?v=_VDv6h-3StI
A noite foi dele, com seis Moon People arrecadados, mas existiram muitos outros momentos dignos de destaque e muitas outras performances que encantaram os presentes no The Forum, na Califórnia. Miley e Noah Cyrus, Shawn Mendes, Lorde, P!nk, Demi Lovato e Ed Sheeran foram alguns dos nomes que atuaram ao vivo nos VMAs.
Luta contra a supremacia branca e Donald Trump
Que as celebridades estão cada vez mais envolvidas na discussão política não é surpresa nenhuma. Os VMA revelaram-se mais um palco para o exercício da liberdade de expressão. Paris Jackson – filha de Michael Jackson – e Katy Perry foram aguçadas nas suas críticas sociais. Sem nunca referir o nome do presidente norte-americano expressaram o seu desgosto para com uma nação, onde o ódio parece crescer a cada dia.
“Nós, como uma nação que tem a liberdade como slogan, temos tolerância zero à sua violência, ódio e discriminação. Nós temos de resistir.”
Estas foram as palavras de Paris, referindo-se à marcha de ódio realizada por neo-nazis em Charlottesville, no estado de Virginia. A mãe de Heather Heyer, Susan Bro, a mulher que foi assassinada nos protestos contra esta marcha de extrema direita, apresentou o prémio Fight Against the System (Luta Contra o Sistema), vencido pelos seis nomeados. Além disso, Susan Bro anunciou também a criação de uma fundação com o nome da filha.
Katy Perry, por outro lado, apoiante de Hillary Clinton na corrida para a Casa Branca, ateou a fogueira de Trump com simples palavras:
“Ouçam, pessoal, esta é uma eleição em que o voto popular realmente conta… por isso, votem online, mas despachem-se, antes que alguma estrela pop russa qualquer ganhe!”
A noite ficou marcada, também, pela presença de militares transgénero, que se fizeram mostrar pouco tempo depois de Donald Trump os banir do exército por lei.
PROUDLY welcoming our troops to the #VMAS red carpet 💪🏽🇺🇸 pic.twitter.com/u02yIA3iBA
— Video Music Awards (@vmas) August 27, 2017
Consciencialização sobre o suicídio
O debate sobre o flagelo do suicídio tem vindo a aumentar, nos últimos tempos. A importância que se dá à questão tem crescido, assim como a sua exposição. A série da Netflix 13 Reasons Why foi um dos pontos altos deste ano no que toca a temática, tornando-se igualmente solo para inúmeras discussões relacionadas com a visibilidade e romantização do suicídio.
Os VMA deste ano foram marcados pela performance monstruosa de Logic, que atuou ao lado de sobreviventes de tentativas de suicídio que envergaram camisolas com o slogan “You’re not alone” (“Não estás sozinho”). O rapper americano interpretou 1-800-273-8255, o tema que recebeu como nome os números da linha norte-americana de prevenção do suicídio.
https://www.youtube.com/watch?v=BLe1dddgZrg
Ainda durante a noite, Jared Leto, vocalista dos Thirty Seconds to Mars, prestou homenagem a Chester Bennington e Chris Cornell, ambos vítimas de si próprios durante o presente ano.
Lista completa dos vencedores
Este foi o primeiro ano em que os VMAs não foram divididos em géneros feminino e masculino. Antes de anunciar os nomeados, a MTV declarou que ia abandonar a divisão das categorias para mulheres e homens, reconhecendo a necessidade de uma maior inclusão e igualdade na indústria musical, em pleno século XXI.
Kendrick Lamar sagrou-se o rei desta edição, levando para casa seis troféus, no ano após Beyoncé ter arrasado a concorrência ao reunir onze prémios. P!nk foi a vencedora do prémio mais importante da noite, o Michael Jackson Video Vanguard Award, que foi entregue a Rihanna em 2016. Ao receber o prémio das mãos de Ellen DeGeneres, a intérprete norte-americana deixou um discurso motivacional para todos e, em especial, para a sua filha.
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