Depois de Salvador Sobral dar a Portugal uma noite de vitória, apresenta-se agora um grande desafio: receber a 63.ª edição do Festival da Eurovisão, em 2018.
Ser o país anfitrião do evento requer um enorme planeamento. A Nuno Artur Silva foi entregue uma pasta que contém detalhes sobre a próxima edição do festival. “Ainda não a abri”, confessou o administrador da RTP numa chamada para o Observador, referindo que domingo foi tempo de “saborear a vitória”. Sobre a pasta, este ainda não tinha bem noção do que significava, pois a vitória era “um cenário possível“, acrescentando ainda:
Ninguém pensou o que fazer em caso de vitória
No entanto, hoje já se trabalha: a RTP reuniu de emergência para começar os preparativos. O único pedido da União Europeia de Radiodifusão, até ao momento, é que o evento se realize no MEO Arena, em Lisboa.
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Preparar a carteira
Em termos de custos, estima-se que receber o próximo Festival da Eurovisão possa rondar os 30 milhões de euros, com base na média dos últimos cinco anos. É importante lembrar que não será a RTP a pagar tudo, mas este valor representa cerca de 12.72% dos custos da estação televisiva – cerca de 235.8 milhões de euros – simbolizando ainda 16.33% da Contribuição Audiovisual que é paga diretamente pelos contribuintes na fatura da luz.
De acordo com o jornal inglês The Telegraph, em 2012, a cidade de Baku, no Azerbaijão, terá gasto cerca de 56.7 milhões de euros ao receber o festival, pelo que implicou a construção de uma sala de espetáculos e gerou 529 empregos a tempo inteiro.
O turismo tem um grande papel nas receitas do evento: há dois anos, na edição de 2016, a cidade de Viena, na Áustria, gastou um total de 33.1 milhões de euros, faturando cerca de 26 milhões de euros ao atrair turistas. É difícil obter lucro com o festival.
Para além das contribuições dos países participantes no festival, é hábito a cidade anfitriã – ou outras entidades como o Ministério da Cultura ou da Economia – ajudar a suportar os custos, sem esquecer ainda os investidores. Por exemplo, na edição deste ano, a Câmara Municipal de Kiev fez um investimento considerável.
Ainda é cedo para acrescentar mais informação, mas um evento desta escala é “comercialmente muito apetecível”, “é importante, não apenas para as marcas comerciais, mas também para a marca Portugal e Lisboa, nomeadamente em termos turísticos”, como referiu Nuno Artur Silva. Esperamos assim um Festival da Eurovisão em Lisboa.