Ainda nem acredito que estou a dizer estas palavras. Foram doze temporadas. 246 episódios. Foi uma das séries de drama que mais tempo duraram na história de televisão. A famosa série Bones – em português, Ossos – chegou finalmente ao fim, no passado dia 28 de março, com o episódio The End in the End. Vamos a isto.
Após a explosão no Instituto Jeffersonian, descobrimos que Brennan (Emily Deschanel), Booth (David Boreanaz), Hodgins (T.J. Thyne) e Angela (Michaela Conlin) sobreviveram ao ataque. Contudo, nem todos eles escaparam completamente ilesos.
Brennan percebe que algo de errado se passa consigo. Contudo, torna sua prioridade pegar num aparelho médico e perceber se o bebé de Angela escapou ileso à tragédia. Podemos respirar todos de alívio, o feto dá sinais de vida. Quando o grupo é finalmente resgatado, e Brennan é examinada por Saroyan (Tamara Taylor), descobre que sofreu danos na zona do cérebro que lhe permite compreender informação complexa.
Esta foi a jogada mais inteligente para o último episódio da série. Brennan sempre foi conhecida pela sua inteligência, pelo seu lado racional. Embora mantenha a sua memória, o seu trabalho está agora posto em causa com os danos cerebrais, conduzindo Brennan numa autêntica crise existencial. Afinal, quem é ela sem a sua inteligência?
Com o caso de Kovac ainda pendente, Brennan havia guardado informação acerca de alguns ossos que poderiam resolver o crime. Visto que ela é agora incapaz de descobrir a solução, está na hora de chamar uma última vez os estagiários. Não pensavam que nos íamos despedir da série sem um último adeus ao melhor grupo de cientistas, pois não?
Wendell (Michael Grant Terry), Arastoo (Pej Vahdat), Daisy (Carla Gallo), Jessica (Laura Spencer) e Clark (Eugene Byrd) reúnem-se no laboratório – que está agora a ser construído aos poucos – e, juntos, conseguem retirar partículas dos ossos que permitem identificar o local onde Kovac está provavelmente escondido.
Booth, Brennan, Aubrey (John Boyd) e mais uns agentes dirigem-se ao local, onde entram em combate a tiro com Kovac e os seus homens. Embora haja momentos de cortar a respiração, Kovac acaba por ser abatido e o seu carro cai numa vala, explodindo. A série realmente ficou obcecada com explosões nestes momentos finais.
A equipa recebe a notícia de que o Instituto Jeffersonian irá encerrar temporariamente, de modo a recuperar dos estragos da tragédia. Como tal, todos eles devem empacotar os seus pertences e guardá-los durante um tempo, e é aqui que começa a viagem pela nostalgia.
Enquanto os membros que estiveram desde o início na série empacotam as suas coisas, deparamo-nos com pequenos objetos de várias temporadas passadas: um desenho de Parker (filho de Booth), o livro de Sweets (John Francis Daley), o porquinho de porcelana de Michelle (filha de Cam), entre muitas outras coisas. Uns pormenores absolutamente mágicos que preparam o caminho para a despedida.
Brennan descobre que as suas faculdades mentais estão lentamente a regressar ao sítio, podendo então retomar o seu trabalho. Tal não seria um problema, contudo, visto que Booth fez questão de assegurar que ela é muito mais que a sua inteligência: ela é esposa, é mãe e é também uma excelente amiga.
Enquanto isso, Cam anuncia que ela e Arastoo irão tomar umas férias prolongadas, visto terem avançado com os papéis de adoção relativos a três jovens irmãos. Nunca pensei que chegasse o dia em que estes dois iriam começar uma família. Enquanto Cam está fora, o cargo de chefe fica entregue a Hodgins – finalmente, o Rei do Laboratório!
A cena final, como a maioria dos episódios da série, é entregue a Booth e Brennan, à medida que estes se despedem do Jeffersonian – por enquanto. E eu não poderia ter ficado mais satisfeito com tal conclusão. Ficámos com o sentimento de que a equipa continuará as suas vidas normais mas nós simplesmente já não teremos o privilégio de assistir a elas.
Com um final absolutamente bombástico, fomos prendados com tudo: ação, o regresso da maioria das caras que passaram pela série, pequenos toques de temporadas anteriores e ainda pequenas novidades no topo do bolo. Para quem acompanhou esta jornada durante os últimos doze anos, sabe que este foi um final digno e inesquecível.
NOTA: 10/10