O Espalha-Factos terminou. Sabe mais aqui.
_MG_6197

The Lingerie Restaurant: um restaurante com bolinha vermelha

Não queremos dar spoilers, mas o resto deste texto é para maiores de 18 anos. O The Lingerie Restaurant é um dos mais ambiciosos restaurantes da noite lisboeta – explicaremos o porquê mais à frente – e a inauguração foi na passada sexta-feira. O Espalha-Factos esteve lá, foi servido por empregados em roupa interior, e vai contar-te tudo.

Quando chegamos ao n.º 88A da Avenida António Augusto Aguiar, a impressão é dúbia. O The Lingerie Restaurant está lá, bem identificado, com uma passadeira vermelha. Mas a zona em que está situado parece uma escolha caricata – subindo umas escadas chegamos ao restaurante, ao descer temos um bar e,  ao lado, uma loja do chinês chamada (ironicamente) Love Beauty. De resto, não se vê vivalma na rua.

Entramos e somos recebidos com mimosas (a bebida), preparadas por um empregado que está de boxers a receber os convidados. Sim, leste bem, de boxers. E não está sozinho: todos os outros empregados usam boxers com o nome do restaurante estampado no rabo ou bodies que deixam pouco à imaginação, no caso das empregadas.

Este restaurante tem um homónimo no Porto, onde está instalado há treze anos. Com um conceito a chegar à puberdade, chegou a hora de se instalar na capital. Mas, afinal, qual é o conceito deste restaurante?

Este é um restaurante erótico, em todos os sentidos da palavra. Para além dos empregados, também os nomes dos pratos são sugestivos – nós provámos um “Minete À Antiga” – e também há espectáculos de striptease durante o jantar, o que é sugerido, logo à partida, pelo varão que está no centro da sala.

A sala tem capacidade para 80 lugares, e está decorada com cortinas vermelhas de veludo, mobiliário preto e luzes de discoteca (que, como se sabe, não iluminam grande coisa). O restaurante oferece três modalidades de menu: o Silver, o Gold e o Premium. Os preços variam entre os 22,50€ e os 55€ e em todos há a hipótese de se escolher entre um prato de peixe, de carne ou vegetariano. No final, a sobremesa está garantida – e chama-se “Ménage a Trois”, como não podia deixar de ser.

O menu é preparado sob as indicações do chef José Alexandre, que explicou ao Espalha-Factos que a ementa varia a cada seis meses e que a do Dia dos Namorados será “especial“.

Na ementa desta noite, experimentámos, em primeiro lugar, os Preliminares. Que é como quem diz, azeitonas, queijos e patê de atum, com um pão com formato de mama ou de pénis. As nossas Vias de Facto, o “Minete à Antiga”, não são mais do que lombinhos de porco com molho de mostarda, acompanhados por batata assada e legumes salteados. A carne era tenra e o molho complementava-a bem – a mostarda levou uns grãos de pimenta que fizeram toda a diferença. A fechar, um “Ménage a Trois”, ou seja, um bolo de chocolate acompanhado de molho de morango e chantili — e estava aprovadíssimo.

Nem só de comida se faz o Lingerie

Acabado o primeiro prato, chegou o primeiro espectáculo. Neste restaurante o sistema é simples: cada mesa tem cartões com um sistema de semáforo que servem para indicar aos bailarinos se se podem aproximar ou não – isto porque o consentimento é chave. Vermelho é um sentido proibido, laranja significa que os bailarinos se podem aproximar, mas devem prestar atenção à forma como são recebidos e o verde indica que vale tudo, e que os enpregados se podem aproximar e ser ousados – com mãos marotas um pouco por todo o lado.

Para agradecer por uma lap dance ou pela simpatia de um dos empregados usam-se os love dollars. Cada um deles vale um euro, e podem ser colocados na lingerie (pun intended) dos que merecerem.

Os bailarinos são para todos os gostos e para os que gostam de tudo. Na noite de abertura foram quatro (duas mulheres e dois homens) sem contar, claro, com os convidados que foram desafiados a mostrar o melhor das suas danças sensuais no varão, em troca de uma viagem à Madeira. Sim, porque para além da comida e do entretenimento, este restaurante também oferece viagens: umas a sorteadas a troco de opiniões no site e outras que exigem um pouco mais de esforço e sensualidade.

Este restaurante é uma boa opção para despedidas de solteiro ou festas de divórcio (sim, existem e estão a ficar populares), ainda que não consideremos que seja algo adaptado a alguém nos seus 20 e poucos, quase 30 anos.

Falamos sem qualquer moralismo – apenas ficámos com a ideia de que o público alvo seriam os casais e as mulheres, entre os 40 e os 60 anos, como, aliás, se comprovou na primeira noite. De resto, pode servir para apimentar uma noite mais aborrecida – mas vale lembrar que é necessário fazer marcação prévia e que este restaurante só serve jantares.