Depois de uma longa pausa, Supergirl está de volta, com um episódio dirigido por Kevin Smith e uma aventura verdadeiramente sci-fi.
O episódio começa com Kara (Melissa Benoist) a perseguir um bando de ladrões de joias, sendo interrompida por Guardian/James (Mehcad Brooks) e Winn (Jeremy Jordan). A série ainda está a tentar fazer com que eu me interesse pela história de Guardian, e tal ainda não está a acontecer.
Kara também não está a gostar muito da ideia, já que Guardian lhe está a roubar o trabalho. Já para não falar que, aparentemente, National City tem vivido num período de calma. Isso está a deixar a nossa heroína com os nervos à flor da pele, farta de lidar com ladrões comuns.
Claro, Kara não vai ter que esperar muito para que os problemas habituais a voltem a encontrar. Uma mulher aparece na CatCo a pedir ajuda para encontrar a filha desaparecida, Izzy (Harley Quinn Smith). Kara, sendo Kara, voluntaria-se logo para ajudar, embora o seu chefe de redação, Snapper Carr (Ian Gomez), não esteja nada interessado no assunto.
Com a ajuda de Maggie (Floriana Lima) e Winn, Kara descobre que várias pessoas têm desaparecido nos últimos tempos. Em comum, têm o facto de que todas visitaram um laboratório de análises antes de desaparecerem.
Mon-El (Chris Wood) voluntaria-se para a acompanhar na investigação, o que está ótimo para mim: afinal de contas, as cenas entre os dois jovens aliens vão ser as minhas preferidas do episódio. Os dois atores têm uma grande química e as cenas que partilham ajudam a explicar a vontade crescente de Mon-El de ajudar os outros, apesar da sua aparente despreocupação.
Já para não falar de que o diálogo entre os dois tem sempre a sua piada, mesmo quando acabam presos num planeta cujo sol vermelho os deixa sem poderes. Mon-El quer voltar para trás, mas Kara insiste que devem salvar os humanos raptados, pelo que acabam por se entregar às mãos de Roulette (Dichen Lachman), que descobrimos estar por detrás de toda a operação.
É a clássica situação em que um super-herói fica sem os seus poderes e tem de arranjar novos meios para defrontar o vilão. Supergirl sempre foi mais do que a sua força física e, como tal, inspira os restantes prisioneiros a lutar contra os seus captores, conseguindo escapar.
O meu problema com esta resolução é mesmo a sua facilidade. Kara e Mon-El estão presos num planeta distante sem os seus poderes, mas nunca senti que estivessem em verdadeiro perigo, mesmo quando Mon-El encontra a sua veia heroica e protege Kara de um tiro.
O único momento que me fez parar para pensar foi mesmo quando um Dominator (os aliens do crossover estão também de regresso) não o atacou, fazendo-lhe antes uma vénia. O que quer que os Dominators estejam a planear, o planeta Daxam deve estar envolvido e Mon-El parece saber mais do que deixa parecer. A minha aposta é que, no mínimo, Mon-El esconde que é, na verdade, o príncipe de Daxam.
Entretanto, Alex (Chyler Leigh) tem estado a aproveitar o melhor do romance com Maggie. Nas palavras de Kara, parece que foi atingido com um raio do amor. É realmente óptimo ver Alex feliz – e as cenas entre ela e Maggie continuam a ser das minhas favoritas.
No entanto, não gostei da forma como a irmã de Supergirl age quando descobre que Kara está desaparecida, entrando em pânico e culpando-se a si própria por ter andado distraída, apressando-se a culpar também Maggie. Entende-se que Alex não está habituada a estar numa relação, mas também não é nenhuma adolescente. De maneira que a breve discussão entre este casal não pareceu genuína mas sim apenas uma forma de gerar mais drama.
Winn tem andado a lidar com os seus próprios problemas, vulgo, um pequeno caso de trauma depois de um encontro menos simpático com os bandidos que James perseguia, e é arrastado para o campo de batalha por Alex, de forma a confrontar os seus medos. Estou feliz por Jeremy Jordan ter mais para fazer para além de comic relief mas, mais uma vez, a resolução do problema foi demasiado simples e rápida.
No fim de contas, um episódio divertido e interessante, elevado pela química entre Kara e Mon-El, ainda que a série continue a ir pelo caminho das resoluções fáceis e dos vilões pouco satisfatórios. Mas o maior problema é a coordenação de todas as personagens e de todas as suas histórias e dinâmicas que nem sempre se encaixam bem umas nas outras.