No episódio desta semana, Crossfire, Supergirl tenta integrar Mon-El na sociedade, James arranja alguma coisa para fazer e Alex dá um grande passo.
Não tenho bem a certeza de que nota vou dar a este episódio no final deste texto. Se houve certamente momentos altos, como a história de Alex (Chyler Leigh), houve outros que apenas destacaram as maiores falhas de Supergirl, especialmente nesta temporada. Falo, claro, dos fracos vilões e do falhanço em integrar CatCo, James (Mehcad Brooks) e a vida “civil” de Kara (Melissa Benoist) na narrativa da série.
Alex chega a termos com a sua identidade
Comecemos com aquilo que funcionou melhor neste episódio. Depois de química que temos visto crescer entre a irmã de Kara e a detective Maggie Sawyer (Floriana Lima) durante este início de temporada, Alex confronta-se com os seus sentimentos e a sua sexualidade.
Voltamos, ao longo do episódio, a ver a afeição de Alex por Maggie a crescer e toda a história tem uma certa nuance que normalmente não está presente quando Supergirl fala de assuntos importantes. E o facto de uma das personagens principais sair do armário é certamente um assunto importante.
A vulnerabilidade de Alex, à medida que ela se apercebe que talvez a razão pela qual as suas relações falharam seja porque simplesmente não está interessada em homens, é bem explorada pelo texto. Principalmente porque não acontece do nada (ao contrário de outra história neste episódio).
Se Alex começa em negação em relação à sua identidade, rejeitando a sugestão de que poderá gostar de mulheres, então a série também mostra o processo de aceitação, culminando num momento poderoso em que Alex admite os seus sentimentos. E Chyler Leigh, atriz que traz à vida esta personagem, teve aqui a oportunidade de mostrar um novo lado da personagem e fê-lo muito bem.
Kara tem as melhores intenções mas…
Depois de, inicialmente, a nossa Supergirl não querer ter nada a ver com Mon-El (Chris Wood), o episódio anterior acabou com Kara a prometer ajudar o outro alien a integrar-se na sociedade humana. E Kara, claro, tem as melhores intenções do mundo, mas não corre tudo como ela esperava.
Guiando-se pela sua própria experiência e pelo que resultou para ela, a jovem acaba por transformar Mon-El numa espécie de clone seu. Ou, pelo menos, tenta. Corta-lhe o cabelo, arranja-lhe roupas novas e um estágio na CatCo.
Mas Mon-El não é Kara, e está mais inclinada para evitar grandes responsabilidades e sorrir a uma das assistentes do escritório. E Kara lá se apercebe disso mesmo, decidindo deixar Mon-El perceber, por ele próprio, o que quer fazer com a sua vida na terra.
É em muito graças ao charme dos dois atores que esta situação acaba por funcionar em vez de se tornar simplesmente frustrante. Na verdade, as cenas entre Kara e Mon-El estão carregadas de comédia à conta das tentativas deste último de se fazer passar por um humano normal – tarefa que falha redondamente.
Mais uma vez, portanto, Supergirl eleva-se graças à qualidade e carisma das suas personagens e pelo facto de tentar transmitir mensagens importantes, com mais ou menos sucesso. Para além disso, sempre foi uma forma de dar uma nova relevância ao espaço da CatCo, que tem estado a sofrer seriamente com a saída de Cat Grant (Calista Flockhart) da série.
James junta-se aos super-heróis
A verdade é que esta série não faz ideia do que fazer com James. Tal ficou claro logo desde o primeiro episódio, em que o seu romance com Kara foi descartado sem cerimónias (agora percebe-se que talvez para abrir caminho para Mon-El). E continuou com o pouco destaque dado à vida pessoal de Kara nas semanas seguintes.
O que nos leva à história que realmente veio do nada neste episódio, principalmente porque James nem sequer apareceu no episódio passado. Basicamente, após o encontro com alguns assaltantes, o fotógrafo decide que também quer lutar contra o crime. Para isso, investe no taco de baseball e numa máscara. Sou obrigada a concordar con Winn (Jeremy Jordan) quando diz que isto não vai correr nada bem.
Parece que é uma tentativa desesperada de dar alguma relevância à personagem. E aplaude-se a tentativa, porque a personagem tem potencial (vimos isso na temporada anterior), mas acaba por ser mal executada. Assim, o que de melhor nos deu foi mesmo o regresso da dinâmica entre James e Winn.
Por fim, de referir que a organização Cadmus continua a não conseguir agarrar o meu interesse enquanto vilão. Os motivos e as ações da cientista que lidera a organização continuam a ser contraditórias. As boas notícias são que ficamos a saber que se trata da mãe de Lena Luthor (Katie McGrath) e que, por isso, os meus desejos de explorar mais a personagem de Lena vão ser realizados. Espero.
Nota: 6.5/10