O feriado de 5 de outubro passará, a partir de hoje, a carregar um significado ainda mais especial para a Fundação EDP bem como para os lisboetas em geral. No 106.º aniversário da implantação da República foi inaugurado o novo edifício do MAAT– Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. O Espalha-Factos esteve presente na abertura à imprensa, esta terça-feira.
O MAAT abriu as portas à cidade de Lisboa com 12 horas de visitas guiadas, eventos, performances e concertos gratuitos. Foram, também , inauguradas três novas exposições. O Pynchon Park, criado pelo artista Dominique Gongalez Foerster, combinará vários media, literatura e distopia numa só obra, na Galeria Oval até 20 de março de 2017. The World of Charles and Ray James, aberta até 9 de janeiro na Central 1, resulta de uma variedade de mundos vivenciada pelo casal de designers. Finalmente, A Forma da Forma da curadoria de Diogo Seixas Lopes, até 12 de dezembro na Praça, explora uma narrativa de vários projetos arquitetónicos em doze espaços interligados.
“Estamos a viver hoje, aqui, um misto de grande sonho do passado e grande desafio para o futuro.”, começou por dizer o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso, minutos depois de inaugurar oficialmente o novo núcleo museológico. “É um museu que se quer interdisciplinar, é um museu diferente de todos os outros, é um museu da arte, da arquitetura e da tecnologia. Mais do que diferente na substância, mais do que diferente na excelência da arquitetura, mais do que diferente na direção,que nos chega do que havia de melhor de museus no mundo, é um museu que se quer diferente porque é inovador, porque desbravando novos caminhos, porque procurando novas funções expõe novas maneiras de ver a arte, a arquitetura e a tecnologia”, salientou ainda o PR.
Além do Professor Marcelo Rebelo de Sousa marcaram ainda presença na inauguração oficial o Primeiro-Ministro António Costa, o Presidente Câmara Municipal de Lisboa Fernando Medina, o CEO do grupo EDP António Mexia, o Presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues, bem como diversos membros do governo.
António Mexia foi o primeiro a tomar a palavra na série de discursos comemorativos, salientou que a abertura do MAAT é um marco que ficará registado também como forma de celebração dos 40 anos da EDP. “Estamos perante um investimento privado, na construção de um espaço público. Queremos que haja um diálogo permanente entre a EDP e a sociedade portuguesa”, afirmou. De seguida António Costa fez-se igualmente ouvir dando destaque à importância da Fundação EDP, que segundo o primeiro-ministro “é uma companhia que soube transformar e internacionalizar com base na inovação, na cultura e na ciência”.
O novo edifício projetado pela arquiteta britânica Amanda Levete é não só um pólo cultural como também uma importante marca na revitalização da zona ribeirinha de Belém.
“Este é um museu sobre o futuro e não sobre o passado. Lisboa é, verdadeiramente, uma cidade do mundo”, constatou Levete. A forma topográfica da cobertura foi concebida para ser apropriada pelo público, que pode andar sobre, debaixo e através do edifício, bem como poderão atravessar para o outro lado da estrada através de uma futura ponte pedonal sobre a linha férrea. A arquiteta deixou-se inspirar pelo rio Tejo e pelo património material português. A profissional retomou, desta forma, a tradição cerâmica revestiu a fachada de azulejos 3D, produzindo uma superfície que dá leituras de água, sombra e, claro, a maravilhosa luz da capital portuguesa.
O novo campus que une a a emblemática Central Tejo e o MAAT possui 38 mil m2 e terá exposições permanentes de ciência e eletricidade. O paisagismo, a concluir no próximo ano, está a cargo do arquiteto Vladimir Djurovic e tratar-se-á de um novo espaço de fruição pública, criando novas áreas de circulação pedonal. Só em março de 2017 poderemos apreciar, na totalidade o novo complexo. Durante os próximos meses só a cobertura, a frente-rio e a Galeria Oval, de entrada gratuita, estarão visitáveis.