A RTP entra na nova temporada televisiva com três grandes novidades: A série de séries em horário nobre, a nova rádio Zig Zag e a chegada de Bruno Nogueira às manhãs da Antena 3. O Espalha-Factos esteve no lançamento da rentrée.
Nas séries é para “não parar”
São quatro séries a estrear de uma vez e vão ser alinhadas de terça a sexta-feira às 22h00, numa aposta inédita por parte da estação pública. Virgílio Castelo, consultor da estação pública para a ficção, defende a necessidade de fazer este investimento contínuo em novas narrativas e géneros televisivos.
“Agora é não parar. Quando começámos as novelas portuguesas em 83 não soubemos dar essa continuidade. Só a partir de 1999, na TVI, é que se começou a trabalhar de forma seguida – o que nos trouxe o panorama que conhecemos hoje“, explicou o responsável.
Daniel Deusdado, diretor de programas da RTP1, explica, em relação às novas séries, que “não basta ter um conteúdo diferente, é preciso mostrá-lo de forma diferente para poder ser dirigido“. E a aposta é mesmo para continuar, com as atuais séries a terminarem entre dezembro e janeiro e um conjunto de várias outras a arrancar no início de 2017.
Mulheres Assim, Os Boys, Dentro e Miúdo Graúdo foram as produções escolhidas para arrancar com esta nova linha de ficção, que é o maior investimento do canal para a nova temporada televisiva.
Além das séries em horário nobre, arrancará em janeiro uma nova novela à hora de almoço, com a duração prevista de um ano. O Sábio, já anunciada pelo Espalha-Factos, é a aposta do serviço público para um horário “em que o público de telenovelas está disponível“.
A rádio do banco de trás
“Uma aposta de futuro“, carateriza Rui Pêgo. O diretor das rádios do grupo público fala assim da sua mais nova, e é mesmo muito nova, empreitada. Rádio Zig Zag é uma estação para crianças dos 5 aos 9 anos de idade que vai ficar disponível a partir de 19 de setembro.
Junta-se ao site, à app Zig Zag Play e ao bloco de animações Zig Zag, transmitido na RTP1 e RTP2. Vai ser “a rádio do banco de trás“, porque é dirigida a “um público extremamente exigente e que vai normalmente no banco de trás excluído, à frente do seu tempo“.
Com esta aposta, a RTP “cumpre a sua missão e inova“. O responsável relembra a “revolução” a ser preparada pela indústria automóvel, que permitirá em poucos anos que cada um dos ocupantes do carro ouça uma diferente estação de rádio e argumenta que, a contar com isso, a estação pública está a “antecipar o futuro“.
Bruno Nogueira regressa à rádio
A terceira grande aposta do serviço público de media está também na rádio, mas pelas vias mais tradicionais. Bruno Nogueira chega ao FM da Antena 3 com Mata Bicho, no qual repete a dupla formada com João Quadros, que já garantiu que podemos “esperar o pior”.
É uma rubrica matinal, que estará nas manhãs da estação a partir do dia 19 de setembro e na qual Nogueira promete “pouco filtro”. Até porque grava em casa e assim é “como se estivesse na sala a dizer coisas”.
Relativamente às diferenças em relação a Tubo de Ensaio, que assinou na TSF, é perentório quando anuncia que “a principal diferença entre este e o Tubo de Ensaio é que o outro era em 89,5 e este é em 100,3“. “Aquilo que eu e o Quadros mais gostamos de fazer é humor sobre a atualidade, seja política, social, o que quer que seja“. É por aí que se irão manter neste novo projeto.
Agora em duas rádios, uma vez que além das manhãs da 3, esta rubrica terá repetição na Antena 1, o humorista descreve a chegada à emissora pública como “uma experiência completamente nova” e “um desafio muito interessante“, no qual espera “apanhar um público que não sabemos muito bem como vai lidar com isto“.
“Ao início queríamos chocar”
A chegada de Mata Bicho à Antena 3 será também o amadurecer da experiência radiofónica da dupla. “Acho que fomos amadurecendo e, depois deste tempo que parámos, tanto para mim como para o Quadros deu para perceber o que queríamos experimentar e não experimentámos, quais eram os caminhos que agora já não nos interessavam tanto“, referiu.
“Estes anos depois estamos diferentes. Ao início queríamos chocar, porque achávamos que isso iria marcar a diferença, mas depois percebemos que chocar não é bem dizer umas coisas agressivas… que às vezes um pensamento mais fora da linha é mais chocante do que isso. Deu para fazer um balanço e perceber, nesta relação com a rádio, aquilo que nos cansava mais e o que realmente nos dava prazer“, conclui Bruno Nogueira.
Fotografia: RTP / João Marcelino – Espalha-Factos